Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
04 junho 2008
O FLAMENGO DA PATRÍCIA...
O Flamengo foi o campeão, lídimo campeão, pois se fez merecedor pelo grande esforço de estruturar uma boa equipe, aqui no glorioso Rio de Janeiro, enquanto seus co-irmãos alugavam suas também gloriosas camisas como vendilhões de suas tradições e história. Parabéns pelo feito, parabéns pela teimosia, marca registrada rubro-negra. E muitos parabéns aos jogadores e ao técnico Paulo Sampaio, e sua competente comissão técnica.
Mas algo mais me chamou muita atenção nessa conquista, o apoio e suporte da vice-presidente de esportes olímpicos (creio ser este o cargo) Profª.Patrícia Amorim, para que esse sucesso se tornasse realidade, e que me fez recordar uma passagem com a mesma , quando cursava seu derradeiro semestre na EEFD/UFRJ, quando de seu estagio supervisionado em prática de ensino, do qual eu era o coordenador. Bela manhã, fui procurado pela então aluna Patrícia no campus da Praia Vermelha, que se apresentava para seu estagio, trazendo consigo uma programação a ser desenvolvida na piscina da escola, sugerida pela professora da modalidade. Fiz ver a ela que até aquele momento jamais havia permitido que alunos se voltassem, pelo menos no âmbito da instituição, no sentido da especialização pura e simples, e que naquele departamento insistíamos na formação generalista dos graduandos, que seria a realidade que encontrariam em suas vidas ligada às escolas do país. A Patrícia se contrariou, mas ante minha posição iniciou suas atividades na prática de ensino com uma turma de volibol no primeiro trimestre, e se não me engano, uma de futebol no segundo. Fez um excelente estágio e seguiu seu caminho de professora. Tempos depois a vi na coordenação de um CIEP em frente ao estádio do Flamengo na Gávea, onde estabeleceu uma relação clube-escola com grandes resultados, demonstrando que o aspecto generalista de sua atuação se fazia presente com sucesso. Quando se candidatou a vereadora, confiei meu voto àquela jovem , inicialmente contrariada com a minha decisão na EEFD, mas que compreendeu no desenrolar de sua vida profissional que eu tinha alguma razão ao manter o posicionamento pedagógico. Enfim, vejo-a na direção técnica do grande clube, com competência e idealismo, não só a favor se sua amada natação, mas prestigiando as demais modalidades, uma das quais a fez vibrar ontem na quadra de Brasília. Dou também meus parabéns a ela, a Profª. Patrícia Amorim.
Mas como um tema dessa envergadura, a final de um Campeonato Nacional, não poderia se extinguir afogado por merecidos parabéns, toco num detalhe que definiu e decidiu o jogo de ontem, os 40 pontos do Marcelo, e seus incríveis 21 x 21 lances-livres convertidos. Realmente dignos de nota e admiração, assim como de decepção quanto a incapacidade e primarismo de seus adversários na marcação sobre ele, que em se tratando de uma final, onde os melhores jogadores se defrontam, contabilizaram uma performance pífia e comprometedora.
Quem acompanha e conhece um pouco dos fundamentos do jogo, os de defesa em particular, está cansado de saber que a posição mais letal do arremesso de três do Marcelo se estabelece após um drible para a sua esquerda vindo da mão direita, característico do corte, onde a mão esquerda domina e paralisa a bola, levando-a ato continuo à posição elevada para o arremesso de direita. Quando ele é obrigado a bater com a mão esquerda, para a esquerda, a sua dificuldade em efetuar o drible e dominá-lo para a empunhadura do arremesso é bastante visível e notória, daí, quando ocorre essa situação uma atitude de mudança de direção, para a direita , torna-se inevitável. Ora, se o marcador der espaço para que ele progrida e execute o corte de direita para a esquerda, estará permitindo o posicionamento ideal para seu mortal e equilibrado arremesso, que perde muito de sua eficiência quando deslocado dessa posição. Mas, pergunta-se, se isto ocorrer ele corta em direção à cesta, onde também é eficiente também, não? Concordo, mas façam as contas se em vez dos montes de três pontos que assinalou (inclusive muitos triplos lances-livres que cobrou), fossem os mesmos trocados por dois pontos, e acredito que o placar estaria muito mais critico do que esteve, dando chances de equilíbrio ao(s) oponente(es). Esquecem nossos jogadores e técnicos que o segredo (será tão segredo assim?) para diminuir a pontuação de um grande arremessador, jamais passa pela tentativa de evitar que sejam executados, e sim que sejam alteradas algumas características inerentes aos mesmos, como posicionamento Ideal, rotinas de equilíbrio, empunhadura precisa, e principalmente trajetória, assim como a opção para liberação de dois ou três pontos possíveis. Uma equipe bem treinada e sabedora de seu potencial ofensivo equilibra o do adversário cortando seus caminhos e alterando suas preferências nos arremessos, que foi exatamente o que não fez seu decepcionante adversário.
