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Prof.Paulo Murilo 

03 junho 2008

NOSSA SELEÇÃO...

Logo mais, por volta das 19 horas teremos duas partidas que poderão ser as decisivas nos campeonatos paralelos mais importantes do basquete brasileiro, quando Flamengo e Brasília pelo Nacional, e Assis e Franca pela ABCB jogarão suas terceiras partidas, com Flamengo e Franca vencendo suas respectivas series por 2 x 0.

Dois campeonatos que poderiam ter sido um de excelente qualidade, mas a incúria e os desmandos irresponsáveis da cúpula diretiva do nosso basquetebol transformou-os em dois monstrengos a dividir os parcos recursos técnico-administrativos que nos restam, rescaldos calcinados de uma liderança espúria e suicida. E o pior, às vésperas da competição mais importante dos últimos anos, o derradeiro Pré-Olímpico de Atenas.

Mas podemos afirmar com grandes chances de acerto, o quanto de bons jogadores em forma física e técnica se espalham nessas quatro equipes, muitos deles com performances superiores aos convocados pelo técnico espanhol de plantão, infelizmente em solo europeu. Deveria estar obrigatoriamente aqui em terras tupiniquins, acompanhando e atestando o quanto de dedicação e luta estão imbuídos alguns excelentes jogadores esquecidos nas convocações, plenos de vontade sincera e patriótica de defender o seu país, sem condicionamentos estelares e reinvidicações de musos operísticos. E o mais importante, prontos de imediato a pelo menos 40 dias de preparação diária, suficientes para um entrosamento mínimo, porém eficaz na medida do possível.

Mas não, apelando para o mais fácil, mantendo o grupo dissidente de Las Vegas , alguns dos quais já se afastando da possível catástrofe mais do que prevista e anunciada, e contando com o imaginário ufanista de um tipo de mídia deslumbrada com o glamour pop star de uma plêiade de jogadores reservas, em sua grande maioria, em equipes internacionais de segunda linha, nosso Mocho Monsalve perde uma oportunidade impar, em se tratando do primeiro estrangeiro a selecionar e treinar uma seleção nacional, de formar uma autêntica e aguerrida equipe, que mesmo sem alguns incensados “nomões “ , poderia bem, muito bem representar nosso basquete em Atenas.

Seriam 40 dias de treinos diários, ou sejam, 80 treinos possíveis, muito mais do que os 34 que planejou com as debandadas super(?) estrelas.

Fosse eu , ou algum dos excelentes técnicos que possuímos no país (sim caríssimo Grego melhor que um presente, temos excelentes técnicos ,e apontei alguns deles a você em Brasilia, cujo convite para um bate-papo na CBB espero sentado até hoje, mas que não me faz falta nenhuma...), convocaria 14 jogadores, entre os que mesmo jogando lá fora se mostram disponiveis à seleção, e outros que por aqui sonham em defender a camisa listrada (isso mesmo, exigiria a retomada do uniforme antigo e vitorioso em mundiais e Olimpíadas), tão esquecida e traída.

Seriam 14 convocados e duas passagens de avião, ou ônibus em data aberta, sempre pregadas no quadro de avisos, apontando com absoluta precisão a disposição de dispensar sem contemplação todo aquele que manifestar liderar reuniões fechadas e declarações técnico-táticas que ferissem o sentido de formação de uma verdadeira equipe, no mais absoluto respeito a seus lideres, e hierarquias disciplinares.

Huertas, Valter, Helio(Franca), Mateus, Alex, Marcio, Marcelo, Rogério, Spliter, Probst, JP Batista, Drudi, Murilo, Dedé, seria um boa lista, pois estão em grande forma, tem os veteranos indispensáveis ao bom equilíbrio emocional, tem os jovens de futuro garantido, tem força e bons fundamentos, e principalmente, tem tempo para treinar, já que livres de obrigações injustas e contratuais. O Spliter, ao optar pelo basquete europeu, provou que o paraíso da NBA não é tão atrativo assim , principalmente para quem ama o jogo de verdade.

Uma seleção necessita antes de tudo, de amor, dedicação e sacrifício, mesmo que os resultados não sejam a principio os desejados, mas que solidifiquem uma tradição e um compromisso de luta e dádiva, que foi o exemplo deixado pelas gerações vitoriosas que antecederam a todos estes jogadores, e por que não, a todos os técnicos que atuam hodiernamente, espanhóis ou não.

