Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
11 dezembro 2007
CONVITE FEITO, CONVITE ACEITO...
Amanhã sem falta ligo para o Grego e comunico aceitar seu convite feito em Brasília para um café e duas horas de conversa sobre basquetebol. Se o convite for mantido, volto àquela casa depois de muitos anos, mais propriamente desde 1992, quando lá estive para ofertar uma cópia de minha tese de doutoramento, com tema focado no grande jogo, mais propriamente nos arremessos, e que nunca foi sequer lida por quem quer que fosse, e hoje, se ainda existir, deve se encontrar num fundo de gaveta qualquer, ou no arquivo morto daquela entidade. Pena, pois tem sido referência de alguns estudos e pesquisas...lá fora. Mas, se a conversa prosperar, terei em mente tão somente apresentar uma serie de dez temas, que poderiam ajudar, se bem compreendidos e desenvolvidos, no soerguimento do nosso basquete, numa perspectiva de médio a longo prazo, guardadas as condições mínimas para seus desenvolvimentos.
Eis os temas:
1 – Incentivar, e mesmo promover a criação das Associações de Técnicos em cada um dos estados , que autonomamente colaborariam com o desenvolvimento do basquetebol, mantidas as características sócio-econômicas, educacionais e tradicionais de suas regiões,e que para atingir tais objetivos contariam com um Kit-Estatutos, e um Kit-Internet, preparados por uma comissão de técnicos experientes, no intuito de acelerar o processo e manter um grau razoável de compatibilidade administrativa e técnica. A CBB poderia bancar esses 27 Kits que poderiam ser desenvolvidos e distribuídos a baixo custo, principalmente se utilizar software livre.
2 – Dividindo o país em quatro regiões, a saber: Norte-Nordeste, Centro-Oeste, Leste e Sul, colegiados de técnicos, com participação rotativa, adequariam seus campeonatos estaduais das divisões de base, mirins, infantis e Infanto-Juvenis, a princípios didático-pedagógicos visando a massificação possível, com ligas colegiais e os clubes, e introduzindo algumas modificações nas regras, tais como, posse de bola de 40, 35 e 30 segundos nas categorias menores,liberando os 24 seg. do juvenil em diante, assim como a defesa por zona, também do juvenil em diante. A criação dos campeonatos estaduais de sub-19 e sub-21, visando abrir o leque de possibilidades no surgimento de novos valores. Nas duas divisões menores, a participação obrigatória de todos os jogadores em pelo menos um quarto da partida, e nunca mais de dois quartos sucessivos( remember o mini-basquete...), e a paralisação imediata da partida quando o placar ultrapassasse os 30 e 40 pontos de diferença, evitando danos na aprendizagem e busca de resultados artificiais e de cunho auto-promocionais.
3 – Desenvolvimento de um programa funcional e de baixo custo para a coleta de dados estatísticos que possam ser avaliados por conceitos de coeficiente de produção, e não por analise percentual pura e simples, adequados a cada divisão de base, cujos parâmetros deverão ser estudados, avaliados e divulgados através experimentações e pesquisas de campo, por comissões de professores e técnicos das quatro regiões propostas. Os dados recolhidos em todos os campeonatos regionais e nacionais alimentarão o Centro de Computação que deverá ser implantado na CBB, sob supervisão das associações de técnicos e a futura associação nacional, e onde ficarão guardados os dados necessários ao desenvolvimento técnico-científico da modalidade, objetivando seu progresso e a formação das seleções nacionais.
4 – Substituição dos Campeonatos Brasileiros de Seleções, pela participação dos clubes ou colégios campeões estaduais, com a seguinte classificação: Mirins e Infantis – 27 campeões nacionais, onde o deslocamento das equipes não ultrapassarão as fronteiras de seus estados. Infanto-Juvenis – 4 campeões nacionais, um de cada região. Juvenís, Sub-19 e Sub-21 – 1 campeão nacional por categoria, com decisões em sedes estaduais sob o regime de rodízio.
5 – Em cada campeonato regional e nacional, encontros de técnicos ocorrerão para discussões técnico-táticas, preparação de atletas, formação e formulação de equipes, publicação de trabalhos e conseqüente divulgação dos mesmos, assim como assuntos referentes a patrocínios e campanhas que visem o desenvolvimento da modalidade. Clinicas de aperfeiçoamento serão responsabilidade dos núcleos regionais, como forma de diversidade técnico-tática, e não como a pasteurização que vem sendo implantada pelo núcleo da CBB.
6 – Mobilização dos antigos ícones da modalidade, das associações de veteranos estaduais, de autoridades que praticaram o grande jogo, da sociedade civil, das organizações militares, estatais e patronais, para que todos juntos soergam o basquetebol entre nós, e inclusive fazendo parte ativa das comissões técnicas propostas.
