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Prof.Paulo Murilo 

21 julho 2008

UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA...

Quando ecoou o sinal estridente da sirene, anunciando o fim do sonho classificatório para a competição olímpica, o grego melhor que um presente mudou um discurso de onze anos, os mesmos em que se encontra no poder confederativo. A desclassificação pela terceira vez, obrigou-o a uma mudança estratégica de planos, visando seu continuísmo naquela entidade. Coincidentemente, a par da desclassificação, 20 clubes se reúnem na cidade sede da CBB, e fundam uma nova entidade, a Liga Nacional de Clubes (LNB), cujos objetivos são idênticos às outras duas ligas fundadas nos três últimos anos. Objetivo principal? A posse das chaves do cofre, ciosa e rigidamente guardadas pelo impoluto grego. Chaves estas que controlam verbas públicas, verbas lotéricas, contratos televisivos e publicitários. Chaves estas que conotavam ao mesmo, poder e tráfico de influências.

Porque somente agora o preclaro presidente aquiesceu das benditas e sagradas chaves, numa hora de comoção nacional pela perda olímpica, depois de bravatas classificatórias e importação de técnico, por que ? Perda de mandato, impossível, já que teve suas contas aprovadas pela assembléia da CBB, constituída pelos clubes que sempre o elegeram através delegação de voto dos presidentes de suas federações, clubes estes que o tem garantido permanentemente. Então, o que o levou a declarar que chancelaria a nova entidade, mesmo sabendo que perderia a exclusividade sobre a propriedade do chaveiro cobiçado?

Talvez, não, com certeza, a garantia de que sua reeleição ( já anunciado seu interesse pela mesma...), não sofreria restrições, por parte destes mesmos clubes, que a inviabilizassem, garantindo apriorísticamente seu “cargo de sacrifício”, assim como os de todos os acólitos que o acompanham na empreitada, como num trato de cavalheiros sobre um principio democrático que sempre serviu de moeda de troca, pelos políticos infiltrados no mundo atraente e popular do desporto nacional.

E porque estes 20 clubes aceitariam tal engodo? Bem, dificilmente, num prazo de alguns meses, seria praticamente impossível demover presidentes de federações envolvidos e beneficiários do butim confederativo, a abdicarem de suas cômodas e bem pagas posições, pelo apoio ao capi, quando protegidos por eleições regulares e democráticas em seus estados, eleito que foram pelos , pelos, ora que novidade, seus respectivos clubes!

Então, estabeleceu-se o impasse. De um lado um grego inamovível a curto prazo. De outro, federações que em sua maioria o garantiriam por mais uma eleição, mas, que de acordo com outras e mais rentáveis propostas , poderiam deixá-lo pendurado na broxa. E como tempo se tornando cada vez mais escasso para uma retomada de posição visando o soerguimento da modalidade, e aproveitando sua aparente fragilidade ante o fracasso da seleção, que nem mesmo o sucesso da equipe feminina fez estancar a revolta à sua administração, o plano B teria de ser deflagrado, evitando retaliações, mudanças de lado, pedidos judiciais de vista contábil, entre outras possíveis ingerências indesejáveis.

Aceitar e chancelar a nova liga, entregando, ou dividindo, ou mesmo se contentando com uma pequena parte, que é melhor do que nada, dos valores contidos no mágico cofre, tão disputado a tapa por tantos...clubes, e a recondução sem traumas para mais uma etapa de “sacrificada direção”, não seria um mau negócio, ainda mais quando tem bem guardada em algum compartimento da pelagem felpuda de raposa profissional, aqueles segredos de sobrevivência que o tem premiado com o reconhecimento de maior personalidade do basquetebol nos últimos anos, pois, apesar dos desmandos, fracassos e irretocável incompetência técnico-administrativa, é, sem dúvida alguma, o grande campeão da manipulação de egos, vaidades e dos votos daqueles que o elegeram , reelegeram e se locupletam com as benfeitorias negadas a quem de direito, o basquetebol brasileiro.

Que se cuidem os 20, pois alguns deles já foram defenestrados nas duas ligas anteriores, punidos a maioria pela aceitação do jogo confederativo, e nas traições inter pares, e que nem a aceitação de um novo “trato de cavalheiros”, os tornarão imunes à extrema sagacidade de uma matilha pseudamente encurralada, numa situação que dominam como ninguém, onde o amadorismo inexiste por princípio.

