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Prof.Paulo Murilo 

18 julho 2008

A QUEM INTERESSAR POSSA...

“Ufa! Conseguimos, conseguimos mesmo! Agora, com os quatro anos que temos de tranqüilidade pela frente, é tratarmos de reforçar outras modalidades, ajudando-as a subir um pouco mais na preferência popular, ficando como mais algumas na frente dos caras, já que pouco perigo poderão oferecer à nossa situação de segundo esporte no país. Não ousem sequer pensar em retirar os meios que mantém nosso grego de ouro lá na CBB. Ficou bem claro isso?

Mas chefia, já existem esboços de revolta contra a situação do cara, meio fracote, mas pode crescer. E ademais, a possibilidade de reassumirem a antiga posição de segundo esporte, é mesmo muito difícil, reconheço, mas não impossível, se a gritaria aumentar, e de alguma forma virarem a mesa, como não sei, mas... Concordo, e é exatamente por isso que tudo o que puder ser feito, arquitetado, cabulado, comprado, politicamente, ou não, terá de garanti-lo no poder. Não esqueçam que o basquete é ainda muito influente e respeitado pelas gerações passadas, e que os mais jovens se encantam pela NBA, logo, a manutenção do cara, como você diz, é fundamental para que o tal jogo não cresça aqui dentro, e venha nos assombrar em nosso atual e suado prestígio.”

Esse hipotético diálogo, em tudo justificaria a total blindagem que foi estabelecida em torno do grego melhor que um presente e sua administração, onde contas jamais foram contestadas, verbas são manipuladas sem auditoria e transparência, cargos e viagens são loteados, assessorias pagas são criadas ao bel prazer, e seleções são manipuladas politicamente, além dos famigerados cursos de atualização que servem de instrumento coercitivo na implantação e manutenção de um sistema técnico-tático arcaico e de domínio de uma casta de técnicos concordes com a situação diretiva da entidade.

Se mais uma classificação olímpica foi para o espaço, não devemos crucificar os jogadores que tudo fizeram para bem representar nosso basquete, mas isto sim, devemos confrontar tal desfecho com a situação calamitosa e profundamente doente que vem se abatendo sobre a modalidade, desde que essa administração lá se estabeleceu, com seus preceitos mafiosos, retrógrados e de profunda desonestidade esportivo-social. Com todas estas qualificações, têm prestado um enorme serviço na manutenção do descenso progressivo e inexorável de uma modalidade esportiva que sempre se orgulhou de seus inúmeros títulos internacionais, que desde sempre, a mantinha no segundo lugar no gosto do povo brasileiro. Claro, que muitos daqueles que hoje usufruem posicionamentos acima do basquete, não o querem de volta na disputa, pois não só prestigio estará em jogo, e sim muito dinheiro, dividido entre negócios, empresas, comercio e fortunas pessoais. O desporto no Brasil, e o culto ao corpo, segundo o Atlas do comte. Lamartine Pereira, move 12 bilhões de reais anualmente, cifra que muito bem escalonada e dividida, não pode se permitir ser alterada com o ingresso de um concorrente com o histórico do basquete. Está ótimo assim. Nada a mudar e a substituir.

Reflitam os verdadeiros basqueteiros do país, aqueles que hoje ocupam posições de relevo nos governos, nas grandes firmas e companhias, nas profissões liberais, nas universidades, e por que não, nos grandes clubes, e que de alguma forma foram beneficiados em sua formação cidadã, profissional, diretiva, e de comando, com a pratica do basquete. Antevejam a grande oportunidade de retribuírem um pouco, do muito que ganharam e se beneficiaram na aprendizagem e na prática do grande jogo. E que se levantem e o ajudem, da mesma forma em que um dia foram ajudados por ele, a se soerguer, e reconquistar seu verdadeiro lugar em nossa sociedade, em nossos corações.

Tudo começa no clube e seus pares. Em cada estado da federação eles reunidos elegem seus presidentes de federações, e estes, 27 no total, elegem a direção confederativa. Bastam que 14 deles se unam, se conscientizem de suas enormes responsabilidades, escolhendo um nome de consenso, um nome que reflita e represente um novo tempo, uma nova concepção administrativa, que delegue a quem de direito e conhecimentos o planejamento de uma verdadeira e representativa confederação, ao largo do lixo ora existente. Somente assim poderemos pensar em classificação olímpica, em lutar pela reconquista do lugar perdido e roubado no amor que todo brasileiro sempre manifestou pelo grande jogo, pelo grandíssimo jogo entre nós todos.

Amém.

8 Comments:

At 7:54 PM, Blogger Unknown said...

