Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
14 março 2007
DEI UM TEMPO...
Dei um tempo, e um bom motivo foi a queima da placa-mãe do meu computador, o que me fez parar por uma semana. E foi um tempo, curto bem sei, repleto de muita leitura e de alguns passeios elucidativos. Um deles, aqui perto de casa muito me fez pensar. Peguei o carro e fui até o autódromo, onde se constroi as arenas de jogos coletivos, de natação e saltos e o velódromo, para o Pan-Americano. Claro, não pude entrar, mas a grandiosidade dos estádios salta por cima da amurada, a mesma que transpús em 98 quando acompanhei o filho adolescente ao show do U2, e a um dos Grandes Premios da Fórmula CART. Em ambos, enfrentei os piores congestionamentos de público e carros que tenho lembrança em competições esportivas, e que foram muitas em mais de 50 anos acompanhando esportes. A infraestrutura do local continua a mesma de 15 anos atrás exceto o anel rodoviario construido à frente da Vila Olímpic, ligando-a à grande avenida do autódromo, e só. Nenhuma obra visando transporte de massa sequer foi esboçada e prevejo sérios problemas para o público que desejar assistir as competições naqueles suntuosos locais, principalmente os turistas. Mas as empreiteiras estão exultantes, pois a dinheirama correu solta,
assim como as firmas responsáveis pela administração e controle das competições, algumas extrangeiras, pouco têm a reclamar, sem contar a publicidade milionária. O ineditismo propiciado pela gratuidade das passagens aéreas para todas as delegações fez outra festa para a empresa nacional beneficiada, entre outras benesses a apaniguados e protegidos por esta orgia com o dinheiro público. E apesar de toda cornuópia, algumas competições correm o sério risco de terem seus indices técnicos minimizados pela precariedade de algumas instalações. Enquanto uma multidão de técnicos e especialistas em construções, organização, administração, turismo, cerimoniais, segurança, transportes e outras coisitas mais se locupletam, nossos atletas e técnicos se debatem entre necessidades das mais básicas, como por exemplo, locais condignos de treinamento, alimentação e técnicos bem remunerados. Mas estes são meros detalhes, numa competição em que somente em cinco modalidades os norte-americanos vêm com suas primeiras equipes, e inclusive, depois da negativa em comparecer, os americanos virão ao torneio de basquetebol com equipes compostas de universitários. Mas, a preocupação determinante, sem dúvida nenhuma, é a do deslocamento seguro e ordenado do público nos diversos locais espalhados pela cidade, que mantem sua estrutura falida de transportes, deteriorada nas últimas décadas. E a grande conquista decorrente dos Jogos para a população, a melhoria do transporte
metroviário, uma grande aspiração, foi deixada no papel, trocada por construções que pouco, ou nada acrescentarão às reais necessidades dos cariocas. Temo pelo sucesso dos Jogos, não só pelo baixo índice técnico esperado, mas principalmente, pelo nó górdio que terá de ser desfeito no tráfego dessa terrível cidade. Espero que consigam, mas duvido, honestamente.
Religuei o carro e retornei para casa, sem antes enfrentar uma retenção exatamente no grande trevo da Vila Olímpica naquele fim de tarde, num dia comum, sem maiores implicações desportivas. Dei um tempo em meus artigos, mas, infelizmente, recomeço sem muitas razões para otimismos patrióticos. Amanhã falo de basquete, prometo.
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