Temo pela iniciativa, que em curto prazo visa organizar um campeonato nacional produtivo, e alguma iniciativa voltada à formação de jovens, mas que se esquece de apoiar o basquete feminino, e que pouca influência terá sobre o controle técnico da modalidade. Seria mais incisiva e decisiva essa união, se fosse voltada, mesmo sem o controle econômico tão ambicionado, pela pressão organizada e bem planejada sobre os clubes e federações estaduais, a fim de que, no próximo mês de maio de 2009, nas eleições da CBB, elegessem desportistas de primeiro time, preparados e bem assessorados, imbuídos na missão de recolocação do basquete em seu devido lugar, sem correrem o risco real de se verem surpreendidos por ações de decisivas estratégias de sobrevivência, emanadas de um certo tipo de político esportivo, para o qual ética, ou mesmo antiética, são princípios de caráter substituídos pelo mais danoso e perigoso deles, o caráter aético.

E pensar que só bastam 14 votos federativos para que se mude algo tão desejado para o soerguimento do grande jogo entre nós...

Amém.

9 Comments:

At 12:48 AM, Blogger Unknown said...

http://www.esporteinterativo.com.br/noticias/index.asp?Id_Noticia=6382

Verdades, mentiras, promessas... é professor, assim fica difícil. Ele fala uma hora em "respeito pela seleção", ele deveria ter respeito não só pela seleção mas sim pelo basquete como um todo e admitir que o seu ciclo acabou, já que como ele mesmo diz, "gosto muito de basquete e enquanto tiver saúde vou fazer o que posso". Mas ter em mõs as chaves, agora parcialmente, dos cofres deve ser muito tentador. Será que não existe ninguém capaz de persuadir os presidentes, alguns como ele mesmo falou, "eu coloquei ele lá", a tirarem este homem do poder, entrar como candidato forte à eleição da entidade? É triste...

Abraços

 
At 8:38 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado William,dê um volta pelos blogs de basquete e ateste o quanto de revolta se espraia pela comunidade basqueteira.Acredito que,com a divulgação maciça de todos os comentarios, sugestões e disposições para a luta visando o soerguimento da modalidade,algumas decisivas posições possam ser tomadas,por todos aqueles que de alguma forma legal,possam mudar o sentido do jogo continuista.O momento é agora,sem adiamentos,sem desculpas.Aguardemos esperançosos,mas sempre participantes,pois é o que nos resta fazer.Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 10:46 PM, Anonymous Anônimo said...

Prezado Paulo Murilo,

Acho que o momento é propicio para o lançamento anti-grego para CBB, mostrando que os reponsaveis pela reeleição do Grego são os responsaveis pelo caos atual do basquete brasileiro, temos que levantar isto, divulgar e pressionar os presidentes junto a imprensa e o seu veiculo tem dado um grande apoio a mudança do basquete espero que os demais deemm tambem.
Gustavo da Silva.

 
At 11:31 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Gustavo,se cada federação estadual tiver seus passos,ações e atitudes monitoradas e auditadas com transparência,creio que terão sido dados os mais importantes passos para uma verdadeira revolução no meio. Como fazê-lo eficientemente? Um grupo auditor,bem azeitado e competente têm meios legais de fazê-lo, compilá-lo e divulgá-lo para a toda comunidade do basquetebol.Aí sim, teriamos dado partida às tão ansiadas e necessárias mudanças nas federações, passo fundamental para a futura escolha da direção confederativa.Equem se habilita?
Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 11:05 PM, Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
At 11:05 PM, Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
At 11:06 PM, Anonymous Anônimo said...

As federações como entidades privadas até onde sei não sofrem este tipo de coisa e a CBB certamente por motivos eleitoreiros não tem a menor intenção de auditar nada nas federações, as CBB poderia através de outros mecanismos intervir mas certamente nunca fará isto para não aparecer autoritario como ele é pq age de forma covarde discriminando as federações que não se alinham com os pensamentos da CBB.
Prof.Paulo o que me entristece que apesar deste esforço que fazemos para mostrar as pessoas quem é quem neste processo caótico do basquete brasileiro muitos procuram não enxergar pq se beneficiam do processo, enquanto permanecer este status o nosso basquete vai ficar mais um seculo sem ir as olimpiadas, espero que o grego não dure todo este tempo frente a CBB.

Paulo Gonçalves

 
At 11:58 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 12:09 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Paulo,ir a uma olimpíada é a resultante de um longo e detalhado trabalho de base.Temos perdido sistemeticamente a liderança sul-americana nas divisões de base,reflexo da pobreza franciscana das mesmas pelos estados do país.Sem uma base bem construida qualquer predio desmorona como areia.Esse é o nosso grande pecado,o abandono da formação,a mediocridade de suas lideranças,a sangria de valores,a estagnação técnico-tática.Com um comando energico,esclarecido,técnico e ético,poderemos estancar essa hemorragia criminosa que se estabeleceu no âmago do nosso basquete.Para tanto,é necessario muito trabalho e luta incessante visando a substituição do atual comando,eivado de erros e irresponsaveis ações. Um abraço,
Paulo Murilo.

 

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