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Prof.Paulo Murilo 

11 abril 2008

VERDADEIROS OU PSEUDO ARMADORES?

E a equipe do Flamengo conseguiu ir a final do Sul-Americano, brilhantemente aliás, vencendo a excelente equipe do Boca Juniors de forma convincente, apesar da enorme dúvida que se estabeleceu, ao retroceder taticamente perante sua ação demolidora de véspera, quando venceu o mesmo adversário por quase 30 pontos de diferença. Isto porque, se utilizando de dois armadores puros, como o Fred e o Hélio, levou de roldão a forte defesa do Boca, sedimentada pela boa técnica nos dribles e nas fintas dos dois , que inclusive, deram uma enorme contribuição, por conta de sua velocidade e visão periférica, ao ampliar e exeqüibilizar um sistema defensivo eficiente e fora do corriqueiro padrão empregado pelas demais equipes brasileiras, ou seja, a defesa linha da bola, que se empregada em toda a sua potencialidade, principalmente na marcação permanente dos pivôs adversários pela frente, teria atingido sua eficiência máxima. Mas, para uma primeira etapa na utilização da mesma, saíram-se bem os jogadores rubro-negros, que pelo seu esforço e dedicação mereceriam ser instruídos, treinados e incentivados à defesa dos pivôs da forma correta, pela frente.

No entanto, no terceiro e decisivo jogo, voltou o técnico do Flamengo a utilizar somente um dos armadores, propiciando a escalação dos dois irmãos Machado, que em absoluto detêm a mesma técnica nos fundamentos de drible, passe e fintas dos armadores Fred e Helio, fatores estes que fragilizaram perigosamente o ataque da Gávea, principalmente no terceiro quarto da partida, permitindo a aproximação dos argentinos no placard. Sem dúvida nenhuma, quando da presença dos dois armadores em quadra, as opções seqüenciais de jogadas de ataque se tornam fluidas e coerentes, pois duplica as condições efetivas de drible progressivo e passes decisivos, além de finalizações de curta distância efetuada pelos mesmos, complementadas por uma grande incidência de lances-livres provocados por faltas cometidas por uma defesa rompida com frequência. Acredito que para os jogos contra a equipe de Corrientes, a formação com dois armadores puros se torne de crucial importância, haja vista a qualidade inconteste dos similares argentinos, responsáveis pela brilhante e consistente invencibilidade da equipe no torneio, tanto nas ações ofensivas, como, e principalmente nas defensivas.

A equipe brasileira terá de se comprometer basicamente com o sistema defensivo, principalmente nos dois primeiros jogos que serão na Argentina, além de tentar manter, pelo maior espaço de tempo possível o equilíbrio técnico e tático exercido pelos armadores argentinos, somente possível se confrontados por também armadores de formação, quando habilidades fundamentais e velocidade determinarão as estratégias a serem seguidas no jogo. De forma alguma o Marcelo e seu irmão Duda poderão assumir esta tarefa, pois apesar de serem bons jogadores, não possuem as habilidades necessárias a tal confronto, principalmente quando forçados a driblarem com a mão esquerda, que serão as mãos liberadas pelos defensores argentinos, sabedores que são da fragilidade das mesmas. Pela capacidade pontuadora de ambos, deveriam se revesar continuamente durante todo o jogo, pois desta forma teriam dois ótimos e autênticos armadores trabalhando com eficiência, a fim de que recebessem bolas em condições ótimas para arremessos livres e equilibrados, e não forçando espaços, limitados por suas deficiências no trato da bola quando pressionados no ato do drible. Uma coisa é partir em velocidade driblando para a cesta, com espaço suficiente à frente. Outra, é criar esses mesmos espaços sob intensa pressão defensiva, somente conseguido por especialistas na armação.

Enfim, por sorte o técnico do Flamengo está no comando de uma equipe formada por bons jogadores, que tem demonstrado dedicação e grande espírito de luta, mas que terão de ser escalados obedecendo a critérios que os levem ao equilíbrio técnico-tático necessários às grandes vitorias, independendo de estrelismos e exclusivismos, visando sempre os interesses da equipe como um todo, e não propriedade de poucos. Se cada um de seus integrantes focarem o bem comum, colocando a serviço de todos suas qualidades e reconhecendo suas deficiências, propiciando que as mesmas sejam substituidas pelas qualidades dos companheiros, terão meio caminho percorrido para o enfrentamento decisivo, principalmente, repito, nas duas primeiras partidas em território argentino.

Se calçarem as sandálias da humildade (relembrando o grande Nelson Rodrigues...) e colocarem a equipe à frente das vaidades, criarão as condições para vencer o Sul-Americano, que faria um bem danado ao nosso claudicante basquetebol.

Amém.

2 Comments:

At 8:50 PM, Blogger Erico Konell said...

Bom, aqui é o Erico denovo, e queria lhe fazer a seguinte pergunta, sobre a minha atual condição:
Eu sou armador em um time de colégio, de 16 anos, tenho um ótimo controle de bola, e tenho dominio tanto da mão esquerda, quanto a direita, para o basquete consigo ser ambidestro. Tenho uma rotina de treinamento diaria, e mais alguns minutos extras de exercicios. Meu problema, é que parece que o jogo não flui, parece que meu time fica parado, não corre, e por eu ser armador, eu acho que isso vem da minha culpa, embora eu sempre proteja a bola, e analise os passes que eu faço, e brigo pelo melhor posicionamento da minha equipe dentro da quadra. Sempre que possivel assito jogos Brasileiros e NBA, para observar o posicionamento dos jogadores, a forma como correm, e o uso correto dos fundamentos em cada situação, mas não consigo faze-los fluir no jogo, tecnicamente, o que o sr. poderia dizer para me ajudar?
Se não for ruim para você, eu gostaria de tirar mais dúvidas contigo, sempre que possivel, tudo bem? Grato, Erico.

 
At 11:05 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Muito bem Erico,inicialmente parabenizo-o pela forma correta de se espressar,que na sua idade denota muito boa educação.Seguindo,nunca se defina como ótimo controlador de bola,inclusive ambi-destro.Lembre aquela definição da infantaria,para a qual o ótimo é apenas bom.Isso mesmo,você como bom armador,em pleno desenvolvimento dos fundamentos,sente que seu jogo não flui como desejaria,parecendo que seus companheiros de equipe atuam vagarosamente,aquém de sua performance,correto? Engano caro Erico.Na verdade,por sua habilidade no manejo da bola,sempre está à frente dos colegas,chegando inclusive,por muitas vezes na frente dos mesmos na zona de ataque.E pelo seu relato depreende-se que sua equipe jogue com somente você na armação,bem dentro do modelo generico implantado em nosso país.Sugiro duas coisas.Primeiro,peça a seu técnico que experimente jogar com um outro armador fazendo dupla com você.Imediatamente,a divisão de tarefas abrirá um campo enorme de possibilidades ofensivas, assim como defensivas também.Segundo,tente passar seus conhecimentos ao maior número possivel de companheiros,até mesmo pivôs,nos exercicios de 1 x 1,e verá como evoluirão individualmente e coletivamente,passando a entendê-lo nos passes e deslocamentos.Não esqueça que você faz parte de uma equipe,que precisa de ajuda mútua entre seus componentes,fator de progresso e evolução técnica. E não misture os tratamentos senhor e você.Opte por um que será sempre bem vindo.Sucesso. Paulo Murilo.

 

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