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Prof.Paulo Murilo 

20 abril 2005

REAPRENDENDO.

Enfim,estamos reaprendendo.Dois jogos,duas constatações que geram esperanças em dias melhores.A utilização de dois armadores puros pautaram ambas as partidas,levando à derrota àquela equipe que em momentos dos jogos abandonou tal iniciativa,senão vejamos:Na partida Uberlândia x COC,o primeiro partiu celere na utilização dos dois armadores,enquanto o COC,por todo o primeiro tempo se utilizou de um único.Perdeu por boa margem,mas retornou com dois armadores,equilibrou o jogo e assumiu o placard. Nesse momento o Uberlândia,talvez por motivos de faltas pessoais,ou por não poder contar com reserva à altura,manteve um só armador.O COC manteve a vantagem e venceu o jogo.Na outra partida,repetiu-se a mesma situação,pois a equipe do Ajax somente confiou na eficiência de dois armadores na segunda etapa e na prorrogação,vencendo com méritos.O Uberlândia,enquanto manteve os dois em quadra comandou o placard,mas por algum motivo técnico abriu mão da formação e permitiu o equilíbrio, transformado em vitória por seu adversário.No entanto ficou bastante claro que a atitude tática das equipes em questão foi a de manter os principios do passing game,com somente um dos armadores atuando de cada vez,fazendo o outro o papel originariamente destinado a um ala. Mesmo assim,a qualidade dos passes,dos dribles e das fintas aumentaram em muito a eficiência das equipes,em detrimento de uma contornável diminuição na estatura dos quintetos em quadra.Fico imaginando como atuariam essas equipes,com os excelentes jogadores que possuem em uma armação tática em que os armadores atuassem em conjunta movimentação,alimentando um ainda mais dinâmico trio ,em permanentes deslocamentos pelo garrafão.Seria uma festa de técnica e grandes performances.Mas, como venho escrevendo sistematicamente nesse site,é um sonho a longo prazo,pois será muito difícil,e algo demorado, nos desvencilharmos do cabresto imposto pelo passing game,com toda sua coreografia armada em pranchetas,as quais muitos técnicos reagirão em abandonar,talvez por se sentirem inseguros ao permitirem livre arbítrio dos jogadores dentro de ações que deveriam ser exaustivamente treinadas,aceitas e compreendidas nas práticas do dia a dia,e não criadas,e até inventadas no transcorrer das partidas.Estratégias são pré-estabelecidas,táticas são segmentos daquela, que se aplicam em determinados momentos,e ambas são decorrencia de treinamento,pois não admitem remendos de última hora.Não confundir com improvisação,que é o argumento definitivo de quem domina a estratégia,a tática e os fundamentos do jogo.Precisamos com urgência reavaliar nossos conceitos de jogo,aquele adaptado às nossas condições técnicas,voltado ao que temos de melhor,a criatividade,a coragem e a sabedoria de explorarmos ao máximo nossas carências de povo pobre,mas capaz de superações inimagináveis.Nossos técnicos precisam reaprender sistemas,táticas e estratégias de jogo dissociadas do modelo único que nos estrangula a 20 anos, e para tal urge que se encontrem,que discutam e que repassem suas experiências,mesmo antiquadas,não importa,mas que o façam.Um grande mestre que tive,Prof.Armando Peregrino,me disse uma vez:Paulo,ensine tudo que sabe,tudo,pois dessa forma você estará se comprometendo a aprender cada vez mais.Só os mediocres guardam o que pensam saber para si mesmos. Grande mestre,grande destino.