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Prof.Paulo Murilo 

12 maio 2007

O PUJANTE BASQUETEBOL.

“O basquete brasileiro mostra que está pujante, mais vivo do que nunca, apesar de alguns derrotistas dizerem o contrário( nesse momento fixa desafiadoramente as lentes da câmera). A entrevista do Varejão no O Globo mostra um atleta determinado a defender a verde e amarela, não importando a NBA aceitar ou não. O publico recorde de Brasília ai esta para comprovar o grande momento de nosso basquete”. Com estas palavras o técnico de Joinville iniciou seu discurso ufanista ao inicio do jogo contra Franca. E disse mais:”Podemos formar 20 equipes, com alguns estrangeiros de reforço, para voltarmos ao cenário internacional”. E finalizou: “Mas também precisamos mudar alguns conceitos de jogo, a exemplo do que a equipe de Franca vem aplicando”.

Vem o jogo, e com a equipe francana nitidamente rodando seus jogadores, no intuito de preservá-los para a maratona de jogos que terá de enfrentar daqui para diante, e o que se viu foi um enfrentamento dos atuais conceitos mencionados da equipe de Franca, ante os conservadores conceitos da equipe de Joinville, e que graças a excelente participação de seu pivô conseguiu equilibrar os quartos iniciais da partida. No derradeiro quarto, a equipe francana fez voltar seu quinteto básico, com o aproveitamento de seus três armadores e dois homens altos e liquidou a partida. Em nenhum momento se viu na equipe do sul um vislumbre, por menor que fosse, de mudança conceitual, e sim a mesmice que grassou e ainda grassa na grande maioria das equipes brasileiras. Logo, o discurso, apesar das indiretas àqueles que discordam veementemente da absurda situação por que passamos desde muito tempo, caiu no vazio, demonstrado na pratica, pela sua equipe. Seria de boa cepa, que evitasse tais manifestações que lhes são ofertadas por microfones globais, substituindo-as por um trabalho que visasse as tão propaladas mudanças conceituais.

Agora, afirmar que podemos formar 20 equipes de categoria, que juntamente com o reforço de estrangeiros nos levaria de volta ao cenário internacional, soa falso, muito falso. Seria mais ou menos como a equipe do Sunshales, que venceu Franca no Sul-americano, onde dois americanos praticamente derrotaram os brasileiros, aspecto muito bem descrito pelo comentarista da ESPN Brasil, ressaltando, que sem os mesmos a equipe argentina dificilmente derrotaria os brasileiros. Propugna-se então a volta do tempo em que as equipes só eram levadas à serio se possuíssem americanos em suas hostes, para gáudio e status de seus técnicos, que em muitos casos mal podiam dialogar com os mesmos em sua língua pátria.

E onde encontraríamos tantos técnicos “preparados” para liderarem tantas equipes de nível internacional, se mal nos agüentamos em pé atrelados aos conceitos que o televisivo técnico sempre foi ferrenho defensor, e ainda atual utilizador? Porque levantar bandeiras que nunca levantou, pelo simples fato de estar sempre plugado aos microfones globais? Porque o rancor com a critica, ainda mais quando emanadas por quem conhece as quadras, o jogo, as longas lutas por condições de trabalho, divulgando o grande jogo, democraticamente por todo o país, e que tem ajudado na formação de muitos professores e técnicos ao longo dos anos? A critica fundamentada é necessária quando está em jogo o futuro do nosso basquetebol, e que mesmo longe das benesses dos “open mics” se manifesta naqueles nichos tão bem descritos pelo Melk, as gloriosas trincheiras na internet, que vivas e atuantes não se deixam cooptar e influir por discursos ilusórios, interesseiros e, por que não, pujantes.

Concordo, porém, que devemos mudar conceitos, de jogo, de táticas, de planejamento, e de ética, e que os mesmos bem que poderiam renascer na bela cidade de Joinville, para a alforria do basquete brasileiro, mas com muito e dedicado trabalho, e menos discursos. Amém.