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Prof.Paulo Murilo 

12 agosto 2006

EXPLÍCITA INSURGÊNCIA

Vinte e três segundos finais, um ponto atrás da equipe alemã, bastando uma simples cesta de 2 pontos, ou uma possibilidade de lances-livres se uma penetração fosse tentada, e que poderia, inclusive, culminar em possíveis três pontos se cesta e falta fossem conseguidas. Naquelas circuntâncias, somente uma hipótese teria de ser descartada, o arremesso de 3 pontos. E não deu outra, após uma brilhante penetração do Huertas, passando a bola na cabeça do garrafão ao Alex, numa situação perfeita de um contra um, especialidade fundamentada em sua velocidade de arrancada, e que por isso dispensava brilhos de driblador, nosso cardeal opta pelo arremesso de 3, e como não é um especialista como pensa que é, erra, e adeus vitória. Possivelmente o técnico 1 deverá proclamar, como o fez no jogo anterior, quando perdoou o drible no próprio pé perpetrado pelo Marcelo na última jogada, que também o fará quanto ao Alex. Afinal,trata-se de um amistoso, tendo, inclusive declarado que ainda faltam muitos detalhes a serem corrigidos. Concordo plenamente com essa afirmação, a começar pelo comando, pois a atitude de decisão tomada pelo Alex jamais poderia ser endoçada por nenhum dos quatro técnicos da comissào, por mais fraca e flúida que fosse. Como não é o caso, pelo menos assim pensam, tratou-se de uma explicita insurgência, ou não? Com que autoridade um jogador retira da equipe duas possibilidades lógicas de jogadas que valeriam, no minimo 2 pontos, suficientes para a vitória, e opta pela aventura dos 3 pontos para a sua glória particular? Ora, trata-se de um treino de luxo, opinião defendida por alguns, mas um treino a uma semana do mundial? Trata-se de uma colocação absurda, pois jogos dessa amplitude e importância devem ser levados na mais absoluta seriedade, como fizeram os alemães. Mas a derrota se prenunciara bem antes, baseada na pétrea teimosia em manter falsos armadores no controle técnico-tático da equipe. Duas foram as seleções brasileiras na quadra. Uma até o inicio do terceiro quarto, outra à partir daí, quando foram para o jogo dois armadores puros, o Huertas e o Nezinho. E a equipe equilibrou o jogo, tirou a diferença de 14 pontos, e assumiu uma posição de igualdade. Mas, como prêmio a tal liderança, o que colocaria os cardeais em cheque(Marcelo, Guilherme e Alex) em suas pretensas qualidades de armadores, cederam seus lugares aos mesmos, até o climax do absurdo e inqualificável "tiro"do Alex. E que ficasse bem claro aos abusados calouros -Aqui, antiguidade, foi, é, e sempre será posto, com as bençãos da quadratura em comando. Mas esquecem um primado fundamental para qualquer comando que se preze, o de que, em se tratando de uma seleção nacional, devem sempre liderá-la os melhores em suas funções, SEMPRE, tanto dentro, como, e principalmente, fora da quadra, o que duvido que venha ocorrendo. Essa, que é uma boa equipe, corre o mais nefasto dos perigos, aquele que corroe as personalidades e consequentemente as atitudes positivas, o perigo explicitado por insurgências personalistas. E só temos uma semana para corrigí-las. Teremos tempo? Temo que não, mas... oremos aos deuses, Amém.

5 Comments:

At 10:34 PM, Anonymous Anônimo said...

realmente foi ridicula a finalização do alex, alem se ter sido um chute de 3 na hora errada foi com marcação e a uma certa distancia da linha, mas o problema não são soh os jogadores com "ar" de herois, mas tbm os tecnicos que não tomão atitudes para controlar o time, mostrar tapes, puxar o tapete, mandar passar, mandar se energizar, pois são os tecnicos qeu tbm cuidam de uma parte do psicologico do jogador durante o jogo, eles tbm tem que ter atitudes.

