Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
14 maio 2008
QUE TAL...
Depois de assistir pela TV ao jogo Franca x Limeira, com três quartos muito bem jogados e um quarto final razoável, constatamos na prorrogação quão bons são os armadores da nova geração brasileira, e não só destas duas equipes que disputam a Super Copa, também presentes no Campeonato Nacional. Outra posição com bons jogadores é a de pivô, a maioria alta e esguia, movimentando-se em velocidade permanente, somente pecando quando, num rasgo saudosista, teimam em emular os mastodontes americanos com seu jogo em marcha a ré no sentido da cesta, sob os olhares passivos e contemplativos dos demais companheiros da equipe, numa prova inconteste de falha em um sistema mal treinado e pessimamente copiado da matriz, coisas do colonialismo a que nos submetemos desde a muito tempo. Infelizmente, nossos alas, com pouquíssimas exceções, ainda carecem de uma formação mais técnica, produto da má interação Sistema x Fundamentos, sobre a qual tenho publicado muitos artigos.
Enquanto isso, na internet e na mídia em geral, conjecturas mil se fazem presentes quanto a formação da seleção que disputará o Pré-Olímpico de Atenas, como não saibamos de cor a constituição da mesma, no jogo de cartas marcadas mais descarado das últimas duas décadas. Tornou-se lugar comum desvalorizar-se jogadores que não “brilhem” no exterior, a maioria deles reservas , e pouco influentes nos resultados de suas equipes, salvo alguns esporádicos brilharecos, previsíveis dentro da concepção estatística percentual que tanto admiram, promovem e financiam. Esse fenômeno, se assim podemos conceituar, já grassa à rodo em nossos campeonatos, onde produtividade estatística percentual mascara a mais verossímil medida, a do coeficiente de produção, onde ações positivas e negativas, geram um produto a ser dividido pelo tempo em quadra, permitindo que jogadores sejam avaliados e comparados pelo que realmente produzem em jogo, apesar da variável do desgaste físico ainda não poder contar com uma medida compensatória no resultado final, mas nada que uma boa e eficiente pesquisa não resolva, claro, se os técnicos quiserem, ou admitirem pesquisá-la...
Que tal da relação: Helio, Fulvio, Matheus, Dedé, Renato, Alex, Marcio, Fernando, Rogerio, Marcos, Probst, Drudi, Lucas, Teichman, e alguns outros, todos disputando a Super Copa, sem mencionarmos tantos outros que disputam o Campeonato Nacional( apesar de serem passiveis de convocação pelos critérios políticos da CBB, ao contrario dos que disputam a Super Copa), formarmos uma excelente seleção, convocada pelos técnicos em disputa, dirigida pelo campeão e vice-campeão, para numa serie de jogos com a seleção principal por algumas capitais brasileiras, como os americanos, seus ídolos perenes, o fazem regularmente com a seleção de universitários, no intuito de treinar duramente a equipe nacional, e divulgar o basquete junto à população jovem do país, em vez de se esconderem em algum lugar da Europa, longe dos olhares inquisidores dos especialistas, alguns dos quais não se deixam levar pelo engodo que se arma em nome de uma preparação ambígua, onde já são ensaidas as mesmas situações que nos levaram à bancarrota no último Pré.
Que oportunidade preciosa de serem estabelecidas autênticas e decisivas metas para o soerguimento do basquetebol, junto ao povo que o teve como segundo esporte em seu coração, defenestrado que foi pelas péssimas administrações dos últimos vinte anos. Que grande oportunidade de provarem realmente que se interessam pelo seu futuro junto aos jovens, incentivando-os com a presença dos grandes jogadores pátrios, e não distantes de todos, imunizando-os de criticas, opiniões e sugestões olho no olho. Que enorme chance de colocarmos os mais altos interesses do grande jogo acima da politicalha reinante, que nos empurra ladeira abaixo. Que oportunidade, ainda não perdida, de estancarmos a sangria das vaidades feridas, esvaindo nossas parcas chances de classificação, em nome de uma política de rapina.
