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Prof.Paulo Murilo 

15 janeiro 2005

BENVINDAS COINCIDÊNCIAS

Coincidências acontecem,e quando acrescentam evolução tanto melhor.Em 8 de janeiro publiquei o artigo"Um possível(re)começo",onde propunha que os clubes do Rio de Janeiro,principalmente os de futebol,formassem suas equipes principais com aqueles jogadores egressos dos juvenís,e inclusive dei o exemplo do campeonato de 1997 quando dirigia o Barra da Tijuca,onde pude constatar o alto grau de qualidade daqueles jovens nas 12 equipes participantes,dos quais somente 3 estariam atuando no Campeonato Nacional.A maioria deles seguiu seu caminho de estudos e trabalho,estando hoje na faixa dos 24-26 anos, que é a fase do amadurecimento técnico.Muitos seguiram jogando nas universidades e nos fins de semana,pois o amor à modalidade não deixa de existir jamais.De 97 aos dias atuais outros tantos foram relegados para darem lugar aos craques que percorrem as prefeituras do país atrás de seus vultosos contratos como uma "caravana rolidei" de mesmice cristalizada.Mas eis que no O Globo do dia 15 e no de hoje,19,publicou que aqui no Rio a Federação organizará um campeonato municipal entre março e julho sem a presença da equipe patrocinada pela prefeitura, o que permitiria uma formação não profissional das equipes que participassem,ou seja se abririam portas para uma nova geração de jogadores,e por que não, aqueles que hoje formados e no mercado de trabalho poderiam dedicar 3 horas de suas vidas, 3 vezes por semana ou diariamente para entrarem em forma se bem treinados e orientados.Hoje o Flamengo anunciou que irá disputar o Sul-Americano de clubes com uma equipe de jovens e com o técnico dos juvenis,no que se constitue em um ato de coragem dificil de acontecer nos dias de hoje.Se tudo isso se tornar realidade só teremos a lucrar nos próximos anos, pois ficará provado que para o nível do nosso basquetebol trabalho e estudo não seria entrave a bons campeonatos.Mas paralelamente a essa conquista que fosse afastado de nossas equipes o fantasma do monolítico modelo NBA,com seu padrão fundamentado no Passing Game,e que foi definido não sei por quem de "basquetebol internacional",numa tentativa absurda de globalização técnica,e que as enterradas e a religião dos três pontos sejam colocadas em suas devidas proporções e não como os fócos do jogo, o anacrônico espetáculo.Tudo isso pode e deve ser atingido se houver vontade de fugir de um esquema suicida e estúpido, e que até hoje só beneficiou uns poucos oportunistas que se apossaram dos destinos do basquetebol campeão do mundo e medalhista olímpico,levando-o ao estado de indigência técnica que hoje apresenta.Que estes novos jogadores se exercitem nos fundamentos,se dediquem a uma boa preparação fisica, e que, mesmo sem o marqueting das atuais estrêlas nos dêem esperanças em dias melhores.Mas que juntamente ao aproveitamento desses jogadores, que os clubes premiem seus dedicados técnicos de categorias de formação,pois eles conhecem bem quem formam, ao contrario de alguns luminares que quando muito administram jogadores sem olhar em seus olhos,já que ficam magnetizados pela figura onírica e irreal de uma simples e inodora prancheta.Esses jovens precisam de tecnicos,de professores e não de coreógrafos.Que o Diretor Técnico da Federação do Rio de Janeiro,que foi um ótimo aluno meu, tome essa atitude corajosa e que tenha argumentação poderosa para convencer os clubes para uma cruzada que pode dar excelentes frutos.Assim desejo, e torço.