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Prof.Paulo Murilo 

30 agosto 2006

200 ARTIGOS DE LUTA.

Em setembro de 2004 iniciei a publicação deste blog, que agora, dois anos depois chega aos duzentos artigos, doze dos quais serão a base do primeiro livro que estou produzindo sobre os fundamentos do jogo. Acredito que tenha ajudado com um pouco da minha experiência nas quadras para o entendimento desta magnifica modalidade esportiva, e na esperança de que a mesma se soerga entre nós. E hoje, um tanto fora do aspecto festivo pelo duo-centésimo artigo, tento entender como pessoas que se dizem sérias se deixam levar pela paixão ao emitirem opiniões e testemunhos enganosos. Um sub-título? FALEM A VERDADE, POR FAVOR. Assisti perplexo ao programa Arena Esportiva de ontem no Sportv, todo ele dedicado ao basquetebol, no qual ouvi absurdos perpetrados por dois técnicos convidados, sendo um deles o da seleção brasileira. Num momento do programa falou-se sobre a importância da criação de uma associação de técnicos, como as existentes nos países que dominam a modalidade na atualidade.E o testemunho do selecionador nacional foi de um desconhecimento assustador. Afirmou que com o falecimento do Daiuto( na realidade o Prof.Moacir Daiuto, técnico, escritor e diretor da EEFUSP), a associação de técnicos por ele fundada, praticamente deixou de existir, e que só recentemente uma outra associação, a APROBAS, dirigida pelo Tácito(?), tenta se estabelecer, mas que somente uns poucos pagam sua anuidade. Todas ,informações completamente falsas. Quem idealizou, ajudou a fundar e participou na redação do estatuto da primeira associação de técnicos de basquetebol em nosso país, fui eu, quando do Campeonato Mundial Feminino em São Paulo em 1971 . Naquela ocasião, paralelamente à um curso de atualização técnica patrocinado pela FIBA e pela CBB, com a presença de um elevado número de técnicos de todo o país, a idéia lançada por mim teve imediata aceitação, e logo uma comissão designada por todos em votação, da qual fiz parte, foi destacada para a elaboração do estatuto da ANATEBA-Associação Nacional de Técnicos de Basquetebol, que nascia nas dependências do DEFE na Água Branca. Na promulgação do estatuto e da ata de fundação propuseram os técnicos presentes e fundadores que eu assumisse a presidência, a qual declinei com o argumento de que a associação iniciaria seu trabalho em conflito com a direção da CBB, da qual divergia profundamente. Sugeri então o nome do grande técnico Antenor Horta, tendo como vice-presidente o Prof.Moacir Daiuto. O desportista Jack Fontenelle assumiria o setor financeiro e eu, dada à insistência dos técnicos assumiria a secretaria da nóvel entidade. A ANATEBA foi um sucesso imediato, contando de saída com mais de 120 associados, dos mais diversos estados do país. Publicou 5 revistas, e lançou o mini-basquete no Brasil, além de organizar cursos de atualização em vários estados. Mas aos poucos, a CBB minou a associação, que via como concorrente, e que sem sua ajuda logística deixou de existir. Em 1976, quando cursava o mestrado de Ed.Fisica na USP, em um dos sábados desportivos que a EEF organizava para reciclar os técnicos de SP, e na presença de mais de 150 deles, propús, mais uma vez, a recriação da ANATEBA, que foi rebatizada de ABRASTEBA- Associação Brasileira de Técnica de Basquetebol, sendo eleito para a presidência o Prof.Moacir Daiuto, que era o diretor da EEFUSP, ficando comigo a vice-presidência. Seis meses mais tarde, sem que tivesse sido sequer comunicado e sem votação em assembléia, fui afastado do cargo, pois era o único não paulista na direção da associação. Sucedeu ao Prof.Daiuto o Prof. Guilherme Kroll, até o encerramento de suas atividades, pois o suporte logístico dado pela EEF cessou com o falecimento do Prof.Daiuto. Très anos atrás fui à fundação da APROBAS (Associação dos Profissionais de Basquetebol) em São Paulo, como o único carioca presente, doando à nova entidade todo o material que possuia sobre a pioneira ANATEBA. Paguei duas anuidades e jamais recebi um recibo ou carteira que me situasse como sócio colaborador e pagante. Também, nos anos 80 organizei e fundei a Associação de Técnicos de Basquetebol do Rio de Janeiro, que teve como seu primeiro e único presidente o técnico Ary Vidal, e como vice-presidente o técnico Waldyr Boccardo. Logo, não procedem as informações dadas pelo técnico da seleção brasileira, assim como não reconheço nele competência para vir a público inovar com idéias que nasceram, floresceram, e foram aniquiladas pelo perigo que pseudamente representavam para a entidade mater, a CBB, que ora representa,e é apoiado, mesmo após o triste papel que fizeram no mundial, o que jamais ocorreria se entre nós existisse uma associação que promovesse o mérito como fator intrínsico para a direção de nossas seleções, da categoria que fosse. Também tive o desprazer de ouvir comentários oportunistas do outro técnico convidado, que carece de um mínimo de conhecimento sobre muitos dos assuntos alí expostos à discussào por um arguto mediador, e que deixou no ar uma névoa de desconfiança sobre a seriedade de muitas colocações discutidas ao sabor de muita rasgação de sêda, no apôio explicito ao continuismo do atual técnico da seleção, que em sua opinião é o único com competência para o cargo, abrindo vasto campo para futuras composições comissionadas. Salvaram-se as opiniões sensatas e objetivas da grande atleta Hortência, o que veio corroborar quão importante foi sua trajetória e influência para o nosso basquetebol, premiada que foi no Hall of Fame. Sinto, que ao sabor das circunstâncias um tanto nebulosas que pairam sobre o atual momento basquetebolistico brasileiro, começam a emergir falsos e oportunistas lideres, empunhando bandeiras que jamais desfraldaram, tentando assumir papeis que não merecem por despreparo, movidos pela vaidade e pelo princípio do que "se colar, colou". Que as boas cabeças pensantes do nosso basquete não se deixem levar por marqueteiros e seus oportunos seguidores, e que saiam de suas redomas e assumam seus papéis de direito, sob pena de nos vermos enredados em mais um longo e tenebroso inverno. Faço, como desde sempre venho fazendo,a minha parte, e espero que façam o mesmo e infinitamente melhor. PS- Dedico este duo-centésimo artigo ao Melk, pelos seus 10 anos de lutas e mais de 500 artigos publicados.Um abração.

