FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com


Prof.Paulo Murilo 

19 março 2005

A QUEDA DO IMPÉRIO...ROMANO?

Absolutamente não, pois este caiu alguns séculos atrás.Trata-se do império onde todos os campeonatos nacionais profissionais levam a denominação pomposa e arrogante de World Championship, sem mais nem menos. O Congresso norte-americano pega fogo com as comissões que discutem o uso dos esteróides nas equipes desportivas,inicialmente no beisebol, com uma repercussão avassaladora.Pensam,inclusive, em anularem recordes alcançados por atletas declaradamente dopados.Dois anos atrás houve um ensaio junto a atletas famosos no mundo do atletismo, com punições exemplares, mas nada se compara ao que vem ocorrendo qundo a abordagem incide no esporte nacional,o beisebol. Problemas ocorridos com o futebol americano têm sido roteirizados para o cinema e para a TV em series de grande impacto,retratando a dolorosa realidade das drogas no seio daquela modalidade que é a paixão do torcedor americano. O baquetebol tem escapado das sindicâncias do govêrno,mas não por muito tempo,pois a negativa das grandes estrelas em defender o país nos Jogos Olimpicos tem deixado grandes e interrogativas questões no ar, mesmo tendo a administração da NBA um programa de reabilitação para aqueles jogadores que eventualmente forem pegos no uso de drogas e estimulantes. Pela importância social, política e educacional destas modalidades junto a população americana,principalmente os jovens, é que o Congresso resolveu intervir numa limpeza ética voltada aos altos valores representados pela atividade desportiva.De muito já se sabia da existência destes problemas no desporto americano, e muitos cronistas e especialistas,não só americanos, mas também os estrangeiros já vinham colocando sérias dúvidas às últimas conquistas americanas em torneios e competições internacionais,inclusive as Olimpíadas.Para uma nação que reinvidica, quando não impõe,uma liderança política mundial,tais situações a fragilizam perante o concerto das nações,que põem em dúvida a lisura de seus líderes.E toda essa discussão e intervenção por parte do Congresso Americano dá-se por sobre fortissimas e poderosas instituições,que movimentam alguns bilhões de dólares anualmente,e que influenciam milhões de indivíduos pelo mundo afora.Mas para nós o que poderá representar tais comportamentos e relevantes questões.Creio com grande dose de certeza,que o atual momento do nosso basquetebol poderia tirar algumas lições práticas,objetivas e principalmente voltadas a nossa realidade,que teima em copiar o que considera perfeito de aqui empregar, sem as devidas análises, adaptações e até mesmo negação pelo modêlo que eles adotam, que é fundamentado na extrema riqueza e real poder de suas instituições, às quais não podemos rivalizar. Tudo que emana e é divulgado pelo mundo pela NBA tem como condição básica o dominio de seu modêlo, que vai do sistema de jogo até o padrão dos uniformes, e que o fazem com regras próprias que antagonizam às da FIBA, sem que esta,que representa o restante do mundo, tenha força politica para obrigá-los a seguirem suas normas técnicas. Em poucas palavras,se impõe ao largo das regras internacionais, utilizando outras que exequibilizam sua forma de jogar.E é exatamente essa forma peculiar de jogo que vimos adotando nos últimos 20 anos.O resultado aí está perante todos. Mas o mais grave são os efeitos gerados em algumas gerações de jogadores,inclusive os que atuam nesse momento na NBA, com ganhos anormais de pêso e massa muscular(um deles foi punido por uso de esteróides no último pré-olimpico), e contusões articulares pelo excesso de musculação incidindo em suas musculaturas elásticas e de boa explosão, para transformá-las em usinas de força e choque.Os argentinos campeões olímpicos atuavam,e ainda atuam na Europa, exceto dois que o fazem na NBA,mas não se notam nos mesmos mudanças em suas estruturas físicas.A Argentina optou pelo exemplo europeu, que segue as regras internacionais e o sistema de jogo baseado na velocidade e na explosão muscular.Não foi por acaso que a final olímpica teve a Itália e a Argentina como protagonistas.Infelizmente,nossos técnicos escolheram o modêlo americano,num equívoco monumental, mas que bem explica o altíssimo teor de subserviência colonial a que fomos expostos até os dias de hoje.A maior lição que poderiamos tirar de tudo o que vem ocorrendo e ocorrerá na estrutura do desporto profissional norte-americano, é a constatação,não tão tardia,de que é o pior exemplo que ainda teimamos em seguir,e que se inteligentes formos, poderemos restabelecer nosso verdadeiro caminho,nossa verdadeira vocação, a de sabiamente tirarmos proveito de nossas deficiências sociais, educacionais e econômicas, enfrentando-as com soluções nossas,aquelas que sabemos administrar,desenvolver e organizar,ou seja, precisamos reaprender a administrar nossa pobreza, que é a nossa realidade, pelo menos por enquanto. Com sabedoria,bom senso,muito estudo e coragem voltaremos ao nosso lugar,de onde nunca deveriamos ter saído.Um bom começo é a união de todos para um bem comum, que não pode se manter como uma impossibilidade, a não ser para alguns que dela se beneficiam.