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Prof.Paulo Murilo 

18 março 2005

A CHUVA DE DINHEIRO.

E o debate continua, cada vez mais quente,emotivo,apaixonado, descontrolado, bem ao modo adolescente,prato feito"à lá carte"para velhas,frias e calculistas rapôsas,que de tão felpudas se esquivam estratégicamente, aguardando o momento oportuno e garantido para se manterem intocadas.E esse momento será em maio, quando muito do fervor juvenil arrefecerá e os votantes de sempre garantirão a continuidade do que aí está,de preferência sem acertos com ligas de qualquer espécie.A liderança aí está,lastreada em uma carreira brilhante de atleta, e principalmente, pelo poder de sufragar alguns milhôes de votos em uma eleição para senador no estado mais poderoso do país.O Flamengo berço recente de políticos eleitos por sua força popular,anteviu no brilhante atleta e secretario de esportes o homem certo para seus sonhos de poder, mas algo não deu certo,ou o brilhante atleta se deu conta que não era aquela a sua praia. Vida que segue,e eis que ressurge liderando a criação de uma Liga de Clubes, no momento de definição politica na CBB, tendo em torno de si dirigentes e políticos, entre os quais um suplente de senador da república,ex-atleta, patrocinador de TRÊS, repito,TRÊS equipes no Campeonato Nacional da CBB, dono de um dos maiores conglomerados universitários do país.Porque ele não liderou esse movimento, já que é um profissional do ramo? Porque o brilhante atleta? Por seu amor sincero pela camisa da seleção brasileira, ou pelo seu carisma sacramentado pelo voto popular? Ser suplente de senador, pelo que se sabe não angaria um voto sequer, mas ocupa eventualmente aquela cadeira, fato que os milhôes de votos de quem perde uma eleição não aufere ao mesmo a honra de lá sentar.Esse é o jogo do poder ao qual as rapôsas felpudas sequer cogitam dialogar.São donas do pedaço, e de lá dificilmente serão banidas.Irônicamente vinte e poucos votos têm mais valor naquele pedaço que os milhões do outro lado, mas que poderão ser úteis com estratégias diferentes, que garanto desde já não beneficiarão o brilhante, emotivo e idealista atleta, e sim quem conhece os meandros do poder. Um outro brilhante atleta,hoje comentarista propugna por politicas desportivas que promovam uma chuva de dinheiro para todo o esporte nacional, mas não esclarece nas mãos de quem deverá essa chuva desabar. Caro amigo, em se tratando de dinheiro alto, não precisa ser uma chuva,as rapôsas saem de seus esconderijos e rapidamente se apoderam do mesmo, muito antes do que se possa imaginar, pois é para isto que alí se alojam, no centro do poder, donas absolutas do pedaço. Querem tomá-lo de verdade? Lembro inicialmente, que se quiserem"copiar" a organização da NBA terão de fazê-lo direito,estudando e pesquisando em profundidade qual o papel e a importância da NABC dentro daquele sistema. Também o Sindicato dos Jogadores, que como todo sindicato americano tem real poder.Vejam bem, técnicos e atletas coesos em torno de representatividade real e poderosa. É o que temos por aqui? Porque querer começar pelo fim de um processo que custou décadas de esforço aos irmãos do norte?Porque não começar pelo princípio, simples,objetivo e factível? Que quadros executivos terão sem uma forte e coesa representatividade de técnicos e atletas? Convidarão as rapôsas de plantão? Técnicos que se odeiam, ou quando muito se toleram?Ex-atletas que de um dia para o outro se transformam em técnicos experientes? Técnicos que de posse de um microfone criticam o trabalho de colegas com a desculpa de "estarem" comentaristas? Será que pelo fato de todos adotarem o sistema de jogo empregado pelas equipes da NBA fazem, ou vem fazendo de nosso basquete sinônimo de qualidade Made in USA? Agora mesmo um dos assistentes técnicos da seleção está embarcando para um estágio de meses em uma equipe da NBA, quando deveria empregar todo essa verba em visitas pelos campeonatos europeus que estão no seu ápice,e nas horas vagas visitar os fantásticos museus,andar pelas cidades, e aprender um pouco da sociologia de quem vamos enfrentar num futuro próximo.Faria um bem enorme esses conhecimentos a quem se propôe liderar e preparar equipes desportivas. O inicio é exatamente este,colocar em torno de mesas afora nesse enorme país os técnicos e professores, para que discutam e elaborem as políticas de formação e direção de equipes, que em conjunto com os arbitros elaborem adaptações às regras que beneficiem a formação gradual de nossos jovens( sabem vocês que no Torneio da NCAA vigora a regra de 35 segundos de posse de bola? Atrazados eles,hein?),e que dessas associações emerjam os corretos dirigentes de que precisamos, e não os politicos que se locupletam. Quantas dúvidas encerradas em igual número de indagações. Quais as respostas? Que atitudes tomar? Tirar um curso intensivo de como se transformar em raposa? ou estabelecer algumas pequenas metas, traçando objetivos precisos e democráticos, sem falsos idealismos, mas com fundamentação e bom senso, e principalmente enlevados pelo genuíno e cristalino patriotismo desse grande atleta e cidadão brasileiro, Oscar, a quem rendo minha admiração, mas que da minha humilde trincheira e caminho percorrido aconselho-não entre numa luta sem retaguarda confiável, que é um sentimento de muitos e muitos anos, mesmo na discordância.Aliados de última hora"cambian con el viento",que é o momento aguardado por toda boa raposa, pelo seu faro aguçado.Quando, daqui a alguns anos de trabalho e união nosso basquete percorrer o caminho que o volei vem pecorrendo, apostando seriamente na técnica,na formação e nas lideranças, aí sim teremos munição para conquistar o pedaço, e que aqui pra nós,acontecerá naturalmente,sem precisar cortar caudas de raposas felpudas.