8 Comments:

At 10:59 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Prof. Paulo

Concordo com o que diz em respeito à formação de base, seria por ela que as mudanças efetivas e duradouras poderiam surgir para reerguer nosso basquete no cenário competitivo.

Gostaria de perguntar-lhe se estará participando do Congresso Mundial de basquete que ocorrerá em São Paulo nos dias 08,09 e 10/09, precedendo o Campeonato Mundial Feminino.

Grato

Fábio

 
At 11:55 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Fabio,só fui saber do Congresso quando os prazos para a apresentação de trabalhos tinham se esgotados.Mas dando uma olhada nos temas livres que serão apresentados,vi que somente 20% versam sobre o jogo em si,e os restantes 80% praticamente ficaram à cargo de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, administradores, etc,etc.Como sempre,falam todos,menos os técnicos.Aliás,as palestras estarão à cargo dos integrantes das comissões técnicas da CBB, o que em nada me interessam.Quem realmente tem algo a dizer sobre basquetebol jamais seriam convidados, ainda mais em um Congresso Internacional.Pena, pois muita gente boa ficará de fora.Mesmo assim,pretendia dar uma passada por lá,mas quando vi o preço da inscrição
(200,00)tirei meu time de campo. Por esse prêço compro bons livros e não perco o meu precioso tempo.Se tinha algo para falar? Meu Deus,o artigo de hoje é o de nº200, e creio que alguns deles somaram algo de positivo para a causa do basquete.É isso ai caro Fabio,vida que segue.Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 9:03 AM, Blogger Renato said...

Olá Professor,

Parabéns pelos 200 artigos e pela perseverança.

Não acompanhei o debate no SporTV e também nunca estive perto da história das associações de técnicos do basquete nacional para poder tomar partido na questão colocada.

Mas acho que o Lula querer colocar o tema nessa hora é um diversionismo inútil, pra enganar trouxas.

