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Prof.Paulo Murilo 

11 abril 2007

LIÇÕES DE ALCATÉIA.

Lição 1- Leio no site Rebote um comunicado da assessoria de imprensa da CBB: “O presidente da Confederação Brasileira de Basketball(CBB), Gerasime Grego Bozikis, e os diretores da entidade Roberto Beck e Toni Chakmati já estão em Santo Domingo, na República Dominicana, para participarem, a partir desta quarta-feira, do Seminário para Presidentes de Federações, da Reunião do Conselho Diretivo da FIBA Américas e do Congresso Ordinário da Confederação Sul-Americana de Basketball(CONSUBASKET). Na pauta, o calendário e as competições internacionais da temporada 2007 e 2008”.

Lendo o trecho (...) e os diretores da entidade Roberto Beck e Toni Chekmati(...), vemos que durou muito pouco o rompimento do Sr.Chekmati com o grego melhor que um presente, o que aliás já prevíamos em um artigo escrito em 2/12/2006. Vale a pena lê-lo em ( Cavalo de Tróia). Alcatéia bem treinada é isso aí.

Lição 2- Outra obra de arte. Em nosso evoluído país no plano internacional do basquetebol, quem escolhe e nomeia técnicos para as seleções nacionais é um diretor técnico, que em tempo algum exerceu o cargo que nomeia. Mas, o faz sempre afinado com os maiores interesses políticos da entidade a que pertence, o que jamais ocorreria se na mesma existisse um conselho técnico composto por técnicos, preferencialmente ligados a uma associação que congregasse os mesmos em todo o país. Cargos de técnicos de seleções são muito importantes no atual jogo político, principalmente quando aquinhoam técnicos ligados a federações dissidentes. Com a derrota oposicionista no pleito da federação carioca, ainda restavam oito votos dissidentes para a próxima eleição da CBB, e nada mais “natural”, segundo a ótica da alcatéia, que duas outras federações fossem beneficiadas. Seis votos podem ser administrados com maior desenvoltura do que nove. E aí, acontece um inexplicado contra-senso, ou seja, escolhem um técnico de excelente trajetória nas divisões de base de São Paulo, estando o mesmo na direção de uma equipe da categoria principal do Espírito Santo. Por que não foi escolhido durante seu vitorioso trabalho de 14 anos, vários campeonatos de categorias de base, e vários prêmios de melhor técnico da temporada, conquistados em seu estado natal? Acredito que ele deveria ter sido lembrado algum tempo atrás, quando em SP, e não agora, quando se coloca como um fiel na nem sempre bem sucedida balança política. Juntou-se na escolha ao anterior indicado técnico da equipe de Londrina, Paraná. Mas o jovem técnico terá ainda de percorrer uma sinuosa trilha, pois “os detalhes sobre o trabalho e a forma de trabalho ainda não foram passados. Somente na reunião que haverá em Rio Claro é que João Marcelo saberá como deverá ser a condução da seleção, quando começarão a treinar e outras informações” (Publicado no site Sportmania). Se quiserem manter suas independências e formas de direção, que os fizeram vitoriosos, poderão ter sérios problemas com a inefável comissão. Do mesmo site: “A única coisa da qual João Marcelo tem certeza é do beneficio que isto significa para o Estado. ‘Este convite, certamente, dará maior visibilidade ao Saldanha, atrairá mais interesses ligados ao basquete. Quem sabe uma Seleção Brasileira possa vir a treinar por aqui? Acredito que será muito importante para o desenvolvimento do basquete capixaba(...)”. Claro que voto mais garantido do que esse, impossível. Pena que usem o talento e a boa fé desses jovens e vitoriosos técnicos para suas felpudas, porém, geniais tacadas.

Fico pensando quão injusta e absurda liderança esta que emana da entidade responsável pela administração do basquete brasileiro. Chega a ser criminosa, não poupando sequer jovens e talentosos técnicos, que ávidos por demonstrarem seu valor se deixam conduzir por um grupelho que visa unicamente a perpetuação, não só do poder, como a manutenção de um sistema de jogo espúrio e perdedor. Será que aceitarão tal liderança e ingerência em suas formas de treinar e dirigir equipes? Ou, em nome de um brilhareco nacional abdicarão de suas mais profundas convicções? Não ouso responder. Cada cabeça, cada sentença.

4 Comments:

At 11:37 AM, Anonymous Anônimo said...

Caro Professor,como "condenar" um técnico jovem e promissor por aceitar um convite para trablhar na seleção brasileira ?!

Dificil saber o que fazer nestes casos,mas de qualquer forma,eu espero que o trabalho do João Marcelo seja excelente !

Um abraçao Professor.

 
At 12:35 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique,não condeno o jovem técnico por aceitar sua indicação à seleção de cadetes,mas sim os objetivos ocultos daqueles que a exeqüibilizaram.Que liberdade de criação e planejamento ele terá ante situações previamente estabelecidas? Como reagirá,no âmbito técnico,ao se ver instado no controle de treinamentos dados aos cadetes por seus técnicos de origem, como se tornou praxe pela comissão principal,pretensa dona da
verdade técnica nacional? Como se comportará ao ser informado como deverá ser a condução da equipe
dentro dos parâmetros adotados para
todas as seleções,principalmente as de base,fator decisivo ao continuismo proposto, e que nos tem levado ladeira abaixo? Como se sentirá independente e dono de seus mais caros principios sob tal e retrógada supervisão?Finalmente,
como avaliará seu papel de apoio politico, mesmo sem querer,na mudança de um voto fundamental a esse jogo extra quadra?São perguntas que eu sempre soube responder. Mas hoje os tempos são outros,bem sei e tenho integral consciência disso.Não o condeno de forma alguma, mas o coloco perante
tais indagações,na esperança,
honesta,que tenha sabedoria de as enfrentar com dignidade e isenção.
Somente isto. Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 9:43 AM, Anonymous Anônimo said...

Caro Professor,
seria interessante uma "cruzada" dos técnicos contra a CBB ? Ou isso é somente um sonho juvenil da minha parte ?

E também questiono,qual será o impacto maior,o possível título do Panamericano no Rio de Janeiro ou a eliminação do Pré-Olimpico Americano e Mundial neste e no próximo ano ?

E para finalizar,algo mudou (além do site da CBB) desde a eliminação brasileira no Mundial masculino,ou tudo continua na mesma??

Abraços

 
At 11:06 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Henrique,não se trata de sonho,e sim necessidade premente,mas que só se tornará realidade quando(?)os técnicos se reunirem em associações regionais e partirem para uma nacional.Será um trabalho lento e dificil,mas não impossivel.Somente dessa forma influenciarão decisivamente no processo.
Quanto ao impacto mais desastroso ao nosso basquete?Sem duvida nenhuma a não classificação olímpica.O Pan se tornou tão inexpressivo que as grandes equipes
virão com seus segundos times.
Mudanças?Sim algumas,poucas,como o despertar de desportistas para os verdadeiros e sempre ocultos problemas que nos afligem.Assim como você,muitos já se questionam acerca dos mesmos, e isso é muito importante.Um abraço,Paulo Murilo

 

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