Professor, me surpreendi, achei que o senhor iria colocar um texto criticando os jogadores e a comissão técnica, o que poderia ser feito etc... Mas isso que foi postado reflete o que acontece no nosso país, na modalidade do basquetebol. Tudo se resume ao meu ver a uma palavra: competência. Falta gente competente na administração do basquete, na direção, nos técnicos, nos atletas... Temos sim pessopas competentes, mas onde elas estão? o que elas estão fazendo para mudar a realidade?
É muito fácil mostrar o que deveria ser feito pára melhorar, criticar a situação, mas fazer algo para haver mudanças... Nada. E eu incluo você, professor, eu, o Clóvis Rafael, o Walter Neto, apenas alguns que comentam nesse blog, nessa situação de que ninguém faz nada, apenas troca-se idéias, mostra-se erros, mas pouco ou nada se faz agindo de verdade. Se cada um fizesse o que está ao seu alcance, tudo mudaria, mas eu particularmente, já perdi as esperanças, e vou continuar praticando meu basquete de fins de semana, para talvez daqui a 20, 30 anos tornar a ver o basquete vencedor.

Abraços

 
At 9:03 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Puxa William, eu que sempre pensei estar ajudando o basquete,divulgando o que pouco sei,conclamando os jovens ao trabalho inovativo,alertando os mais veteranos na nacessidade de suas ajudas e influências,na luta ingloria de quase nunca ser ouvido por vendetas politicas,por não me submeter ao mando discricionário,por ainda acreditar em dias melhores.Puxa William, se esta luta é não fazer nada,então é melhor parar por aqui,colocar a viola no saco e ir cuidar de minhas esquecidas flores.Perdoe-me se falhei perante suas expectativas,mas acredite, é o melhor e o que tem sido possivel fazer para ajudar o basquete.Sinto muito, Paulo Murilo.

 
At 9:21 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Professor, Williams, meu amigo Clóvis e os outros colegas.

Eu desde quando tomei conhecimento do blog do Professor Paulo me encantei e me encanto em cada artigo. Não que compactue 100% com o que o Professor prega, até porque assi não existiria troca de ideias e discussão saudavel.

Mas emgrande parte, concordo e tento fazer minha parte.

Fiquei três anos e meio em um "estágio" onde fui treinador. SOZINHO, com a menor das orientações e busquei pela internet e pelos livros os caminhos para uma caminhada que espero não acabar quando sair da faculdade.

Acho que o Professor Paulo nos ajuda muito com seu espaço.

Eu não tnho a força para movimentar quem seja para ser presidente da CBB, quem ter eu ter.

Mas tento nos foruns que participo, no estudo diário do jogo, com aluno e atletas indicar o que ler, como melhorar, ensinar o pouco que sei e claro, aprender.

Por isso acho que são nas pequenas atitudes que consigamos grandes vitórias. Não é necessário para mim, indicar o presidente da CBB,mas sim saber que de certa forma, luto por um basquetebol melhor dentro do que eu posso fazer.

E tem sido dificil pratica-lo.

Tem sido dificil fazer.

Um abraço, Professor hoje é mais um daqueles dias que ao inves de comemorarmos a vitória, estamos novamente, após tantos anos, discutindo como seria se tudo fossefeito de maneira diferente.

Uma pena, mais 4 anos longe do torneio olimpico.

 
At 11:32 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique,foi Napoleão Bonaparte que definiu "temer mais uma pena,do que mil canhões".Por isso estabeleci esta trincheira, onde idéias, experiências, estudos,pesquisas, debate franco, educado,inteligente e ético,têm sido uma norma estabelecida e aceita por todos que aqui aportam,e onde jamais deixaram de ter uma resposta,uma sugestão,um conselho,ou um singelo incentivo.Por tudo isto,nos mais de 445 artigos publicados,é que ainda insisto na boa luta,aquela que vale a pena lutar.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 11:33 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Prof. Paulo, William e internautas

Como técnico jovem também busco informações, leio tudo que posso, escrevo e desenho meus treinos, arquivo catálogos de exercícios, penso sobre o que posso melhorar, buscando ser um técnico que acrescente à vida dos alunos algo que os ajude em algum momento.

Porém concordo com o Henrique... é bem difícil, o basquete hj não é mais atrativo como era para as crianças,não temos ídolos nacionais, campeonatos que atraiam (quando foi a última vez que um jogo de basquete masculino tradicional lotou o ginásio do Ibirapuera?); A geração que temos hj é a do imediatismo, não há paciência de treinamento para atingir um resultado, simplesmente se não atingem logo de cara eles desistem e pronto, vc perde seu grupo. O basquete é um esporte complexo, não se ensina "do dia pra noite". Existem detalhes e são eles que se não soubermos como passar às crianças pesarão lá em cima (quem viu os lance-livres da seleção do Brasil no jogo contra a Alemanha sabe do que falo).