Na hora do vexame sempre aparecem as desculpas e as soluções mágicas. Via de regra estas soluções não têm nada a ver com o problema e chegam pra confundir, não pra explicar: na política está cheio disso, é só ver que cada vez que aparece um escândalo novo de corrupção, ressucita a tal "Reforma Política" (sobre o tema ver excelente artigo de Claudio W. Abramo postado no Blog do Noblat)

A importância de termos associação de técnicos, assim como o estudo e intercâmbio, é inegável. Mas no contexto do fracasso no mundial, o técnico da seleção apenas desvia o foco do que realmente interessa: os erros cometidos pela CBB e pela comissão técnica comandada por ele na preparação e comando da seleção brasileira.

Na minha opinião, ao gastar tempo e saliva para estimular e propagar esta idéia, Lula perde a chance de dar uma contribuição real e maior para o basquete nacional, que é a de admitir os erros, pedir demissão, e abrir espaço para que um trabalho na seleção seja conduzido por princípios diferentes dos vigentes. Se fizesse isso, aos meus olhos, cresceria como pessoa e como profissional. Ganhar e perder faz parte do jogo, pouco me importa que tenha voltado do mundial em 14o lugar ou coisa que o valha. Me mata é saber que ele "faria tudo de novo, do mesmo jeito".

- Renato

 
At 10:22 AM, Anonymous Anônimo said...

Paulo, escrevo para agradecer duplamente. Obrigado pelo blog, um canto precioso que continuo a visitar mesmo depois de me afastar da coluna na Folha, e obrigado pela "homenagem" no final do texto desta semana, que me emocionou bastante. Toda a força para você e para aqueles que resistem e não deixam de questionar os imbecis que treinam (sic) as seleções brasileiras. Quando o basquete vai se livrar desses balofos incompetentes? Até!

 
At 11:26 AM, Anonymous Anônimo said...

Prof Paulo, eu sempre enviava email p/ O MElk e dizia para ele que no basquete ha "herois da resistencia" que lutam contra este continuismo na CBB. Agora pude descobrir o senhor. Parabens e continue assim

 
At 3:29 PM, Anonymous Anônimo said...

Prezado Professor

Meus cumprimentos pelo 200º artigo publicado.
Também assisti o progama com o técnico da Seleção. Como ele disse no início que assumia a culpa e que não iria justificar, mas explicar o que ocorreu, fiquei curioso e acompanhei o programa até o final. Mas, não sei se é pelo fato de eu ser leigo, acabei não ouvindo (ou não entendendo) explicação nenhuma.
Um abraço

Reny

 
At 8:14 AM, Anonymous Anônimo said...

FELICITACIONES POR EL ARTICULO NUMERO 200.
ATENTAMENTE.
GIL OVIDIO GUADRON

 
At 6:17 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Renato,Obrigado pelas felicitações.Você não perdeu grande coisa não vendo o programa do Sportv, com as esperadas e manjadas desculpas.Agora,as associações de técnicos e jogadores são importantes,mas e antes,quando todos eles comandavam o basquete brasileiro,não eram?Tudo papo furado.Continue contestando, é importante.Um abraço,Paulo Murilo.



Prezado Melk,creio que fiz minhas as palavras de todo basqueteiro que se preze.Uma pequena homenagem para um grande e guerreiro articulista.Ainda nos conheceremos pessoalmente.Um abração,Paulo Murilo.



Prezado Anônimo,gostaria de chamá-lo pelo nome,mas mesmo assim agradeço os parabéns.Paulo Murilo.



Prezado Miguel,sua mensagem me emocionou, pois reflete a grande verdade escamoteada de todos nós,o verdadeiro abismo em que foi lançado o grande jogo.Se essa é a crua realidade dos nossos técnicos,o que esperar de progressos para a modalidade?No entanto
,o fato de sua revolta se dar nesse momento crucial por que passamos,gera um sopro de esperança de que dias melhores poderão vir a ocorrer,mas que exigirá de todos nós uma grande carga de trabalho e dedicação.Estamos na luta.Um abraço, Paulo Murilo.



Prezado Reny,obrigado pelos parabéns,e não se sinta só por não entender as explicações dos participantes do programa, pois ninguém,de sã consciência poderia entender.Um abraço,Paulo Murilo.



Caro Gil,obrigado,contando sempre com a sua amizade,Paulo Murilo.

 

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