Sonho ou realidade, equipes A e B são despropositadas e políticas, ferem o principio de seleção, ou reunião dos melhores, num ano de competições únicas e transcendentais para o grande jogo entre nós, onde um Sul-Americano teria de servir obrigatoriamente como preparação prática para o Pré-Olímpico, e onde poderíamos treinar até e inclusive em dias de jogos, visando a competição maior, na qual a realidade olímpica não fosse mera questão de sorte, e sim uma possibilidade viável de classificação. Creio, que com vontade e discernimento ainda teríamos tempo de corrigir tão amargo engano, que poderá se tornar mais amargo ainda na continuidade do que perpetraram irresponsavelmente. Assim penso.

Amém.

12 Comments:

At 2:40 AM, Anonymous Anônimo said...

Professor Paulo Murilo,

Realmente prestes a competicao mais importante dos ultimos anos, podemos observar que estamos prestes a naufragar visto que nossos jogadores principalmente "nossas estrelas" ainda nao confirmaram as suas participacoes e apresentacao. O periodo de treinamento e curto! Nossos jogadores "estrelas" prestando entrevistas como as do Leandrinho e muito triste, e este nao sera nem chamado a atencao pelas observacoes e falta de respeito com o "Salvador" ao perguntar ao jornalista "qual e nome desse cara mesmo? Pode ser que eu esteja errado, mas acredito que tudo isso ja faz parte de um "script" que venha justificar um possivel desastre em Atenas. Paulo nao estamos aqui somente para criticar pois isto e muito facil fazer principalmente no Brasil onde pouco se respeita o profissional. Parece que tudo o que aprendemos sobre treinamento, preparacao e lideranca de uma equipe para uma competicao tao importante como o pre olimpico esta errado quando comparado ao plano de trabalho elaborado pela CBB e pelo "Salvador". Como voce sugeriu e recomendou, poderiamos ter uma equipe mais aguerrida e mais competitiva em Atenas se quebrassemos o grupo de Las vegas, porem falta pulso, coragem e comando para tal. Esta equipe poderia ser preparada durante 40 dias de treinamentos e amistosos. Do jeito que esta e se conseguirmos a classificacao nao sera por merito ou pelo resultado do trabalho e sim uma questao de sorte. Paulo, aqui no mundo Arabe estou tendo a oportunidade de dirigir jogadores estrangeiros, principalmente Americanos, e estes ate o momento tem se mostrado excelentes profissionais dentro e fora da quadra. Tive a oportunidade de treinar jogadores como Lorenzo Hall, 2.09m (pivot da Univ Georgia), Raymond Hughley 2.15m que jogava na Turquia, Tony Madison 1.91m (craque e estrela no Libano), Daniel Okonko 2.08m (Princeton) o melhor armador que ja dirigi em minha carreira, Larry Wright, Carlos Booker 2.21m (Southern Miss. Univ.), Rahshaun Roberts 2.08ms (fantastico ala), entre outros. O que estou querendo mostrar e que este jogadores sempre treinaram em tempo integral comigo e tinham uma postura de lideranca dentro e fora da quadra especialmente em relacao aos jogadores locais e o comportamento durante os treinos e jogos. Acredito que estes jogadores poderiam servir de exemplo as nossas estrelas.

 
At 12:12 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Walter,nesse diálogo quase solitário que sempre travamos,ao largo dos também quase inexistentes comentarios dos muitos,afirmo com provas concludentes,muitos técnicos que tiram uma casquinha aqui desta humilde trincheira,mas se omitem evitando um envolvimento,que segundo alguns,fechariam os caminhos em suas carreiras,numa argumentação discutivel,já que não somos tão importantes e determinantes assim, pergunto a você-Se convidado para dirigir nossa seleção,o que faria inicialmente?Meu posicionamento já é sobejamente conhecido e divulgado pelo blog,numa luta constante pelas necessárias mudanças,por mais drásticas que fossem.Mas,você Walter,trilharia outros caminhos?Creio que com sua vasta experiência no exterior,sua produção acadêmica com vários livros de ótima qualidade,poderia ajudar os jovens técnicos brasileiros a se encontrarem sob uma ótica inovadora,em contraponto ao vazio ideológico e técnico daqueles que comandam o grande jogo entre nós.O que você faria Walter?Como acredito que é chegada a hora das grandes definições e dos posicionamentos baseados na decência,na qualidade técnica e profissional,e principalmente na ética, ouso colocar,e me perdoe por isso,tão importante questão.Um abração de seu ex-técnico e amigo,Paulo.

 
At 7:41 AM, Anonymous Anônimo said...

