Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
13 outubro 2005
A CAIXA DE PANDORA
O grego melhor que um presente não só manteve o dominio dos cofres e sua mágica chave,como agora abre sua Caixa de Pandora de onde emerge uma lingua que ficou lá trancada por todo o período eleitoral,sábia e matreiramente aliás.E pelo longo e auto-forçado silêncio desandou a emitir conceitos,premissas,promessas,e pasmem, futurologia em conquistas que certamente alcançaremos,sem dúvidas nenhumas,segundo suas previsões.Uma, serão as conquistas dos próximos mundiais masculino e feminino,outra,a classificação para as Olimpíadas.No caso do masculino disserta sobre nossa superioridade com relação às equipes européias,e nivelamento com as equipes da Argentina e Estados Unidos."Quem pensa em ser primeiro pode ser primeiro,segundo ou terceiro.Quem pensa em ser quarto não fica entre os primeiros".Sem dúvida é uma premissa brilhante de quem vem,mas de uma obtusidade que beira ao ridículo.E é essa a orientação que temos para o basquete brasileiro no plano diretivo,no âmbito da cartolagem.Apostam suas fichas nas promessas a médio e longuíssimo prazo,dando o máximo de linha que puderem ao imaginário que cercam a atividade,seja no plano da divulgação,seja na mente dos que amam e torcem por aquele futuro de sucessos.E assim vai levando seu pseudo-comando,todo ele estacionado em areia mais do que movediça, tal a fragilidade,porém enfáticos argumentos.Impossivel,sob o ângulo técnico conotar veracidade e exequibilidade aos mesmos,a não ser sua gloriosa assessoria técnica, aquela volátil comissão técnica que representa as entidades que comandam os destinos técnico-táticos de nossas seleções,o poder mágico que emana de um dos cofres da CBB, e cuja chave compra e corrompe àqueles ansiosos pela glória,mesmo que efêmera.Por mudarem de campo na medida de suas conveniências tornam-se irremediavelmente voláteis perante o principio básico que rege as leis desportivas,a ética.E manipulados magistralmente em suas vaidades pela rapôsa-mor,trocam NLB por CBB com a mesma facilidade que as rapôsas trocam de pelagem,inclusive jogadores.Na ótica da CBB,tendo ao seu lado,comprados pelo fascínio,ou não,os melhores clubes, os melhores jogadores e o que considera os melhores técnicos,nada deve ser conotado à Liga que se antepõe aos seus designeos.Desde que os próceres da maior organização desportiva do mundo,a FIFA,começaram a se beijar na face públicamente,no mais puro e tradicional estilo mafioso,que as demais federações tentam agregar a seus regulamentos e leis,aqueles principios corporativistas da liga maior,onde o poder e o tráfico de influências dão as cartas.E ai de quem se antepuser,pois aos perdedores,as batatas,e nada mais do que as batatas.Mas no fundo da questão emerge a eterna dúvida,aquela que põe em cheque os sonhos de poder e conquista de dirigentes desportivos em seu afã de perpetualidade no poder.Será que realmente tenho ao meu lado os melhores?Os que me garantirão no futuro?No nosso caso,do basquete brasileiro,afianço com a mais absoluta convicção de quem vive e convive no meio por mais de 45 anos, que não!Temos um conceito e um sistema de jogo absurdo e perdedor,mesmo com bons e futurosos jogadores,que precisam de quem os ensinem as artes dos fundamentos,e não as evoluções coreográficas que são obrigados a realizar sem preparo para as mesmas,pois são fruto de mentes que não admitem o livre arbítrio,mas que o cobram como se os jogadores estivessem preparados para praticá-lo.E aqui vai um simples prova,nas palavras de um dos luminares da CBB em recente entrevista à Folha de S.Paulo-"Temos boas atletas,mas que são inexperientes.O que ocorreu no Paraguai(cesta contra),além de testar meu coração,mostrou o quanto elas estão verdes.E não temos a mesma oferta de jovens que o masculino.Temos de cuidar disso"disse Barbosa,que comandou as novatas no Paraguai. mais adiante continua-"Queria levá-las aos EUA,mas acho que não será possivel.Vamos nem que seja ao Paraguai.Tecnicamente não ajuda muito,mas é viagem,outra lingua,outra comida.Vai dar bagagem"disse ele,que,se não conseguir tirá-las da América do Sul,quer jogos contra times adultos dos paizes vizinhos."Elas não precisam ganhar,e sim aprender".Simplesmente inacreditável!Trocar ensinamentos de fundamentos,treinamento árduo,por viagens,outras comidas e outras linguas,mesmo que não ajudem técnicamente chega a ser deboche.Mas assim como ele,todos os outros têm acesso ao velocino de ouro à chave de um dos cofres,e talvez,dos dois.Poder é isso aí,e quem não o tem trate de conquistá-lo,com as armas de que dispõem,muito trabalho,transparência,e principalmente,mérito.Testado em sua lealdade pelos fariseus,Jesus perguntado a quem deveria reverenciar tendo uma moeda romana em mãos disse-"Dêem a Deus o que é de Deus e a César o que é de César".E nada mais foi perguntado.Amen.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home