Vejo o blog do Prof. Paulo como uma fonte importantíssima para quem é técnico e está no começo como eu. Pode não ser tanto para quem é apenas internauta, jogador de fim de semana, ou jornalista, mas para quem milita no basquete aplicando treinos é sim. Mudei minha forma de enxergar os fundamentos, de ensinar estes elementos, e a cada dia quebro a cabeça desenhando uma forma de jogar com dois armadores fora e três jogadores móveis dentro do perímetro. Tenho escrito ao Prof. Paulo semanalmente pedindo informações sobre isso, pesquisando, e é o que hoje podemos fazer pela melhora do nosso basquete. Não trabalho no alto nível, não tenho poder de opinar na escolha do presidente sequer da federação paulista, quanto mais da CBB.

Eu acredito que o exemplo vem de cima para baixo, portanto enquanto não mudarem as coisas lá no "alto escalão" da CBB, pouco mudará, os clubes de base continuarão disputando nos dentes os bons meninos que aparecem, continuarão cantando jogador de clube vizinho, técnicos continuarão com rixas pra manterem seus empregos, a mídia nos relegará a notinhas de rodapé e olhe lá, etc, etc, etc...

Hoje mesmo já estive lendo algumas coisas, escrevendo outras, Londres 2012 começou já, e todos temos de nos mobilizar, ainda que individualmente neste início, para o nosso basquete estar lá.

Prof. Paulo, continue sim com os artigos, quando for ministrar a clínica irei até o Rio participar e conhecê-lo pessoalmente, por hora peço somente que nos "dê uma luz" quanto às movimentações com dois armadores, com algum diagrama , algo assim, quanto mais puder lançar no blog temas técnicos mais ajudará a quem está nessa busca. E aos colegas técnicos, que possamos trocar idéias, formar grupos de estudos, fazer na base a junção que tanto nos faz falta lá no topo. abços a todos,


Fábio sp

 
At 12:08 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Fabio,agradeço de coração seu apoio e consideração.Agora posso relatar o porque de ainda não ter colocado no blog os detalhes e histórico do sistema que utilizo com dois armadores e três pivôs móveis,que é ambivalente,seja contra defesas individuais ,como zonais,e que só é viável se houver uma preparação minuciosa nos fundamentos do jogo,além de poder contar com jovens cujas valências fisicas e técnicas sejam determinantes na concepção do mesmo,já que o modelo tem de se adaptar às caracteristicas dos jogadores,e não o inverso.Se o publicasse antes,mesmo sendo do conhecimento de todos aqueles técnicos que duelaram com minhas equipes,perderiam ,com certeza,os demais tecnicos,analistas,comentaristas e jornalistas,a oportunidade de analizá-lo e conceituá-lo à luz do que praticamos maciçamente em todas as nossas equipes,inclusive nossas seleções.Sempre sugeri detalhes e formas de treinamento e atuação,na esperança de que algo de novo se fizesse realidade.Sei do que falo,e do que acredito, pois o fundamento em muito estudo,pesquisa e observação,bases sólidas para um sistema.Agora,sem comparações esdruxulas,sem posicionamentos de "dono das verdades" posso dar sentido à divulgação do mesmo.E o farei na próxima semana,num momento em que alguma idéia,por mais simples que seja,poderá ajudar a povoar o grande vazio técnico-tático do grande jogo entre nós.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 1:27 PM, Blogger Unknown said...

Talvez eu tenha me expressado de uma forma não muito clara com o que eu realemente queria dizer. O sentido de que "ningúem faz nada" ou pouco faz, se refere ao fato de nós sermos passivos quanto ao alto escalão e seuas atitudes. Passivos no ato de não fazer nada para mudar os que estão no comando, mas todos fazem suas críticas e dao o seu apoio. O estudo dos técnicos jovens é muito importante, assim como a divulgação dos novos estudos, dos humildes blogs, etc...
NINGUÉM FAZ NADA PARA MUDAR QUEM ESTÁ NO COMANDO. eu me expressei mal e nao deichei clara a minha idéia. E é claro que admiro as pequenas ações que cada um faz no seu meio, mas pequenas ações de quem conhece os que estão no comando poderiam fazer muito mais.

abraços

 
At 7:01 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado William,concordo que devia-se fazer muito mais do que tem sido feito.No entanto,os preceitos democráticos,denotam muito tempo em discussões e consultas populares e técnicas,tornando o processo lento e muitas vezes inconclusivo.Infelizmente esta é a realidade.Mas se mostra melhor,do que golpes e derrubadas fora dos preceitos legais.Temos,isto sim,de nos adaptarmos às regras do jogo político,penetrarmos legalmente no seu bojo,para de dentro para fora efetuarmos as mudanças necessárias.Um abraço,Paulo Murilo.

 

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