Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
10 agosto 2007
A PÂNDEGA...
Dentro de quatro dias a seleção brasileira embarcará para disputar um torneio em Porto Rico, como apronto para o Pré-Olimpico que se inicia no próximo dia 22. Muito bem, e a equipe? Dos nove pivôs convocados somente três treinam regularmente, Spliter, Murilo e JP Batista, dois que jogam na Europa e um por aqui mesmo. Dois se machucaram, um pediu dispensa e os três gigantes da NBA estão em vias de não atenderem a convocação, por motivos profissionais. Doze estão firmes segurando a brocha, mas para cada estrela que resolver assumir, um armador dos quatro que permanecem, ficará pendurada na mesma. Mas se nada se modificar até lá, vai ser uma pândega, pois a comissão “uníssona e unida” se verá às voltas com quatro armadores na equipe, sem sequer desconfiar o que e como fazê-los jogar, dentro de um padrão “sugerido” pelo delfin, que esboça uma atitude escapista, nada inovadora.
Entrementes, um dos cardeais já manifesta publicamente um posicionamento técnico-tático pretensamente revolucionário, se não fosse puramente oportunista, e somente possível num ambiente destituído de comando e disciplina, danças do siri à parte.
Numa entrevista ao jornalista do UOL, Giancarlo Gianpietro, o ala, agora ala-pivô esclarece à galera ignara-“Já renovei por mais três anos para jogar de ala-pivô. Agora defini minha posição lá. Se eu for escalado como ala-pivô, é uma opção tática que o Lula pode usar, porque a gente ganha chute de fora nessa posição, em uma arma que vem sendo usada internacionalmente cada vez mais.”
E o técnico responde:”O Guilherme é uma alternativa tática, mas seria uma coisa rápida, sem muito tempo. Colocá-lo definitivamente nessa posição a gente não vai fazer, mas ele pode transitar nas duas funções sem problema.”
É incrível que um debate desse teor venha a publico, onde um jogador, que vê sua posição de ala seriamente ameaçada por três jogadores mais ao gosto da comissão, o Alex, o Marcos e o Marcelo, se propõe a uma função para a qual existem alguns bons pivôs que sequer foram lembrados na convocação, um deles, inclusive, líder por duas temporadas seguidas nos rebotes, tanto defensivos, como ofensivos, o Probst. Sem falar em Estevan, Alirio, Marcio e outros que poderiam ter uma chance, pelo menos de treinar, chance esta dada a garotos sub-19, imaturos perante tal e enorme responsabilidade.
Mas o comando ainda se mantém fiel a seu planejamento com vistas à classificação olímpica, mantendo um grupo aberto às maquinações contratuais das estrelas mais interessadas em seus ganhos milionários, do que a defesa terceiro-mundista de uma seleção nacional, que será atendida magnanimamente na medida em que seus interesses não sejam afetados, apesar do check list exigido antecipadamente. Business is business, que assim entenda a comissão, e estamos conversados.
“ A única coisa certa é que não posso cortar um pivô. Para o resto, é uma questão de decisão. Se tivermos um reforço, será bem vindo. Se não, vamos com os doze que aqui estão.”
E se forem esses doze, vai ser, como disse no inicio, uma pândega testemunhar como um sistema mantido, desenvolvido e estratificado, em torno de um armador, se comportará através uma equipe que contará com quatro armadores, que tal?
Bem sei como utilizá-los, assim como uma plêiade de excelentes técnicos localizados em alguns dos países que vêm liderando o basquetebol nos últimos oito anos. Mas a douta comissão saberá utilizá-los com efetiva eficiência? Duvido, é areia demais para o caminhãozinho deles. Por isso rezam novenas para que um dos nenezianos compareçam à liça, inclusive o próprio, com ou sem check list. E não precisam nem treinar, como não o fizeram até a data de hoje.
Tremo nas bases só em pensar no que ocorrerá com a não classificação olímpica, já que cabeças rolarão, mas não, e com certeza, as certas. Raposas quando muito perdem alguns e chamuscados pelos, a cabeça, never.
Amém.
4 Comments:
Caro Professor,
o Ricardo não ter sido nem
PRÉ CONVOCADO é um crime.