Professor Paulo Murilo,

Obrigado pelo comentario e palavras carinhosas em relacao a minha pessoa. Em relacao ao que faria - eu acredito que meus comentarios ja respondem a sua pergunta. Eu prefiro ter uma equipe unida e comprometida com o objetivo final, ou seja, a classificacao do Brasil para as Olimpiadas colocando em segundo lugar os caprichos e vontades individuais em pro do grupo e da classificacao! No que eu posso obervar de longe e que nao existe quimica para que tal trabalho possa vir a ser executado com este grupo pois algumas pecas chaves nao respeitam o comando tanto dentro quanto fora de quadra. E incrivel a situacao do basquetebol brasileiro - onde jogadores escolhem tecnicos??? e se acham maiores e mais importantes do que a insituicao - o Pais! Baseado no que eu tenho lido, esta claro que o grupo da NBA nao aceita o comando indicado pela CBB - entao se eu sou tecnico escolhido e estes jogadores nao aceitam o meu comando - eu tenho as seguintes opcoes: 1. Eu nao os convoco e 2. se isso nao for uma atitude aceita pela CBB eu pego o meu bone e digo Adeus! Paulo no convivio familiar e no profissional, os valores citados por voce nao podem estar ausente. A Etica infelizmente e o que falta! Obrigado pela consideracao - te-lo como tecnico, amigo e professor e algo que me honra! Ate breve.

 
At 2:41 PM, Blogger Basquete Brasil said...

É isso Walter, é isso mesmo.Até breve,se os deuses assim o quiserem.Um abraço fraterno,Paulo.

 
At 3:32 PM, Anonymous Anônimo said...

Eu estou de acordo com Walter, quando ele escreve:"Baseado no que eu tenho lido, esta claro que o grupo da NBA nao aceita o comando indicado pela CBB - entao se eu sou tecnico escolhido e estes jogadores nao aceitam o meu comando - eu tenho as seguintes opcoes: 1. Eu nao os convoco e 2. se isso nao for uma atitude aceita pela CBB eu pego o meu boné e digo Adeus!"

E quero dizer o seguinte, acho que os dois vão concordar comigo, pois os garotos ligados à NBA, acham que estou equivocado!!!!

Se as "estrelas da NBA", estivessem realmente com vontade de elevar o nome do PAÍS no BASQUETEBOL, seriam muito bem vindo para fazer parte da rotação da equipe, mas não vejo em nenhum deles, o status de líder em quadra, em compensação pude vislumbrar nessa temporada 3 atletas brasileiros em nível internacional com perfil e com potencial para tal STATUS: SPLITTER que lidera o TAU CERÂMICA ao título Espanhol, HUERTAS que foi emprestado para IURBENTIA que acabára de subir para primeira divisão e liderou a equipe até os PLAYOFFS da mesma competição espanhola, e não por menos foi escolhido o melhor PG ou ARMADOR da LIGA ACB, e por fim gostaria de constatar que temos uma "pérola" sendo preparado na BYU, TAVERNARI, filho da Thelminha, uma brilhante professora de basquetebol, esse garoto é um líder nato, pontuador e respira e vive o basquetebol, ama o esporte e mais ainda ama o país, ele para mim tem que ser tratado como uma jóia!!!

E sobre os convocados que o Ilustríssimo Professor Paulo levaria, achei bacana... Mas mudaria algumas peças!!!

Minha seleção e o porquê: HUERTAS(atualmente o melhor PG que possuímos), Valtinho(experiente, ele pode dar a cadência em alguns momentos) e Hélio do Fla(ótimo defensor e excelente visão de jogo); Alex Garcia(um puta defensor e sempre deixa seu coração em quadra), Marcelo Machado(pontuador nato e possui experiência internacional para momentos críticos dentro do jogo), Dedé(técnico e sabe pontuar seria uma opção boa de banco); Rogério(um ALA calejado internacionalmente, daria tranquilidade aos jovens, além de saber definir partidas), Tavernari(jovem porém talentoso nos dois lados da quadra, excelente pontuador e um defensor perfeito); Probst(excelente reboteiro e joga sempre buscando a perfeição próximo da cesta), Drudi(tem bom JUMP e ótimo posicionamento); Splitter(nosso melhor BIG MAN atualmente e sempre demonstra garra na seleção), JP BATISTA(é o nosso PIVÔ mais técnico, apesar de lento, sabe jogar como poucos de costas para cesta), BABY(forte e determinado, foi o único ponto positivo de seu time na LIGA RUSSA, apesar de estar um tempo sem jogar, vem se preparando a 30 dias para a seleção).

Eu levaria esses e assim tería uma equipe competitiva, que com 40 dias poderia fazer frente às melhores do MUNDO, como: GRécia, Argentina, Alemanha, Espanha e etc.

