Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
10 setembro 2005
ENFRENTANDO TURCOS E OUTROS BICHOS...
Em duas semi-finais do Campeonato Europeu Feminino que assisti hoje,sábado,pela TV constatei o fim das grandes pivôs,massudas e pesadas,e o advento de jogadoras cada vez mais altas,esguias e rápidas,e em todas as posições,das armadoras às pivôs.As equipes da Russia e da República Tcheca foram pródigas neste novo modelo de atleta,e que teve seu começo na Australia em 91 quando a equipe brasileira venceu o Mundial exatamente por adotar o esquema fundamentado em jogadoras esguias e pivôs altas e ágeis,velozes e saltadoras.O que fizemos depois,invertendo o processo, já expús em artigos passados,e pelo visto ainda teimamos na negação do que nós mesmos inovamos naquele Campeonato.Mas tanto as européias,como as americanas cada vez mais investem na velocidade aliada à leveza,produzindo jogadoras extremamente versáteis e rápidas.Inversamente às mulheres,muitos países,ainda prêsos à influência exercida pela globalizada NBA,mantêm esquemas fundamentados em jogadores pesados e lentos,mas que aos poucos vão sendo suplantados pelo exemplo aprasentado pelas equipes femininas.Em artigo recente um articulista chama a atenção para a equipe da Turquia,que sob o comando de um técnico sérvio venceu o grande time da Itália por quase trinta pontos ao se utilizarem de jogadores muito altos,pesados,não muito velozes,mas que blindaram seu garrafão defensivo aos atacantes italianos,que claro,não foram tão eficientes nos tiros longos o quanto costumam ser normalmente.Alerta o mesmo articulista que a Seleçaõ Brasileira,se adotar o sistema baseado em velocidade e tiros longos que empregou na Copa America,corre o extremo perigo de não passar da primeira fase do Mundial.Em miúdos,se não adotar o estilo massudo e pesado,principalmente na defesa do perímetro nada conseguirá de concreto,e apresenta o exemplo turco como um argumento poderoso do que propugna.Será a Turquia tão poderosa assim?No concêrto mundial esse país pouco apresentou de inovador para o basquetebol,a não ser o fato de,tendo em seu país uma enorme base da USAF,que das forças armadas americanas é aque mais se destaca no desenvolvimento esportivo,em particular o basquetebol,que é incluido na formação de seus pilôtos como treinamento de movimentos precisos e estratégicos.A influência exercida pela longa permanência em países de bases americanas,manifesta na população,principalmente a mais jovem,o interesse por suas atividades,e o esporte em particular.Basquetebol existe na Turquia exatamente por isso,pois seus esportes naturais sempre foram o futebol,as lutas e o levantamento de pêso.Com jogadores muito altos e pesados,e que jogam na NBA e clubes europeus,o técnico sérvio montou tal máquina de bloqueio que parou a equipe italiana, que ainda mantem dois ou três jogadores do mesmo quilate fisico dos turcos,mas sem a força bruta dos mesmos.Duvido que mantenham tais jogadores,substituido-os por outros mais leves,porém velozes e hábeis.Argentina,Lituânia,e provavelmente a Russia empregarão o sistema que privilegia a velocidade em detrimento da força,pois essa tendência cristalizada nas últimas olimpíadas varreu o mundo,inclusive a NBA que teve no Suns seu representante maior e já imitado por outras equipes da grande Liga.No Campeonato Universitário desse ano,a mais festejada"inovação"foi o ressucitamento do arremesso de dois pontos por quase todas as equipes finalistas,sinalizando a volta do drible e das fintas como antíteses do Passing Game,assim como o abandono quase total dos grandes pivôs intimidadores ante bandejas e enterradas.O Brasil,se optar pela velocidade e habilidade de seus pivôs,estará dando um passo certeiro ante tal tendência,corajosa e inteligentemente adotada por nossos hermanos argentinos,bem secundados por lituânos,italianos,e sob alguns aspectos, pelos espanhois.Mas para tanto teremos de contar com armadores muito bem treinados,onde as duplas Valtinho e Leandro,Nezinho e Huertas,sejam preparados para atuarem no perímetro,evitando a subida descabida dos pivôs,que enfraquece os rebotes ofensivos,e fazendo-os se movimentarem permanentemente pelo garrafão ofensivo,a fim de deslocarem os defensores que quanto mais pesados e lentos forem,tanto mais eficazes nos tornaremos nos arremessos de curta e média distâncias.Os arremessos de três pontos devem ser executados por aqueles dois ou três especialistas,nas ocasiões em que possam ser concretizados com tempo necessário a um bom , preciso e equilibrado disparo.Ter uma equipe ágil,veloz,alta e mais leve,em hipótese alguma denota fraqueza defensiva,pois a maior arma que uma formaçaõ desse quilate pode apresentar é o jogo antecipativo,tanto defendendo como atacando,qualidade única propiciada pela velocidade de ações.Equipe pesada e lenta jamais poderá atuar em antecipação.Devemos nos lembrar que,com a divulgação maciça do sistema NBA de jogo pelo mundo,imitado à exaustão,tornou tal sistema de uso quase universal,com o codinome de"basquete internacional",fazendo que todas as equipes jogassem de forma igual ou semelhante,com pouquissimas variações,e que somente nos últimos três anos pudemos testemunhar mudanças bem radiacais,exercidas por uns poucos países,que ao vencerem as últimas competições internacionais,soaram o alarme de que se poderia jogar de outra maneira,e a Argentina foi brilhante nessa opção.Temos jogadores altos e velozes,e que poderão,se bem treinados,marcarem seus oponentes pela frente,sempre,pois serão cobertos permanentemente pelos companheiros,também altos e velozes,e por isso mesmo habilitados a rapidos contra-ataques,como já ensaiamos na Copa America.Se concretizarmos essa tendência,e temos competência para tanto,poderemos enfrentar turcos e outros bichos,por mais ferozes que possam parecer.
2 Comments:
Muito bom o blog parabéns, escreve muito bem, convido vc a entrar nesse fórum sobre Basquete www.nbabrasil.rd5.net
Abraços!
Caro R_a_s agradeço seu elogio,mas não
tenho como norma participar de fóruns
pela internet,fazendo-o somente em público,ao vivo,como venho fazendo nos últimos 40 anos,através cursos e clinicas em muitos pontos do país e no exterior.De qualquer forma,muito obrigado pelo convite.Paulo Murilo
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