Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
25 outubro 2006
QUARTO CRESCENTE
Sentado na varanda, uma suave brisa refrescando a noite quente, e por entre nuvens emergindo uma lua em quarto crescente, antevendo a bela imagem, quando cheia, para daqui a alguns dias. Sem querer, traço um paralelo com o nosso querido basquete, em quarto minguante a longo tempo,tempo demais, nos privando, ao menos, de um quarto crescente. Mas, uns pequenos acontecimentos nos trás algumas esperanças, como, e pela primeira vez em muitos anos, a participação menor de equipes paulistas para o campeonato nacional, somente três, em contrapartida com os quatro participantes cariocas. São Paulo, de a muito é a base política da CBB, e quando da criação da NLB foram seus clubes, em grande número, o estéio da liga. Mas aos poucos, foram os mais influentes e melhor patrocinados,se bandeando para as hostes cebebianas, e tiveram o desgosto de verem o campeonato passado terminar sem vencedores, fator que desmontou a estrutura do mais bem patrocinado deles. Com as barbas de molho, a maioria dos clubes paulistas preferiu a competição regional, deixando de lado a nacional. Este acontecimento marcante, demonstra que o apôio maciço de antes começa a fraquejar para os lados da CBB, e que para as próximas eleições muitas concessões deverão fazer parte do ról de exigências para que a CBB mantenha o apôio estratégico dos paulistas. Se estes resolverem mudar o status quo vigente no nosso basquetebol, apoiando uma mudança na CBB, sem dúvida alguma arrastarão em suas pegadas outras federações, principalmente aquelas sempre ávidas de estarem ao lado dos donos das chaves dos cofres. Juntando-se às nove federações que votaram contra a atual administração da CBB nas eleições passadas, um movimento liderado pelos clubes paulistas fazendo chegar à direção de sua federação uma liderança contrária ao que aí está, sem dúvida nenhuma novos rumos poderão ocorrer no seio da CBB, oportunizando uma administração que nos soerga do fundo do poço em que nos encontramos. Esta é a única solução que antevejo para a resolução do retrógrado estágio em que se encontra o basquetebol brasileiro, a ascenção democrática de novos lideres no comando da CBB nas próximas eleições. Federações opositoras, entre as quais a do Rio de Janeiro, vem demonstrando vitalidade e novos rumos em seus campeonatos e em suas administrações, provando ser possivel trilharmos caminhos menos dolorosos do que os que viemos trilhando nos últimos vinte anos. Torna-se de capital importância a substituição dos atuais dirigentes, fracos e altamente incompetentes, porém fortes politicamente, pela distribuição de benesses por federações e seus apaniguados dirigentes, assim como junto a políticos travestidos de desportistas, interessados em projeção às custas do grande jogo. Esse é, repito, o único caminho a ser trilhado, a tomada da CBB pelo voto, pelos trâmites legais, o que denota imenso trabalho e planejamento, sem garantias de sucesso, mas que sempre valerá à pena ser acalentado, sonhado, e por que não? Alcançado. Mas enquanto esse ansiado dia não chega, um outro movimento poderia, e deveria ser desencadeado, com extremada urgência, a organização das associações regionais de técnicos, que culminaria para mais adiante, na associação nacional, fator determinante para o progresso técnico de nossos jogadores e de nossas equipes, em todas as divisões, principalmente às de formação, que são a base crítica onde se fundamenta a divisão principal, e as seleções nacionais. Se essa unidade não for alcançada, de nada adiantarão novos dirigentes, novas concepções administrativas, pois no fim das contas quem prepara jogadores e equipes são os técnicos, e não os dirigentes, gostem ou não dessa insofismável verdade.
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