 
At 12:42 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Mas Caro Leandro,o que não faltam nesses técnicos são atitudes, senão vejamos:O nº1 engorda a cada dia, já apresentando dificuldades em se agachar para empunhar sua dileta assistente, a prancheta(Um saudoso professor meu,Latorre de Faria,dizia que a mente de um homem acompanha a curva de seu abdomen), os nº2 e 3 mascam chicletes, e o 4 não desgruda de seu lapitopi caipira.Mais atitudes do que essas, impossível.Hah,os jogadores!Bem, nessas circunstâncias de fragil liderança, alguns se acham os mais importantes e assumem papeis para os quais não são capacitados, mas, como em terra de cego quem tem um olho é rei...Vamo lá, vamo que dá...

 
At 11:49 AM, Anonymous Anônimo said...

Hoje, domingo, após rever o lance da última jogada deu para perceber que o Alex, quando recebeu o passe do Huertas, tinha pouquíssimos segundos para arremessar. O tempo zerou com a bola no ar. Mas cumprimento o nobre articulista pelas corretas considerações, no meu modesto e leigo conhecimento. Os erros da seleção são sempre os mesmos, que inclusive foram evidenciados hoje contra a China, mais uma vez. Nosso time tem jogado melhor com dois armadores, quando diminui o excesso de arremesso forçado de 3 pontos, e quando um (ou dois) dos "cardeais" não estão em quadra, sem falar na melhoria da marcação. Vale ainda ressaltar o excelente 1º quarto do Tiago e o 3º do Leandro. Continuo, entretanto, com uma preocupação desde quando definiram os 12 jogadores: estamos com poucos alas.

 
At 6:46 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Reny,quando da recepção do passe, se estivesse instruido sobre que opção tomar, o Alex teria, por sua enorme velocidade,tempo para partir em direção à cesta.Repare que ele recebe a bola,flete os joelhos,salta,para então executar o lançamento.A bola percorre sua trajetória por uns dois segundos,quando o tempo expira.Do recebimento até o sinal,3-4 segundos são gastos na ação,tempo mais do que suficiente para uma penetração frontal à cesta.Quanto aos alas,a seleção tem 3,os cardeais.No entanto,temos 6 pivôs,sendo que dois deles dificilmente participarão efetivamente.Por que não levaram mais um ala,o Renato por exemplo,e mais um armador puro,como o Fred ou o Fulvio?E por que esqueceram por aqui o bi-campeão em rebotes do campeonato nacional,o Probst?Existe maior critério pára a escolha de um pivô do que sua capacidade reboteadora? São "mistérios"que só convocações politico-interesseiras podem explicar.É isso ai.Um abraço,Paulo.

 
At 7:07 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Caro Claudio,primeiramente temos de observar um dos maiores erros cometidos por TODOS os nossos atletas, de qualquer divisão,e que NUNCA são devidamente corrigidos.É o de iniciarem toda e qualquer movimentação no momento que o juiz ensaia entregar a bola para o atacante responsável pelo lateral.O que acontece? Sempre abortam a ação pela antecipação precipitada em direção a um passe que ainda seria armado.Como são 5 os segundos para a reposição,a equipe somente deve se movimentar quando seu companheiro já estiver em processo de passe, e nunca antes.Não adiantam bloqueios e corta-luzes se o repositor da bola não estiver"dentro e focado"com a movimentação de seus companheiros.Jogada para essas situações?Eu so treinava uma,e somente uma-Uma coluna encabeçada pelo pivô,os alas e por último o outro armador.E sempre a reposição na mão de um armador.Os alas fintam para lados contrários, e o outro armador estabelece o lado menos flanqueado.A contagem de tempo de jogo somente se inicia com o dominio da bola,momento em que os jogadores se situam em oposição à bola deixando espaço para a penetração do armador.Pronto,com o tempo sob controle,a investida estará por conta do mais habilidoso, com enormes chances de 2 pontos e faltas,em uma distância que minimiza os erros,ao contrário do temerário 3 pontos.Simples e objetivo, e quase sempre eficiente.Um abraço,Paulo.

 

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