7 – Que através convênios com entidades patronais, universidades, forças armadas, governos estaduais, municipais , industrias e comercio, possam ser implantados em forma condominal 4 centros de treinamento de alta técnica, um em cada região antes mencionada, no intuito maior de para lá serem enviados aqueles talentos pós-juvenis, que complementarão seus estudos e se qualificarão para as seleções nacionais. Como as instalações já são existentes, daí a sugestão de convênios, a implantação não atingiria valores vultosos, e que muito beneficiaria o projeto de soerguimento. Os profissionais destinados a esses centros seriam escolhidos por mérito pelas comissões técnicas das associações estaduais, e mais adiante pela associação nacional.
8 – Que através um bem planejado setor bibliográfico, divulgado pela rede internet, na forma de jornal, boletim ou blog diário, toda a informação técnica, de projetos a pequenas pesquisas, de estatísticas a relatórios de equipes e seleções bem qualificadas, de comentários a experiências regionais, por mais distantes que se situem no mapa nacional, todas essas informações circulassem regularmente para que todo e qualquer progresso técnico-tático, didático-pedagógico, fosse absorvido pela comunidade de professores e técnicos espalhados por esse imenso país.
9 – Que já se planejasse a produção semi-profissional de material técnico na forma de vídeos,CD’s, DVD’s e CD’S de áudio, a serem destinados a técnicos e professores, como uma das estratégias para a divulgação e massificação da modalidade.
10 – Que a implantação desses pequenos projetos, por serem factíveis dentro da nossa realidade, e que para tanto somente nos falta a vontade política em realizá-los, nos faça retomar o caminho das grandes conquistas que atingimos no passado, saindo do limbo cumulativo em que nos encontramos.
Esses seriam, ou serão os pontos que abordarei nas duas horas de conversa e troca de idéias, iniciados ou terminados com o café proposto, apesar, e com pesar, de não ter o velho Seu Chico a servi-lo.
Amém.
7 Comments:
Caro Professor, suas idéias são muitíssimo boas, mas se permite, gostaria de complementá-las. O presidente da cbb, deveria fazer reuniões com os presidentes das federações para discutir os custos de inscrição de uma equipe nos campeonatos estaduais, custos estes elevadíssimos hoje, e que afujentam muitos times da idéia de querer participar de um campeonato estadual. Quanto às universidades do país, fazer uso delas, através de seus alunos´. Um exemplo, são os dados estatísticos, que poderiam ser feitos por estagiários que ainda nao terminaram seus cursos, ou a implantação do acervo didático na internet e sua atualização, por estagiários dessas universidades. Também acho que as seleções estaduais deveriam ser mantidas competindo o campeonato brasileiro, juntamente com o campeonato de clubes campeões, pois é uma forma de os atletas se dedicarem mais, e também forma intercâmbio entre atletas-atletas, técnicos-atletas e técnicos-técnicos. São só algumas sugestões as suas excelentes propostas que serão apresenadas ao grego.
Abraços
Olá professor;
Além das propostas que serão apresentadas peço que acrescente estas:
1ª)Apresentação de projeto para a
implantação do Minibasket
( basquete 3 contra 3 ), nas
escolas públicas do país.
Esta iniciativa massificaria o
basquete em nosso país e a médio
prazo resultaria no surgimento
de inúmeros jovens talentos.
2ª)Criação de um programa para o
envio de observadores
( olheiros ), aos principais
campeonatos brasileiros de
streetball ( basquete de rua ),
visando a descoberta de talentos
e conseguinte aproveitamento dos
mesmos pelos nossos clubes.
Imagine quantos jovens talentos
que disputam os torneios de
streetball são disperdiçados por
não terem condição econômica de
freqüentar um clube ?
3ª)Apresentação de projeto junto a
TVE/Televisão Educativa ( que é
a televisão pública brasileira )
para a volta da transmissão das
três principais competições do
calendário internacional do
basquete , à TV ABERTA:
Campeonato Mundial ,
Pré-Olímpico e Copa América/Pré-
Mundial.
Em um país de terceiro mundo
como o Brasil não vai se criar
ídolos e popularizar o basquete
através da televisão por
assinatura ; já que esta é
inacessível a 95 % da sua
população !
Grande Abraço !
Caro professor, parabéns por ter decidido manter a conversa com o presidente da CBB.
Prezado Prof.Paulo Murilo,
O Senhor esqueceu a sugestão mas importante para o melhor do basquete do país, sair da CBB e se auto banir do basquete brasileiro com o pessoal dele.
Gustavo
Prezados Fernando,Alexandre e Idevan,na ocorrência do encontro farei chegar ao Presidente da CBB suas sugestões, que serão somadas às minhas.Um abraço a todos,Paulo Murilo
Prezado Gustavo,como você mesmo define e sugere,caberá ao dirigente exeqüibilizar ou não sua colocação.Não creio ser de boa politica eu sugerir o mesmo, afinal irei atender um convite amistoso.Um abraço,Paulo Murilo.
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