FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com


Prof.Paulo Murilo 

09 abril 2005

E A BURLA CONTINUA.

Quinze segundos para o término da partida Paulistano x Uberlândia.O armador do Paulistano dribla em direção à cesta.O defensor recua à curta distância.O atacante executa duas paradas com subsequentes partidas e arremessa dando a vitoria à sua equipe.Só que a arbitragem,totalmente focada na ação dos dois jogadores omite o fato de que nas duas paradas o atacante interrompe a trajetória da bola em seu deslocamento vertical e recomeça o movimento fazendo com que o dominio da mesma se mantivesse longe do alcance do defensor.Em ambas as ações o atacante cometeu a infração dos dois dribles pois é vedado a quem dribla a bola a interrupção de suas trajetórias ascendentes e descendentes.Se estivesse em maior velocidade cometeria a infração de andar com a bola,pois daria um sobrepasso com a mesma paralizada em sua mão.Ninguém reclamou,a jogada foi validada e vida que segue.Amanhã,em competições internacionais a infração será marcada,e as reações poderão se fazer sentir em torno de uma flagrante violação às regras do jogo.E cada vez mais essa ação é difundida entre nossos armadores e alas.Os técnicos se mostram coniventes,pois não se vêem atitudes que reprovem a ação.E essa atitude técnica vem estabelecendo uma verdadeira orgia de incorreções nos dribles,a ponto de alterar até resultados nos jogos.Muito desse comportamento técnico vem do street-basketball americano,onde a manipulação da bola visa a acrobacia e o espetáculo,empolgante por sinal,mas em detrimento das regras do jogo.Por isso os praticantes dessa modalidade nos EEUU são preteridos quando candidatos a vagas nas equipes da NBA. Uma das constatações mais óbvias ao visualisarmos as grandes fotografias dos armadores e alas americanos quando driblam é a proximidade de seus cotovelos junto ao corpo,fator que elimina o sobrepasso e a condução,pois nessa posição a bola percorrerá sua trajetória perpendicular ou oblíqua na mesma extensão,tanto com o jogador parado ou em deslocamento.O cotovêlo distante do corpo caracteriza a manutenção do controle da bola por um periodo de tempo mais longo,fazendo com que o binômio rítmo-passadas se altere sobremaneira.Se a mão condutora da bola se postar por baixo da mesma,ficará caracterizada a interrupção de sua trajetória,configurando a infração.Já se observam essas tendências até em categorias de formação,pelo exemplo dos adultos,e pela não punição por parte das arbitragens.Em suma, estamos educando toda uma geração de jogadores a utilizarem recursos técnicos que burlam as regras,o que é de se lamentar.O ensino dos fundamentos realmente é dificil e demorado, mas não justifica tal simplificação no ato de driblar a bola.Torna-se uma ação comprometedora no mistér de bem ensinar e de bem sedimentar nosso futuro.Cuidado,muito cuidado nos fundamentos caros colegas,pois jovens são como vasos de argila,cuja modelagem exige paciência e precisão,pois se o resultado após o endurecimento dos mesmos for defeituoso só resta quebrá-los, e dificilmente os cacos podem ser juntados e colados.Por isso sempre defendi que a formação deveria ser entregue aos melhores professores,os mais bem preparados,pois não veriamos a burla nos dribles em silênciosa conivência.