Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
13 abril 2005
A VELHA NOVIDADE DO SUNS
O técnico do ano na NBA é o Mike D'Antoni por ter revolucionado o jogo com sua correria desenfreada e fora dos padrões táticos das demais equipes,etc,etc...e tal.Esse é o destaque que é dado por alguns comentaristas aqui no Brasil em suas colunas especializadas naquele particularíssimo jogo praticado pelos irmãos do norte.Como revolucionário se nós mesmos o praticávamos a 40 anos atrás? Como revolucionário se a geração de Jabar e Magic Johnson nos Lakers dos 80's já o praticavam magistralmente? E bastante antes o Boston de Bob Cousy e Bill Russel já reinavam em gloriosos contra-ataques,hoje denominados incorretamente de transições, mas que sôa modernoso.E um detalhe que só um dos articulistas mencionou,o de que tal revolução foi desencadeada pela liderança de um armador,o Steve Nash,que nem é americano e adora jogar futebol(o nosso)como meio campista.A logicidade desta revolução está implicita e explicitamente ligada nas funções de um armador inteligente,criativo,independente,e por isso mesmo revolucionário.Duvido que nos dias atuais um armador americano pudesse exercer tal independência ante a rigidez tática imposta pela maioria dos técnicos americanos.O Nash,com sua habilidade no drible e nas fintas,com sua enorme velocidade,e,principalmente,com uma visão periférica do jogo,quase camaleônica(aproximadamente 240º),fazendo toda a equipe interagir em constante movimentação,onde individualmente todos dominam com maestria os fundamentos básicos do jogo.Tivemos nós alguns Nash no passado,Amaury,Wlamir,Pecente,Mosquito, Helio Rubens,Nilo,Edwar,Peixoto,Fernando,Maury,Guerrinha e muitos outros que jogavam e faziam jogar.Hoje temos até bons armadores,mas que na maioria das vezes somente jogam.O sistema de jogo que empregamos,que é copia do que é utilizado na NBA retira, e muito,as ações de fazer jogar dos armadores. E aí aparece um pequeno sul-africano- canadense,desvinculado,pela inteligência e pela forte personalidade,dos padrões vigentes e "desencadeia uma correria desenfreada que revolucionou o jogo".Acho que a melhor definição,a mais honesta,seria revigorou,ou mesmo reavivou o jogo.E nós minha gente,e nós! Continuaremos a receber tais "inovações" pelo simples fato de nossos atuais colunistas serem absolutamente impermeáveis ao passado recente? Em nossa última conquista masculina,lá dentro,em Indianápolis no Pan de 87,vencemos,não só pelos 3 pontos,mas pela velocidade das ações.E o que dizer das conquistas femininas? Não agiam,Paulo,Hortência e Janeth como age o Nash atualmente?Numa aparente e enganosa anarquia tática,onde a criatividade,a coragem e a extrema habilidade são os elementos desequilibradores? E o que dizer dos cerebrais armadores argentinos,tão ou mais Nash's do que o mesmo.Saberão os jovens cronistas onde seu deu a primeira,grande decisiva e fulcral revolução no basquetebol? Não? Então conto. Foi quando,em 1936 Hank Luizetti,jogador da Universidade de Stanford criou o Arremêsso em Suspensão o clássico Jump Shot,pois desta data em diante o jogo nunca mais foi o mesmo.Aliás, a tese de doutoramento que defendi na Europa tinha esse enfoque como tema de partida. Num dos programas da série "A História do Jazz" passada no canal GNT.o,produtor Marsallis entrevista o grande Karin Jabbar sobre uma possível similitude entre o jazz e o basquete,e o depoimento do grande jogador deveria servir de modelo para todo e qualquer profissional da imprensa desportiva que queira escrever sobre táticas,sistemas,e principalmente criatividade e atitudes revolucionárias.Reunam-se, assistam e aprendam o verdadeiro sentido da palavra revolução,e o que ela realmente significa dentro,não só do esporte,como no âmago de nossas vidas.Mas,a grande ironia dessa historia toda,é a de que não foram poucas as críticas à nossa maneira peculiar de jogar, maneira essa que é endeusada por se tratar de NBA, o que reforça o dito popular de que "santo de casa não faz milagres"!E outra,a de que o reserva do Nash,o nosso Leandro ainda se encontre engessado pelo sistema de jogo onde se desenvolveu,o passing game,constatação óbvia quando está em quadra.Torço para que ele tenha discernimento suficiente para embarcar na canoa de seu colega,pois habilidades possue só que talvez não seja o suficiente,pois falta-lhe o lastro cultural,que faz do titular dono de uma auto-suficiência decisiva em toda e qualquer revolução.
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