Vi alguns jogos deles e em destaque
o jogo 5 das quartas de final do Brasileiro.
Ele ta em otima fase faz tempo.
É um absurdo. Só temos as vistas
para NBA e Europa ?
Jogadores coadjuvantes lá ?
Esquecemos dos bons daqui ?!?
Que são realmente bons.
Uma pena ...
perdem todos nós que gostamos
de basquetebol.
Começo a temer por Londres-2012
Abraço para o senhor e
feliz dia dos pais,
caso assim seja !
Prezado Henrique,obrigado pelo dia dos pais que passei junto aos filhos queridos.Quanto ao Ricardo também lamento muito a sua não convocação.Me parece que alguns jogadores que aqui ficam não têm aquele apelo de notoriedade que os que saem para o exterior adquirem, mesmo que para atuarem em equipes de quinta categoria.Mente caipira raciocina dessa forma, e os que aqui ficam, mesmo sendo melhores, sobram,e não são lembrados.A idéia é simples caro Henrique.Os que estão fora,por treinarem duro com seus técnicos aliviam sobremaneira a carga da comissão, para a qual,preparar técnicamente jogadores se constitue tarefa impensável por incompetência.O negocio é pegar jogador treinado e aplicar as coreografias manjadas de sempre, o que seria bem mais complicado se tivessem de treinar e preparar os que aqui ficaram.Simples,não? Por isso,Londres 2012 se apresenta como uma opção valida, é claro,se houver mudanças profundas em nossa preparação.Um abraço,Paulo Murilo
Olá Professor Murilo!!!
Estive ausente algum tempo, mas voltei... Espero que seu Dia dos Pais tenha sido ótimo, pelo menos é o meu desejo!!!
Concordo que alguns jogadores do nacional deveriam ter sido convocado, isso pra mim é claro!!! Principalmente para o PAN, como outras seleções fizeram, dando assim, mais "cancha" internacional para galerinha da liga nacional!!!
Mas essa comissão só chama os "garotinhos" do extinto COC, onde o Lula esteve por anos!!!
Sinceramente, naum sei muito sobre a liga nacional, já que voltei a pouco tempo dos EUA, mas me lembro que existia alguns atletas de nível de seleção nacional, como Renato, Artur, Arnaldinho, Estevam, Luis Fernando, Olivinha e esse Ricardo que todos falam... Seria uma seleção B, que não faria feio de forma nenhuma num campeonato como o PAN!!! E assim, poderia ficar apenas treinando com a galera da Europa, como a Argentina fez!!! Tenho certeza que seria mais útil... E vc levaria pro PAN, Nezinho e alguns jovens talentos, como Paulão, Betinho e outros que não fossem da chamada "SELEÇÃO PRINCIPAL"!!!
Mas fazer o que, como o professor Paulo disse, e a cara e o tamanho do Lula demonstra, nossa comissão técnica tem preguiçaaaaaaaaaa!!!
Meu Deus, pq Paulo Bassul não treina a equipe masculina, seria de mais importância que pra feminina!!! Esse sim, me mostra mais competência e mais vontade!!!
Um abração para o Professor e pro Henrique!!!
Prezado Clovis,obrigado pela amável lembrança do Dia dos Pais,que foi ótimo junto aos filhos.Quanto à seleção,creio que já disse o que foi possível dizer,exceto a constatação de que nada do que vem sendo absurdamente feito seria possível se existissem em nosso país associações estaduais e uma nacional de técnicos,independentes e atuantes,responsáveis e eleitas por seus pares,trabalhando junto às federações e à CBB ou NLB,pelo desenvolvimento técnico do basquetebol.Claro,impensável junto às matilhas de raposas felpudas que infestam e dirigem nosso esporte com as verbas públicas que tanto as interessam, ao ponto de se submeterem aos "cargos de sacrifício" que mantém a décadas.Por tudo isso,qualquer jogador que se rebelar contra os critérios coloniais emanados dessa turba, estarão fora de convocações,por melhor que joguem e atuem.É a política osmótica do poder.Vai ser difícil removê-los,mas não impossível. Um abraço,Paulo Murilo.
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