Quem sabe, talvez não em breve espaço de tempo, possamos voltar a trilhar os caminhos outrora percorridos por quem de direito, pelos melhores, jogando e dirigindo, alcançado pelo mérito, com a aprovação inconteste de seus pares, como foi e deveria voltar a sê-lo, numa constatação de bom senso, justiça e patriotismo.
Amém.
6 Comments:
Olá,
Estou entrando em contato novamente para tratar da Parceria Comercial mencionada via e-mail em 09/05/08.
Continuamos interessados no site.
Aguardo um retorno para iniciarmos a negociação.
Grata e à disposição,
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Prezada Stephanie,contate-me pelo email paulomurilo@infolink.com.br para conversarmos a respeito.Um abraço,Paulo Murilo.
Professor Paulo, estou de acordo com vc, sobre a preparação brasileira e sobre os armadores e pivôs dessa atual geração, são todos de altíssimo nível, ou próximo disso!!!!
Gostaria de abrilhantar aqui no seu BLOG o feito de mais um armador brasileiro, o pouco utilizado pela seleção, MARCELINHO HUERTAS, que foi considerado o melhor PG da LIGA ACB da ESPANHA, uma das mais fortes e competitivas, desbancando jogadores como RICKY RUBIO, PEPE SANCHEZ, RAUL LÓPEZ, PABLO PRIGIONI e tantos outros astros de seleções campeãs... Gostaria de saber o que vc acha desse atleta??????
E gostaria de dizer, que seu comentário sobre a preparação, visando não somente as Olimpíadas e o Sul-Americano, fosse também para buscar uma identidade junto à população brasileira, que pouco vê basquete e poucas oportunidades tem de ver os "estrangeiros" como LEANDRINHO, SPLITTER, NENÊ, VAREJÃO, HUERTAS, TAVERNARI e tantos outros que estão mundo a fora!!!!
E eu sou a favor que se fizesse uma preparação, utilizando atletas que irão pro SUL-AMERICANO, ou seleção B, e os atletas da SELEÇÃO A, ou que irão para o Pré-Olímpico, e fazendo bons jogos e se preparando de forma conjunta!!!! O que vc acha disso??????
Mesmo que a seleção A terá MONCHO MONSALVE como treinador e a Seleção B terá o ótimo PAULO CHUPETA, eu acho válido, uma interação entre todos, o que vc acha????? Seria bom, pro basquetebol nacional????? E para a seleção?????
Um abração Professor!!!!
Prezado Clovis,acredito que o presente artigo tenha exposto minha posição a respeito das duas seleções.O Huertas ja era para ser lançado junto ao Valter desde o Pan aqui no Rio numa armação dupla, a mesma que o técnico daquela seleção vem se utilizando na equipe que dirige em Brasilia.Incoerências acontecem,erros também,mas o reconhecimento dos mesmos é prova de bom senso e vontade de acertar.Aos poucos vamos recobrando nossas valências,nossas capacidades,provando que nem tudo esta perdido. Um abraço,
Paulo Murilo.
Professor Paulo Murilo,
Infelizmente voce tem razao em relacao a convocacao e cartas marcadas. Em relacao ao Paulo Sampaio, eu nao tenho nada contra, pelo contrario. Mas eu acho que a indicacao de um tecnico sem experiencia para a selecao adulta deveria seguir um planejamento que fosse implantado pela propria CBB onde os tecnicos infanto, juvenil, cadete, etc. fossem aos poucos evoluindo e sendo promovidos de uma categoria para a outra ate chegar ao primeiro time. Isto e feito em outros paises. Ate breve.
Walter,ter razão quase sempre é um fardo muito pesado,pois fica parecendo que a dúvida deixa de existir.Ainda mais quando a larga e sacrificada experiência afasta em muito a possibilidade do erro.Adoraria não ter razão sobre os muitos fatores que nos afastam do soerguimento,mas,infelizmente,são tão notorios e repetitivos,que nos fazem arautos do óbvio.Muitas de nossas mazelas seriam superadas com a união dos técnicos,únicos que poderiam hierarquisar a carreira e os objetivos inerentes a mesma.Será que o conseguiremos um dia?
Um abraço,Paulo Murilo.
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