Mas como a equipe do Flamengo nada tem a ver com detalhes controversos de seus oponentes, venceu com méritos e justiça. Sinceros parabéns.
Amém.
4 Comments:
Professor Paulo,
Queria utilizar seu espaço para parabenizar o FLAMENGO, pela batalha que mantém dia-a-dia em suas dependências, aos esportes olímpicos!!! Com certeza, como vc citou, a Professora Patrícia é digna de elogios!!!
Me parece que foi o único time no RIO, que manteve toda a estrutura olímpica de pé, e em condições de ter um trabalho digno!!!
Com esse novo contrato milionário com o material esportivo, que o Flamengo fez, deverá sobrar alguns milhares de reais para o esporte olímpico que tanto carece de patrocínio e de verba governamental!!!
Um abração Professor!!!
Caro Professor,
independente das posições políticas da Patrícia Amorim, sempre admirei seu esforçado trabalho pelo esporte olímpico.
Falando nisso, não apenas o basquete, mas o Flamengo é o único que investe nos esportes olímpicos de alguma forma minimamente digna. Por isso, colhe frutos no basquete, na ginástica, no futsal, no remo, na natação (entre outros).
Marcelinho foi excelente na final, principalmente na sua característica do arremesso de três e nos lances livres. É um jogador inteligente e que se aproveita muito da fragilidade defensiva do oponente.
Sempre fui um crítico a sua deficiência defensiva (e preguiça) e seu egoísmo ofensivo. Mas, no esquema do Flamengo ele funcionou muito bem (principalmente quando o Hélio e o Fred estão em quadra) e deve ser elogiado.
Idevan,
Sou um crítico do basquete que Marcelinho joga na seleção brasileira, até pq em nível de seleção, ele tem que desempenhar um papel mais ativo na defesa, já que no ataque ele sempre possuíu talento... Mas isso é questão de maneira e filosofia que o treinador impõe a ele e a equipe!!!!
Tenho certeza que MONCHO saberá utilizar as virtudes do nosso ALA, em prol do coletivo!!! Assim espero... Hehehehehehehehehe!!!
E como havia dito anteriormente, o Flamengo foi o único time do RIO, que manteve o investimento(mesmo mínimo, foi digno) nos esportes olímpicos, basta ver que o Flamengo se destaca sempre, na Ginástica Olímpica, Remo, Basquete, Natação e Futsal... Assim espero que continue, pois nosso país necessita dessa ajuda... Já que dirigentes e "donos do poder", só olham para seu próprio umbigo!!!
Um abração!!!
Prezados Clovis e Idevan,que bom que concordamos com o bom trabalho realizado no Flamengo pela Patricia junto aos esportes olímpicos.Quanto ao Marcelo,aos poucos vamos nos situando em sua análise de técnicas individuais e participação coletiva,não só no clube,como na seleção.É realmente um jogador controverso,oscilando entre a aceitação e a reprovação de seu jogo, mas nunca omitido pela critica dita especializada.Essa oscilação faz parte de sua história como bom jogador ofensivo que sempre foi.Quanto ao aspecto defensivo...
Um abraço a vocês,Paulo Murilo.
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