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Prof.Paulo Murilo 

02 maio 2005

SALTOS DE QUALIDADE.

Acabo de assistir a decisão da Liga Nacional de Voleibol,de uma extrema qualidade técnica e de grandes emoções.Durante a transmissão me via transportado para os anos sessenta quando iniciava minha vida na Educação Física e na Técnica Desportiva, compartilhando todos os meus sonhos com pessoas que dalí em diante trlhariam caminhos comuns aos meus.Uma dessas pessoas foi o Paulo Matta,grande professor e técnico de voleibol,com quem tive a honra de trabalhar na UFRJ.Fomos talvez,junto ao professor Roberto Pavel da natação,os primeiros técnicos a se utilizarem dos meios audiovisuais em grandes proporções para o aprimoramento técnico nos desportos em nosso país.Em 8 e 16mm rodamos centenas de metros de filmes totalmente financiados por nós,de nossos salários,como um investimento valioso para nossos estudos. Muitos outros técnicos se beneficiaram desses materiais,e me recordo muito bem de um deles que devorava em sessões na casa do Paulo tudo o que filmavamos de volei. Estudou muito e acabou campeão mundial na modalidade,o grande técnico e hoje dirigente Bebeto de Freitas.Foram tempos malucos,em que pneumonias não eram obstáculos na ânsia de registrarmos tudo que podiamos,no basquete, no volei, na natação e no judo.Filmávamos escondidos do técnico da equipe feminina do Japão campeã olímpica,que nos proibia de fazê-lo,assim como registramos tudo o que apresentou o Matsudaira,técnico que influenciou em muito nos sistemas que seriam adotados pelo volei brasileiro,hoje o melhor do mundo.Constatei e colaborei um pouco nessa evolução registrando com o Paulo o que havia de melhor na época,ao mesmo tempo em que o fazia na minha modalidade.Os técnicos de volei brasileiros foram,com sua evolução revolucionária os criadores de uma nova escola,que se antepôs às escolas européia e asiatica.Foram audazes e corajosos, pois não copiaram o que viram, e sim adaptaram aqueles conhecimentos às nossas realidades,emergindo daí um novo conceito técnico. Os técnicos de basquetebol fizeram o inverso, pois anexaram e impuseram conceitos norte-americanos em sua total forma,sem adaptações e maiores considerações. Aparentemente era o caminho mais fácil de ser trilhado,dentro da concepção de que se era empregado na formação dos melhores por que não o seria aqui também. Copiou-se muito e estudou-se pouco,principalmente nossas realidades e limitações.Omitiramn o passado brilhante para apostarem num presente servil e desprovido de criatividade e autênticidade,levando a modalidade a um processo de decadência que hoje atestamos.Nos últimos anos não vimos em nenhum momento qualquer atitude contrária a essa realidade por parte de federações e da confederação,e muito menos por parte dos técnicos, ao contrário do que fizeram os do voleibol.Por tudo isto urge uma mudança radical nas conceituações técnicas do nosso basquetebol,e não acredito que isso possa vir dos atuais dirigentes, acomodados e satisfeitos em suas redomas corrompidas pela mesmice lucrativa. A eleição de hoje na CBB pode ser o inicio de alguma mudança ou a sacramentação do status quo,a definitiva derrota.