Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
28 julho 2007
O GRANDE VALTER E O RECADO.
O recado está dado, entenda e aceite quem quiser, pois quem manda aqui é o Super N, e estamos conversados. Não precisava nem exagerar na escalação inicial, e que se manteve por todo o primeiro quarto, com o excelente Valter, não só na armação, mas colocando os estilingues de plantão em posições livres de qualquer marcação, e que quando falhavam, e foram muitas vezes, ele mesmo arremessava de três da forma mais precisa possível. E tem mais, passou o quarto inteiro quebrando os galhos e rombos defensivos deixados pelos outros dois “inhos”, que de defesa não conhecem nem a posição básica. Mas são detalhes insignificantes para quem tem as costas quentes. E algo mais, multiplicou-se em vários para armar o que desarmavam, para penetrar com categoria e domínio pleno da bola quando os demais “alas-armadores” refugavam pela mediocridade de suas ações. E concluindo o recital, tudo no quarto inicial, serviu como a muito não se via, os pivôs, a todos eles, com clarividência e profunda sabedoria. O Valter, que não merece um “inho” qualquer em seu nome, preencheu com sobras o vazio técnico-tático nesta tarde chuvosa do Pan, para gáudio de quem o assistiu.
No segundo quarto, para não dar muito na pinta, a sábia comissão fez entrar um outro armador, que imediatamente dividiu com o Valter as funções que o estavam desgastando sem necessidade. Mas foi por pouco tempo, pois o recado tinha de ser dado na íntegra, ainda mais que o futuro armador-finalizador estava na platéia, já antevendo suas funções como já havia designado a eminência parda em seu check list.
O Uruguai, com sua fraca seleção, mas com dois jogadores de grande categoria, o Batista e o Mazzarino, exigiu o máximo da seleção brasileira, e não fosse a ausência prolongada do pivô pelas três faltas cometidas ainda no primeiro tempo, a situação poderia ter se complicado. Mas nada que não pudesse ter sido resolvido pela pujante exibição do Valter, que foi desgastado ao longo de toda a partida, sem que lhe fosse dada qualquer ajuda na função de armação da equipe.
Ficou bem claro o recado a toda e qualquer tentativa que venha a se manifestar quanto a forma que jogará a seleção no Pré-Olímpico. Valter como único armador, Leandro em função de ala, dois pivôs NBA (à escolher conforme se apresentem...), e um ala cardinalício. Dois pivôs que ora se apresentam, Murilo e J.Batista, um dos integrantes da NBA, mais dois ou três alas já conhecidos, um armador e uma ou duas promessas para o futuro.
Atuar com dois armadores puros, nem pensar, pois desnudaria a imposição gritante e escandalosa de um sistema de jogo anacrônico a tal ponto, que está sendo rejeitado aos poucos e decisivamente pelos próprios inventores do mesmo, os americanos, até mesmo por umas poucas equipes do endeusado world championship da NBA. Mas para uso interno, ainda é suficientemente valioso na manutenção de empregos e castas ditas profissionais.
No quarto final, num esforço notável, o Valter, aquele dos três quartos iniciais, respirou fundo e arrancou uma penca de jogadas lapidares levando a equipe à vitória. Mal sabe ele, que com sua deslumbrante atuação enterrou, para satisfação imensa da comissão “unida e uníssona”, a necessidade fulcral de jogarmos com dois armadores. Essa é uma realidade da qual ainda poderemos nos arrepender amargamente.
Para a alegria da nata que icensa e reverencia tudo aquilo que se faz de certo e errado na NBA, seu sistema estará a salvo, pelo menos no que se refere à outrora magnífica e vitoriosa Seleção Brasileira. Colônia é assim mesmo, não nega sua origem, aquela que lhe garante o pão nosso de cada dia. Amém
4 Comments:
Professor Paulo,
Vc acha que Leandrinho naum é um COMBO GUARD???? Eu já vi ele armando e muito nessa seleção... Tudo bem que ele naum seja um PG puro, mas ele tem a qualidade de um PG com a precisão de um SG... Ele pra mim é infinitamente superior a qualquer outro PG que não seja VALTER!!! Hehehehehehehehehe!!! Tirando o jogo contra os EUA, nas outras partidas até concordo que possamos jogar com Leandrinho na 3 e utilizar VALTINHO e HUERTAS na armação... Mas contra os EUA, fica difícil vc colocar Leandrinho tentando marcar Lebron, e Huertas marcando Kobe!!! Mas contra as outras seleções que não possuem tantos ALAS atléticos e craques, podemos muito bem utilizar 3 armadores e acelerar esse jogo, deixando eles desnorteados!!!
Um forte abraço e belo texto!!!
Prezado Clovis,lembre-se da aula magistral da equipe italiana na última Olimpíada, quando num jogo classificatório travou o Dream Team numa zona intransponivel para os padrões NBA.Daquele momento em diante ficou bem claro para o mundo que os magos norte-americanos podem sim, ser derrotados por não tolerarem jogar daquela forma.É o que o Brasil terá obrigatoriamente de fazer, tendo Kobe ou ou outro qualquer pela frente.Mas para isso tem de primeiro aprender a marcar individualmente, coisa que os "inhos"da seleção desconhecem mesmo.Quanto ao Leandro,de armador tem muito pouco se comparado ao Nash e ao Valter, e sua função de penetrador e finalizador está muito mais para um ala do que um armador.É isso aí Clovis. Um abraço
Paulo Murilo.
Professor Paulo,
Me lembro bem da aula nas Olimpíadas, o problema foi o seguinte, faltava aos EUA chutadores de longa distância, que vão ter agora, era um time muito inexperiente, coisa que não são agora, e não tinha armadores da qualidade de KIDD e BILLUPS, o que terão agora!!!
Sobre a marcação individual, concordo com vc em partes, Leandrinho evoluiu muito nesse quesito nos EUA, Marquinhos marca muito bem individualmente, mas sofre na ZONA, mas em compensação o nosso garrafão com Varejão, Splitter e Nenê, será um dos mais fortes defensivamente falando!!! Varejão tem como especialidade a defesa, Splitter é considerado TOP 5 da Europa em defesa e Nenê é muito elogiado por coachs e jogadores adversários, por causa da sua marcação no 1x1!!! Só precisa acertar a marcação do Backcourt!!!
Um abração!!!
Prezado Clovis,lembro mais uma vez que o Pré-Olimpico será regido pelas regras da FIBA, e que a maioria dos jogos terão árbitros europeus.Nesse panorama, as habilidades do Varejão e principalmente do Nenê,quanto às suas experiências na NBA,farão enorme e decisiva diferença.O Spliter,que atua na Europa,em muitas situações atuou como se estivesse na NBA,sendo sacado rapidamente de quadra pelo numero de faltas.Por esse fator é que foi draftado, pois os Spurs precisam de um pivô que atue energicamente.É de suma importância que avaliemos estas situações com isenção e nenhuma paixão.Avalie então como estarão treinando os pivôs americanos.Se soubermos tirar partido,como os europeus já sabem,ai sim,teremos algumas chances.Um abraço,Paulo Murilo.
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