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Prof.Paulo Murilo 

19 novembro 2004

PASSADO,PRESENTE E FUTURO

Nos artigos já publicados nesta pequena página, abordei da maneira mais concisa possível alguns dos fatôres que, na minha modesta opinião,levaram o basquetebol a encruzilhada em que se encontra atualmente,e que infelizmente não está sabendo ou merecendo sair. Acabo de receber um email do Presidente da Confederação Portuguesa das Associações de Treinadores(http://www.cpatreinadores.org),Prof.José Curado,ex- Técnico da Seleção Principal de Portugal,pedindo minha colaboração na organização do 1ºCongresso de Treinadores de Lingua Portuguesa, a ser realizado no próximo ano em Lisbôa. Pede-me que faça uma ponte entre os técnicos daqui para que possam ir ao Congresso,mantendo uma ligação com nossas Associações para o envio e credenciamento dos mesmos ao evento.Mas quais Associações? No ano passado fui ao lançamento em São Paulo da APROBAS(Associação dos Profissionais do Basquetebol)na qualidade de um dos fundadores das duas primeiras Associações no Brasil, a ANATEBA e a BRASTEBA,nos anos setenta.Fiz minha inscrição,paguei a taxa anual,e até hoje aguardo a credencial de sócio, e mesmo o recibo para pagamento da atual anuidade.Sequer fui contatado,por carta ou email.Para a APROBAS simplesmente não existo.Não tenho qualquer informação da existência de outras associações,e vejo-me na situação de não ter como atender a contento o pedido do José Curado.Uma coisa é certa,lá estarei,e já solicitei espaço para apresentar um trabalho técnico durante o forum que será criado para a apresentação dos mesmos. Tentarei estabelecer contatos com as federações para que as mesmas comuniquem aos seus técnicos as diretrizes do Congresso.Mais não posso fazer, a não ser lamentar a profunda divisão e omissão que grassa no meio, fator preponderante para o entendimento dos"porques" da situação de indigência técnica da modalidade.Em artigos semanais coloquei em discussão vários pontos importantes sobre formação,competição, e organização desportiva ,mas só obtive respostas de uns poucos abnegados e realmente interessados na melhoria do basquetebol em nosso país.Assim como um declarado candidato à presidência da CBB criou um decálogo de salvação nacional,sugiro um, não de salvação, mas de conclamação àqueles que querem realmente o bem do basquetebol.Aí vai: 1-Que tentemos reverter a formação dos professores de Ed.Fisica e futuros técnicos desportivos aos Centros de Ciências Humanas das universidades públicas e particulares do país,que é o ambiente indicado e fundamental na formação docente. 2-Na impossibilidade da extinção do Conselho Federal dos Profissionais da Educação Fisica,o que seria correto, que o mesmo se destine ao controle das academias,dos clubes e associações, jamais a escola e a universidade. 3-Que fossem incentivadas em cada federação a formação de ligas para as divisões de base, congregando preferencialmente as escolas,com patrocinio local na medida do possivel. 4-Que os campeonatos de seleções das divisões de base fôssem realizados entre cidades em cada estado,dos mirins até infantís,entre regiões por estados,dos infantos e dos juvenis, e nacionais pelos estados nos divisões sub21 e sub23,adequando as distâncias e os deslocamentos pelas faixas etárias,com menor dispêndio de verbas. 5-Que fossem incentivadas as criações de associações de técnicos por regiões do país sob supervisão de uma associação nacional que se responsabilizaria pelas conexões com as congêneres internacionais,e com finalidade pura e exclusivamente técnica. 6-Que a associação nacional fosse responsável pela implementação de atualização técnica e estudos voltados ao desenvolvimento da modalidade,assim como,em conjunto com a confederação,federações e associações regionais estabelecerem as normas competitivas dos calendários regionais, estaduais e nacional. 7-Caberia a confederação a responsabilidade das seleções nacionais, do banco de dados técnicos e estatísticos e o apoio logístico às iniciativas de caráter técnico da associação nacional. 8-Que fosse eleborado, estudado, discutido e implementado um verdadeiro e exemplar código de ética, a ser seguido e respeitado por todos os envolvidos no processo. 9-Que fossem instituidos canais facilitadores para publicações técnicas por parte dos estudiosos do basquetebol, e consequente difusão e distribuição do material selecionado. 10-Que verbas governamentais fossem rigorosamente auditadas em ligas, federações e confederação, garantindo a lisura do processo de soerguimento do basquetebol brasileiro. Nem todos os itens deste decálogo terão receptividade amistosa, mas não custa tentar chamar à introspecção assuntos de importância fundamental ao processo educacinal de nosso povo,no qual se insere com méritos e reconhecida importância o nosso tão maltratado basquetebol.