Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
03 setembro 2007
DANDO AS MÃOS AO DESTINO.
Depois do cataclismo que se abateu em nossas esperanças de classificação olímpica, um mar de dúvidas assaltam o nosso futuro no grande jogo. Discutem-se mudanças estruturais, técnicas, políticas, numa proporção e envolvimento nem sempre dentro de padrões orientados pelo exeqüível e pelo bom senso. Pequenos acertos, soluções simples, atitudes e decisões factíveis, possíveis ao cidadão comum, ao professor e ao técnico, ligados pelo amor ao basquetebol, são substituídas pela luta de poderes, pela manutenção do status quo.
Tenho recebido inúmeros emails pedindo sugestões, orientações, ou mesmo ajuda no trabalho de uma plêiade de jovens técnicos, abandonados em suas carências bibliográficas e materiais, esquecidos em seus ingentes esforços para continuarem a trabalhar no que amam, apesar da indiferença que os cercam, por parte daqueles que possuidores das senhas que os qualificariam tecnicamente, as negam sistematicamente, por não atenderem e preencherem as vantagens políticas que os mantêm no poder.
E é exatamente neste ponto que pode vir a se operar a tão desejada e aguardada mudança no panorama do basquete brasileiro. A esmagadora existência daqueles que, espalhados por esse imenso país, trabalhando em condições precárias, tanto de locais, como de materiais mínimos, mantendo viva a chama do basquetebol, em escolas, clubes e quadras comunitárias,sem apoios e verbas razoáveis aos seus trabalhos, aguardam ansiosos, sem esmorecimento, que algo de positivo ainda possa vir de encontro aos seus sonhos de atualização técnica, e de um mínimo de apoio material, assim como de um veiculo informativo que os permitam captar e divulgar experiências, estudos e pesquisas, instrumentos essenciais ao seu dia a dia e desenvolvimento.
À professora gaúcha que ontem me escreveu contando sua inexperiência, suas dúvidas, e seu enorme desejo de evoluir nos conhecimentos didáticos e técnicos do basquetebol, darei todo o apoio e colaboração que me seja possível dar e doar em nome de seu esforço e dedicação, no que deveria se tornar rotina entre os mestres encanecidos e largamente experientes e seus ansiosos e esperançosos jovens professores e técnicos que povoam, dos mais recônditos lugarejos, às mais populosas cidades e capitais, aguardando uma palavra, uma instrução, um pequeno roteiro, um prazeroso incentivo assinado por quem conhece os começos, os meios e os fins da arte de ensinar, treinar e dirigir equipes.
Associações de técnicos regionais, municiadas pela ferramenta mais poderosa que jamais existiu no campo do relacionamento e troca de conhecimento humano, a internet, seria o vetor por onde trafegaria a seiva desse e dos futuros conhecimentos advindos da troca permanente de informações, e sua divulgação democrática e patriota, assim como tenho feito, na pequena escala facultada por minhas limitações materiais, como o fiz desde sempre ao fundar duas associações nacionais e uma regional, descontinuadas e perdidas nos meandros das penosas e retrogradas políticas desportivas existentes entre nós.
Técnicos e professores, fundem suas associações regionais, divulgue-as e enriquece-as pelo mágico caminho da grande rede mundial, que é gratuita e poderosa, e o mais importante, dissociada e independente dos redutos políticos e atrasados que infestam as federações e a CBB. Jamais se permitam ser dirigidos, orientados e balizados por tais órgãos, cujas determinações e decisões se pautam no interesse exclusivamente político. Trabalhem e ajam dentro dos parâmetros e limites da ação educacional e social, nas quais o valor é medido e avaliado pelo mérito, e pelos alicerces dos princípios éticos.
Quando estiverem suficientemente fortes e estabelecidos, alinhados e conectados pelas trocas e experiências transmitidas e divulgadas pela grande rede, aí sim, se abrirão os espaços para a fundação de uma associação nacional, com a garantia de que jamais cairá nas mãos de oportunistas de ocasião e acólitos dos mandatários que nos tem levado para o fundo do poço em que nos encontramos.
Pensem bem, discutam bem, e resolvam se realmente querem e desejam de coração tomarem em mãos essa que poderá vir a ser a verdadeira revolução que poderá salvar o que ainda resta de tradição e passado do nosso querido e maltratado basquetebol. Lembrem-se também, que “as grandes conquistas começaram com pequenas e decisivas escolhas, devagar e inexorável”. Torço por todos vocês. Amém.
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