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Prof.Paulo Murilo 

23 janeiro 2005

O QUE TODO PIVÔ DEVERIA SABER.

Você pivô,é o jogador que atua mais próximo da cêsta,o que não o obriga a fazê-lo de costas para a mesma.Por hábito, ou imitação dos pivôs americanos,pesados e lentos,conceituou-se entre nós que deveriamos atuar de costas para a cêsta,quando o ideal seria exatamente o oposto,jogar de frente para ela.Pode parecer extranho e inusitado,mas um pivô com ações e reações rápidas se tornará mais efetivo na proporção direta em que se situe de frente para a cêsta. Nessa situação, ao se manter sempre do lado oposto em que se encontre a bola, obterá sempre o espaço necessário para a recepção segura de um passe,e melhor,obtendo-o em movimento! É a perfeita situação em que o domínio sobre o defensor se fará pela surprêsa e pela antecipação,além da possibilidade real de,em deslocamento, efetuar o arremêsso, o drible ou o passe em condições de grande segurança. Ao movimentar-se permanentemente dentro do garrafão,mantendo-se sempre em oposição à bola,criam-se os espaços, não só para as recepções e conclusões,como abrem-se oportunidades para as penetrações dos demais jogadores.Muda a dinâmica do jogo,sua velocidade, pois as ações estáticas deixam de existir,dando lugar a uma movimentação envolvente de todos,repito, de TODOS os atacantes. E quando ocorrer o rebote ofensivo, um giro de 180° após o domínio da bola o colocará de frente para a quadra, na única situação em que o ficar de costas para a cêsta se torna a ação ideal, pois nessa situação as possibilidades de um passe,de um drible ou de uma tentativa de arremêsso se torna cabível e natural.Com a movimentação sagital ou transversal em função do garrafão fluirá a dinâmica ideal, ou seja, a de todos os jogadores dentro da zona de ataque. E quando todos se movimentam espaços ocorrem seguidamente, provocados pela antecipação contínua dos atacantes em oposição aos defensores. Massa física, musculatura inchada e pêso anormal quando estático, não oferece oposição inteligente ao atacante que se desloca em velocidade tão perto da cêsta, pois quanto menor for essa distância menos poder de reação terá o defensor para bloqueá-lo.Nossos pivôs, historicamente faziam parte dessa elite que enfatizava a velocidade em detrimento da força física, e com eles alcançamos os píncaros do basquete internacional. Desde que optamos em copiar as montanhas de músculos da NBA só fizemos definhar em nossa posição de liderança, e a cada dia mais e mais fracassamos. Um sistema de jogo que privilegiasse essa movimentação dentro do garrafão, por um pivô, dois e até três, sem dúvida ofereceria uma gama de opções a todos os envolvidos em cada ataque, isso porque tantos seriam os espaços criados que as oportunidades de cêstas ocorreriam com equilíbrio e total contrôle do tempo disponível dentro da regra dos 24 segundos. Essas atitudes, por assim dizer táticas, por parte de um pivô, evitariam que o mesmo fugisse de sua zona de ação para vir para fora da linha dos três pontos efetuar passes lateralizados, ou arremêssos distantes, abandonado com essas atitudes,completamente anacrônicas, suas funções de reboteador.Como defensor, se mantidas suas características de velocidade, a marcação intransigente do pivõ adversário efetuada à frente, o transformará em arma de eficiência decisiva dentro da equipe, e inclusive adiará em muito tempo o limite das 5 faltas pessoais. Uma atitude defensiva desse porte somente será obtida por pivôs rápidos e resistentes, e perfeitamente afinados com o restante da equipe, onde a palavra de ordem seja a da antecipação aos passes, de forma permanente e corajosa. Com sua velocidade e flexibilidade mantidas,ao pivô se destinará uma carga de treinamento onde a ênfase sempre será localizada nos fundamentos de drible,fintas, passes e rebotes, na mesma intensidade dos demais jogadores, sem concessões, assim como uma grande carga de arremêssos de média e curta distâncias, com padrões elevados de acêrtos.Um lembrete aos pivôs quando tentarem a cêsta muito próximo dela. Executem a finalização sempre com a mão do mesmo lado em que estiver em função da mesma, pois terão mais chances de conseguirem os pontos, como a possibilidade de receberem uma falta se torna real. É incrivel como os pivôs brasileiros perdem cêstas por não observarem essa simples regra.E que treinem muito o drible, tanto em progressão como no garrafão, pois diminuirão em muito as limitações impostas por esse desconhecimento. Quanto as enterradas, substituam o tempo dedicado às mesmas por mais e mais arremêssos de curta e média distâncias, pois são estes que ganham os jogos.Que adianta levantar a torcida e perder o jogo? Finalmente, procurem desenvolver senso rítmico em suas passadas,o maior obstáculo na performance de homens altos, e que se bem desenvolvido propiciará ações rápidas e coordenadas no pequeno espaço que dispôem para jogar. Praticar dança de salão pode operar milagres na melhora rítmica exigida nas ações de ataque.Pode parecer extranho e até constrangedor para alguns, mas realmente funciona. No mais, é treinar e treinar, com afinco e dedicação. Sejam felizes e, eficientes.