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Prof.Paulo Murilo 

13 agosto 2006

O PAPA E OS CARDEAIS

"Fizemos uma grande partida. Conseguimos colocar em prática as mudanças necessárias na defesa e melhoramos a distribuição de bolas no ataque. A marcação individual funcionou muito bem e com isso anulamos as principais jogadas deles, especialmente o Yao Ming. Agora vamos disputar o bronze. Por coincidência terminaremos a fase de preparação justamente contra a Australia, nossa adversária de estréia no Mundial. Temos que tirar proveito dessa partida para a competição, marcar muito bem e ter atenção especial com o Bogut, Principal jogador australiano". Analizou o técnico Lula.( Matéria do site Databasket em 13/08/06). Tudo muito bem,a não ser um detalhe, o da extrema ruindade da equipe chinesa.Inacreditável a inabilidade de seus armadores,todos eles, e a evidente falta de forma de seu principal jogador,o estratosférico Yao Ming, nitidamente contido pela recente contusão. Somente o outro pivô,o Y, compareceu com alguma qualidade. E apesar de tudo, a equipe brasileira venceu de 10 pontos, depois de uma vantagem de 24! Continuamos incidindo nos mesmos erros, sendo o principal a escalação dos falsos armadores, e péssimos defensores, em vez da utilização de nossos verdadeiros armadores, que nas poucas intervenções que tiveram só melhoraram o ataque, assim como impuseram a equipe um verdadeiro sentido defensivo, e mesmo assim na formação zonal. Desconfio que o jogo transmitido para cá, não tenha sido o mesmo relatado pelo técnico nº1 em suas considerações acima. Mas como os nossos adversários tinham todos feições asiáticas, e envergaram uniformes vermelhos com a inscrição China, fica a dolorosa dúvida de qual jogo o peclaro técnico se refere. Num ponto ele acerta, vai disputar o bronze contra a Austrália, primeiro adversário no Mundial, e para ser coerente, deverá escalar a equipe, tendo em vista não dar aos futuros adversários qualquer pista de como jogamos e jogaremos, com a mesma formação que tem iniciado os jogos até aqui, para aos poucos ir experimentando, experimentando, formações que se compatibilizem com seus principios técnico-táticos. Hah, e que nessa partida teremos de tirar proveito para a competição e marcar muito bem. Pelos deuses, o que então fizeram até agora? Treinaram em combinações de n-fatores? Omitiram o óbvio de que nessa fase o importante é ter uma base de equipe (com 5, 6, 7...9 jogadores) pronta para escalar as pedreiras que encontrarão? E que o cerne da equipe tem de estar nas mãos de armadores seguros e confiantes de, e em seus posicionamentos? Que Huertas, Leandro e Nezinho têm de ser estes homens? E que, em hipótese alguma o trio Alex, Guilherme e Marcelo pode exercer outro papel que não o de alas, bons alas que são? E, finalmente, de que na hora para valer, nossos adversários não vão amolecer na defesa de suas cestas? Então, já descontando o tempo absurdamente perdido com "experiências cardinalícias", faça o Papa de plantão fazer adentrar à quadra contra a Australia, a verdadeira seleção nacional, tão tardiamente esperada. E que os deuses,com suas infinitas paciências em ponto de ruptura, nos ajudem, one more time. Amém.