Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
06 abril 2007
VERGONHA ...
Em recente declaração o ex-Ministro dos Esportes Agnelo Queiroz afirmou- “ que pela primeira vez esporte é negocio de Estado”. E deve ser mesmo, pois o recente escândalo de convênios com ONGs ligadas a projetos desportivos preencheu as paginas dos principais jornais do país nesta semana, com aplicações não comprovadas de verbas, e até endereços fantasmas, que só no Rio de Janeiro alcançou a cifra de 16 milhões de reais em 2006. Uma só Federação, a de Capoeira Desportiva(?) embolsou 2,5 milhões! Em 2007 as cifras já alcançam os 4,6 milhões, em projetos que pretendem atender jovens carentes fora das salas de aula, preenchendo seus tempos livres com orientação esportiva, supervisionadas por instrutores capacitados. Um prato cheio para promoções de cunho político-eleitoreiro, tão a gosto de um negocio de Estado. Mas a realidade tem demonstrado que tais programas não tem condições de planejamento e administração para passarem por um crivo elementar de auditoria. São na realidade um sorvedouro de verbas publicas avidamente disputadas por aventureiros disfarçados de protetores e salvadores de nossa juventude da periferia. E quem são essas pessoas? Serão professores bem formados e treinados para liderarem tão árduo trabalho? Ou serão aqueles “abnegados” sempre dispostos ao lucro mais do que bem-vindo via cofres públicos? Perguntas não tão difíceis de responder neste infeliz país, onde esporte é negocio de Estado. E uma outra pergunta vem logo à tona- Onde se encaixam os CONFEFs e CREFs sempre tão dispostos a prender professores que se negam a pagar seus dízimos anuais, e cinicamente ausentes das bocas de túneis onde gabaritados técnicos de futebol riem de suas prosaicas autoridades, e não só no futebol...
A afirmação do ex-Ministro dói ainda mais quando vemos a decadência progressiva de nossas escolas, onde, como nos paises mais desenvolvidos do mundo, o esporte deveria se constituir em conjunto com as artes e as disciplinas básicas no maior negocio de Estado, a educação de um povo. Mas não entre nós, onde um Ministério do Esporte, com suporte de um COB politizado se apossa de uma das vertentes mais poderosas no processo educativo dos jovens, atraídos pelo seu potencial de agrado e aceitação popular, para “administrar” verbas jeitosamente distribuídas a apaniguados e seguidores de suas políticas de Estado. Os resultados ai estão numa versão preliminar, e que se avultarão na medida em que a sociedade aprofunde as sindicâncias necessárias. O prejuízo será de grande monta, mas nunca para àqueles que se beneficiaram ao som dos berimbaus da vida.
E por que esse grande negócio de Estado não foi desenvolvido e entregue à gestão escolar, sob a égide do MEC? Claro, que as dificuldades de desvio de verbas seriam tremendamente mais difíceis, e até certo ponto impossíveis dentro da esfera escolar, assim como não beneficiariam a politicalha eleitoreira que só o esporte pode prover num curto espaço de tempo. Pois escola denota tempo, muito tempo, muito trabalho, na maioria esmagadora de suas funções sem qualquer reconhecimento e projeção publica. Educar um povo, gerações e gerações, nunca deu votos a nenhum político, mas silenciou a ignorância, afastou o analfabetismo e projetou, silenciosa e inexoravelmente as grandes nações ao encontro de um futuro rico e seguro de suas potencialidades, numa verdadeira égide democrática, constituindo-se no mais puro e verdadeiro negocio de Estado, ao som de suas canções, seus hinos e suas esperanças, e não ao som rústico e monocórdio de um berimbau.
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