Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
02 março 2007
ENCONTROS E OUTRAS CLÍNICAS...
E como não há mal que sempre dure, seguindo-se ao esforço de técnicos paranaenses que se reúnem para discutir e estudar basquetebol, em outros dois centros, São Paulo e Espírito Santo, técnicos promovem reuniões no intuito de se aprimorarem e dividir experiências em prol da modalidade.
No ES incluem propostas e estudos para formarem uma associação de técnicos regional, o que é algo alvissareiro em nosso meio. Se SP incluir em seus encontros de técnicos aquela proposta capixaba, e outros estados adotarem essas e outras idéias progressistas, em breve poderemos ter uma sólida base para a fundação da futura associação nacional, que seria fruto de um processo progressivo e natural, embasado pela vontade democrática de todos os envolvidos pelo país afora.
Com exceção dos paranaenses, tais encontros têm em comum palestras técnicas proferidas pelos responsáveis pelas seleções brasileiras, principais e de base, e pelos técnicos envolvidos com o campeonato nacional, que em seus jogos regulamentares nesses estados proferem, à convite, tais palestras. Nos demais estados, os encontros são patrocinados pela CBB, em forma de clínicas, todas com a única participação pedagógica dos técnicos das seleções nacionais, num autêntico monopólio de princípios técnico-táticos, e realizadas geralmente nos estados alinhados politicamente à CBB.
Essa tendenciosa realidade tem como estrutura mater a sedimentação do sistema único de jogo, que nos tem empobrecido nos últimos 20 anos, e que tem sofrido árduo combate aqui dessa humilde trincheira. Torna-se imperiosa a escolha de outros técnicos para estas clínicas, e pelos encontros que aos poucos vão se estabelecendo pelo país. É de fundamental importância que os atuais e futuros técnicos, assim como os jornalistas, diretores, professores e estudantes de educação física se vejam na presença de outras alternativas pedagógicas e técnicas, para terem como avaliar e comparar a atual realidade com outra de tendência, senão antagônica, pelo menos algo diferente da mesmice pachorrenta estabelecida. Temos ótimos técnicos e professores que poderiam alternar tais tendências, como o Marcel, o Wlamir, o Sergio Macarrão, a Maria Helena, a Heleninha, a Laís, o Waldir Bocardo, o Marinho, o Paulo Motta, e muitos outros, com vastíssima experiência nas quadras e fora delas. É doloroso vermos a continuidade de um projeto absolutista sendo imposto sem a menor hipótese de contestação, já que referendado e garantido pelas verbas oficiais repassadas pela CBB. Trata-se de um monopólio suicida e até certo ponto criminoso por ser unilateral.
Proponho veementemente que os técnicos estaduais se reúnam e se organizem, e que convidem técnicos e professores de diferentes tendências
técnico-táticas, para que possam discutir e concluir projetos que atendam as diferenças regionais, aos segmentos populacionais, às estruturas esportivo-educacionais, culturais e econômicas de seus estados, e que principalmente, respeitem a sadia diversidade eugênica de nosso povo.
Creio ser essa a base necessária ao soerguimento de nosso basquete, o esforço regional de seus técnicos, professores, jornalistas, jogadores,e dirigentes, todos envolvidos no processo, que se inicia na discussão de todas as tendências, e não na aceitação passiva e facciosa de um único modelo, de um único caminho. O que aí está só nos levará, cada vez mais, para lá do fundo do poço em que nos encontramos. É preciso mudar.
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