Um abração Professor Paulo!!!

 
At 5:40 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Clovis,ótimas colocações as suas, provando que muito do potencial que todos desejamos para nossa seleção é encontrado aqui mesmo,em nosso país.Seus reparos à hipotética lista que publiquei provam essa tese, com dois aspectos a mencionar, o Tavernari e o Baby. Como só analiso o que vejo e conheço, seria injusto mencionar o jovem Tavernari por ouvir dizer, pois não se seleciona dessa forma quem quer que seja.O Baby,estaria fora pelo retrospecto punitivo originado no Pré de Porto Rico, cujo exemplo negativo não pode encontrar guarida na representação máxima do país. Ele já teve sua chance. Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 4:03 PM, Blogger Unknown said...

professor, estou curioso para saber quem o Moncho chamará para a equipe "principal" no lugar das "estrelas". Se for ógico chamara o pessoal do grupo "B"! ou Nem chamará. O duda deve estar certo na principal agora, quando tem gente muito melhor.

abraços

 
At 3:43 AM, Anonymous Anônimo said...

William,

Apesar de eu não ser o Professor Paulo, eu gostaria de expressar minha opinião!!! Na minha visão de basquetebol, pro lugar de Leandrinho e Varejão, chamaria um armador entre FÚLVIO e HÉLIO(FLA), e pro lugar do Varejão, levaria sem pestanejar o TAVERNARI, até pq tem vários pivôs chamados na primeira lista dele!!! E por enquanto, Nenê não disse se vai ou não, né?????

Um abração!!!

 
At 5:12 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezados William e Clovis,como vemos,quando o assunto é convocação entram em ação os critérios pessoais de quem convoca, objetivos ou subjetivos.Na semana que vem publicarei mais um capítulo da serie Sistemas,onde abordarei o sistema de ataque que estudei e utilizei nas últimas equipes que dirigi,e que tanta curiosidade despertou em muitos leitores.Talvez possam entender os criterios que orientaram minha escolha na convocação ensaiada no artigo Nossa Seleção. Um abraço aos dois,
Paulo Murilo.

 
At 1:51 AM, Anonymous Anônimo said...

Professor Paulo Murilo,

Parece que nos estavamos advinhando que os jogadores da NBA nao iriam participar do pre-olimpico. O problema e que a CBB deveria ter antecipado tal situacao e ja ter para a apresentacao no inicio dos trabalhos no dia 11 de junho. Acredito que desta forma o grupo estaria muito mais unido e os jogadores mais confiantes! A psicologia agora e: 1. A CBB ja tem uma desculpa para qualquer desastre durante a competicao 2. O pobre do Marcelinho tera que ser o lider do grupo - eu acho que ele tem a personalidade para tal posicao e e vai saber administrar tal responsabilidade. Para ser sincero, tenho mais confianca neste grupo do que no anterior. So espero qe o "Salvador" tenha tempo para treinar tudo o que e necessario, como comentado anterioprmente, para uma competicao tao importante. e Seja o que Deus quizer! Amen!

 
At 1:53 AM, Anonymous Anônimo said...

Professor desculpe na segunda sentenca de minha resposta eu cortei algumas palavras a sentenca deveria ser a seguinte: O problema e que a CBB deveria ter antecipado tal situacao e ja ter conovacado um numero maior de jogadores para a apresentacao no inicio dos trabalhos no dia 11 de junho. Acredito que desta forma o grupo estaria muito mais unido e os jogadores mais confiantes!

Sorry- ate breve.!

 
At 12:55 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Walter,não era preciso ser advinho para projetar conclusões sobre os caras da NBA,assim como muitos dos que atuam na Europa,a maioria deles muito mais interessados em seus investimentos de midia,do que aos interesses auto promocionais da turba da CBB.A vitrine aos poucos vai se esfacelando junto ao que resta de prestigio da seleção na comunidade internacional.E todos eles não estão nem aí para patriotismos,quando entram em jogo interesses comerciais e financeiros.Amor ao país e às suas tradições é coisa para amadores e sonhadores,e o exemplo globalizado da NBA está ai para dirigir e fazer a cabeça dos jovens mundo afora.Por tudo isso,é que ainda mantenho acesa em minha mente aquela pequena chama do idealismo,que mantém a fé em dias melhores,saudáveis,honestos e dignos de serem vivenciados,mesmo que tenha de pagar o preço do marginalismo imposto pela colonização exógena que nos esmaga,a qual me nego a aceitar.Um abração, Paulo.

 

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