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Prof.Paulo Murilo 

16 fevereiro 2007

CONCEITOS SUCESSÓRIOS.

E a seleção feminina terá novo comandante,o técnico Paulo Bassul,que se afastou do posto de auxiliar técnico da mesma em 2004,por não aceitar mais aquela posição na comissão técnica. Por força de seu recente título na Liga Nacional é nomeado técnico da seleção, mas somente assumirá o posto após os Jogos Pan-americanos, que servirá de despedida do atual e longevo técnico Antonio Barbosa. Em sua entrevista no O Globo de hoje,o atual técnico assim se manifesta:” Vai ser meu quinto Pan,algo histórico.Quero o ouro. Era o momento de mudança, e se analisarmos as dificuldades,quarto no Mundial está de bom tamanho”. Mas continuará como supervisor das seleções femininas, a adulta e as de base, além de coordenar os cursos de atualização técnica pelo país. No site da CBB Barbosa esclarece um pouco mais seus projetos pós-Pan:”Vamos contar com técnicos jovens, aumentando o número de profissionais trabalhando com a base, que é um objetivo da CBB”.

Já o nomeado técnico, em uma entrevista concedida ao jornalista do Rebote, Rodrigo Alves, teceu alguns comentários, a saber: “O Barbosa vai ser o supervisor das categorias de base. Durante todos esses anos, ele fez uma análise precisa e viu a dificuldade que isso traz para a seleção brasileira. Nesse aspecto, ele vai contribuir bastante, dando boas sugestões à CBB para fazer uma transformação na base”. E mais:”(...) a Lei dos Incentivos pode resolver 2 problemas. Primeiro, a quantidade: aumenta o investimento, massifica mais. Segundo, trazer as melhores jogadoras de volta para o país e mudar esse fluxo”. E a uma pergunta do jornalista de como seria trabalhar para o nome mais contestado, tendo sido o mais apoiado pela mídia? “ Eu procuro não misturar a política com o trabalho de quadra(...), o que eu puder dar de contribuição ali dentro, vou dar. Isso não quer dizer que sou a favor ou contra ninguém politicamente. Eu sou técnico, minha bandeira é o basquete”.

Após lermos as entrevistas, e perante tais declarações, também temos alguns comentários a fazer: O atual técnico e futuro supervisor, que com esse posicionamento político continuará a dar as cartas na CBB, destinou a si próprio dois prêmios. A medalha de ouro mais do que ganha com a ausência da equipe americana, e o “histórico quinto Pan de sua carreira”, um recorde auto destinado, deixando para seu sucessor o risco mais do que previsto de uma não classificação nos pré-olímpicos que se avizinham, estes sim, com a presença americana, e as fortes equipes européias. Nem o grego melhor que um presente faria melhor. E como avánt-première do que nos espera, anuncia uma nova geração de jovens técnicos para o trabalho de base, claro, sob seu comando, todos orientados pela “análise precisa” que desenvolveu após todos os anos em que dirigiu a seleção brasileira, quando concluiu pela transformação na base que pretende desencadear, transformação que ele mesmo poderia ter liderado nos últimos 18 anos como técnico de seleção. Não seria mais justo destinar ao novo técnico, não só a incentivadora medalha, e mais precioso tempo nos treinamentos para as difíceis competições pré-olímpicas? E não é exatamente isto que as americanas estarão fazendo, inclusive não participando do Pan? Mas, um título e um recorde são mais importantes que o preparo de uma seleção sob novo comando. Isso é que é supervisão! Quanto aos cursos de atualização, como nos moldes da turma do masculino, continuará a camisa de força do atual sistema de jogo, engessando a nova geração de técnicos que responderão pelo trabalho de base, que segundo ele é do interesse da CBB, o que é terrível e desalentador.

Quanto ao novo técnico duas pequenas ressalvas. Primeira, se afirma que estando lá dentro irá contribuir com trabalho, e que não é a favor ou contra ninguém politicamente, e que sua bandeira, por ser técnico, é o basquete, deveria ter em mente que sua saída em 2004 se pautou na não concordância de ser assistente do atual responsável pela seleção, o que caracteriza explicitamente uma divergência técnica, que se tratando de comando exprime uma posição política. Logo, uma atitude política foi tomada para alcançar o posto que ostentará depois que o seu oponente se retirar, é claro, com a medalha e o recorde no currículo. Segunda, seria bom que se atualizasse perante declarações de que a Lei de Incentivos irá beneficiar o trabalho de massificação e a manutenção das grandes jogadoras no país, pois segundo o presidente do COB, tais verbas não serão utilizadas para pagamentos de atletas profissionais, o que todas as jogadoras de primeira linha são. Isso também faz parte da política desportiva. Finalmente, se ontem como assistente divergiu do técnico principal, a ponto de sair da seleção, como será daqui para diante quando o terá com supervisor técnico? Terá coragem, ou autonomia de voar solo pelos meandros das táticas, estratégias, implantando uma “nova, ou própria filosofia de jogo?” Ou por força da globalização técnico-tática que impera em nosso basquetebol, e que é seguida rigidamente por todos os nossos técnicos de seleções, incluso o da feminina, dará continuidade à mesma, com algumas novas pinceladas progressistas? Bem, para ter tal autonomia, não bastará coragem e determinação, e sim uma grande dose de escoramento político, a tal manifestação que jura de pé junto não fazer parte de seu posicionamento, já que sua única bandeira é o basquete. Espero que seja essa a verdade, para o bem do mesmo. Amém.

3 Comments:

At 8:14 AM, Anonymous Anônimo said...

Ola Professor, mais uma vez, nao fico surpreso com a falta de visao dos que comandam o basquetebol brasileiro. Todos falam em trabalho de grupo, trabalho de renovacao, massificacao do esporte, treinamento pratico e teorico para uma geracao de novos tecnicos, etc. Tudo muito bonito, mas quem estara encarregado deste trabalho e planejamento, os dois profissionais que nao se dao e que nao conseguiram trabalhar juntos por terem visoes e conceitos diferentes? Sera que eles estao preparados para tanta responsabilidade? Sera que eles sabem redigir um plano de aula, um plano de treino ou de curso/temporada? Qual o preparo pedagogico e academico que estes profissionais possuem? Como podem profissionais que mal sabem redigir o conteudo de uma carta formal serem os responsaveis pelo desenvolvimentos do basquetebol do pais? Se estes candidatos possuem tal preparo que enviem o proposto projeto para profissionais como vc poderem opinar e agregar valor de uma maneira que viesse a validar o projeto que deveria ser sem duvida elaborado por profissionais com experiencia e aptos para tal e nao por apadrinhados. Continuaremos rezando professor! estou tendo problemas na identificacao dos meus comentarios. Ate breve - walter

 
At 8:30 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Caro Walter,os anos passam,o tempo,inexorável,passa,nossos sonhos também passam, mas as esperanças teimam em não nos deixar,jamais passam, estão sempre presentes em nossas vidas.Sou um otimista incorrigível,movido pela esperança em dias e tempos melhores.Afinal,não há mal que sempre dure, e o que me deixa realmente triste é a constatação da perda de tantas gerações de jogadores,bons jogadores,
abandonados em seu preparo pela incúria de uma turma globalizada pelo que de pior impera no que chamam de"basquete internacional".É o que dá pena.Mas continuarei na cola deles, até que nos deixem em paz com nossas esperanças.Um abração,Paulo Murilo.

 
At 10:24 AM, Anonymous Anônimo said...

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