Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
20 março 2007
MUDANDO CONCEITOS.
Nada mais prazeroso para um analista do que testemunhar a gradual e segura evolução de uma equipe brasileira, que foge do padrão imposto ao nosso basquetebol pela quase totalidade das equipes, indistintamente, se de base ou elite. A equipe de Franca, seguramente fugiu da mesmice técnico-tática que nos tem afligido nos últimos anos, ironicamente pelas mãos e ações de personagens que em muito ajudaram na implantação do sistema único de jogo, responsável pela débâcle do nosso basquete, e que alcunhavam pomposamente de “basquete Internacional”. O que vemos e assistimos atualmente, é uma equipe que de certa forma se auto-subverteu, pois composta basicamente por técnico e jogadores profundamente arraigados ao velho e tradicional passing game, de repente, como um pequeno milagre, inclusive pela evolução de veteranos jogadores, provando que nunca é tarde para acrescentar novas técnicas e movimentos, partem para uma renovação de conceitos técnicos, em antítese ao que apresentavam nos últimos anos. Jogar com dois, e até três armadores, e com homens altos habilidosos, rápidos e em deslocamentos constantes no perímetro interno, sem dúvida nenhuma tem apresentado excelentes e convincentes resultados, inclusive agora, no campo internacional. Na defesa então, os resultados têm sido magníficos, pois se utilizando de uma atitude antecipativa na linha da bola, somente possível em uma equipe composta em sua totalidade por jogadores flexíveis e velozes, solidificou um sistema defensivo antes frágil e de presença constante no combate ao PG, que é maciçamente utilizado no globalizado basquete mundial. Para que a consistência defensiva se tornasse eficiente por toda uma partida, falta ainda corrigir alguns posicionamentos em campo, principalmente na marcação à frente dos pivôs, com o conseqüente aperto da marcação do homem da bola, evitando ao máximo que esta chegue em boas condições de passe no âmago do garrafão. Ofensivamente, a ação dos armadores deveria se desenrolar com os mesmos bem mais próximos, ajudando-se mutuamente, inclusive nos corta-luzes, evitando dessa forma que um dos pivôs saia do garrafão para executar tal movimento de bloqueio, desfalcando o rebote ofensivo, e prejudicando um mais preciso posicionamento para a realização do mesmo. No jogo dessa noite contra a equipe do Uruguai, muitas dessas modificações técnico-táticas concorreram eficientemente para o sucesso do grupo, bem dirigido por um técnico que aos poucos abandona a intempestividade, substituindo-a por um posicionamento mais reflexivo e declaradamente evolutivo. A equipe de Franca resgata aos poucos a nossa maneira de ser e de jogar, o que é muito bom, e nos dá esperança de dias melhores. Espero que não fiquem por aí, e que não desistam de evoluir, para que possamos de uma vez por todas enterrar “os conceitos modernos do basquetebol internacional” tão difundido e divulgado por seu bom técnico, que corajosamente reavalia seus conceitos, o que é elogiável. Torço para que a equipe francana vença a inércia e abra novos caminhos ao nosso sofrido e maltratado basquete. Amém.
2 Comments:
Professor, não sou fã do estilo do Hélio Rubens, mas é incontestável que o time de Franca joga o melhor basquete do Brasil, sem possuir, necessariamente, os melhores jogadores. Espero que haja uma epidemia...
Idevan,como Deus escreve certo por linhas tortas, acredito que possamos evoluir sempre. A equipe de Franca tem evoluido,e muito,o que nos dá a certeza de que outra mais poderão seguir seu exemplo.Um abraço,
Paulo Murilo.
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