Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
11 agosto 2007
OLHANDO PARA TRÁS...
Ao jornalista Giancarlo Gianpietro do UOL, o técnico da seleção brasileira deu o seguinte depoimento: “Quando o Brasil estiver disputando a vaga, tudo o que ficou para trás não vai interessar. Vai interessar a arma que tivermos lá. Não estamos falando de jogadores em inicio de carreira ou com dúvida sobre suas características. Está na cara que no mínimo um deles é imprescindível ” E disse mais :” (...) O time precisa de mais um pivô. É uma necessidade que supera qualquer coisa pessoal. O ideal era que o jogador já estivesse treinando, é óbvio. Mas o time precisa.”
Ora, ora, o que temos aqui? Aprioristicamente, o dito cujo, e é claro, representando os demais membros da comissão , não fossem todos “uníssonos e unidos”, ensaia uma velada desculpa a um fracasso iminente, a falta de treinamento da equipe, já que privada dos grandes pivôs da NBA. Meus deuses, e os que aqui estão no país, prontos para defendê-lo, libertos de cláusulas contratuais e outras coisitas mais, e que não tiveram a menor das chances para prová-lo? Se são considerados inferiores aos stars (Há controvérsias...), pelo menos estariam à disposição da douta comissão para aprimorar suas qualidades, e corrigir suas deficiências, o que seria possível com o tempo que foi destinado ao treinamento desde antes do Pan-Americano. Mas não, o delfin manda um recado direto e anuncia sua check list. Outros dois fazem juras de amor eterno à seleção sabendo de antemão que dificilmente poderiam servi-la, mas pousaram de patriotas e abnegados. Outro anuncia sua mudança tática de olho numa escalação que garanta uma exposição internacional, e nenhum deles treina junto aos demais pelos mais diversos e suspeitos motivos. Alto lá caro coach e preclara comissão, a coisa não é bem assim, não pode ser assim, não tem o direito de se manifestar assim, pois não estão lidando com trouxas e alienados. O grande jogo reúne em seu redor gente muito boa, boa até demais para o gosto de vocês, e que não podem aceitar tão primário engodo, tanta enrolação.
E quando afirma que o que ficar para trás não vai interessar quando a vaga estiver sendo disputada, desculpem caros técnicos, vai interessar sim, e muito, muito mais do que todos vocês imaginam, pois não podem ser esquecidas as manobras de bastidores, as convocações políticas e interesseiras, a aceitação impávida e passiva de imposições exógenas de quem, em hipótese alguma, poderia manifestá-las, sem uma grave quebra na hierarquia e de comando. E o pior, a dependência técnico-tática manifesta, quando afirma na reportagem que a equipe precisa de mais um pivô, e que um deles é imprescindível, cuja necessidade supera qualquer coisa pessoal, e mais, que o ideal é que o jogador estivesse treinando, deixando transparecer que mesmo não o fazendo, a equipe necessita do mesmo. Lamentável, e profundamente preocupante que uma seleção brasileira que se candidata a um torneio Pré-Olímpico seja dirigida, após um detalhadíssimo e preciosíssimo planejamento, por um grupo que mais precisaria de uma bússola, que poderia ser daquelas feitas de uma rolha e uma agulha de costura, mas que funciona melhor do que eles, e sempre aponta o pólo orientador.
E se o impasse se estabelecer, ou mesmo se um deles, os stars, vier a se juntar à equipe, o que fará a comissão sob o aspecto técnico-tático, ao dirigir um grupo destreinado, dividido entre atuar com um ou dois armadores, ou até sem nenhum, pois alas-armadores abundam no grupo, antevendo até a possibilidade anunciada por um dos cardeais passar a atuar como pivô, num desprestigio brutal a alguns bons e lutadores pivôs que não foram lembrados, e que aqui ficarão assistindo a incúria de uma comissão que se abraçará a uma prancheta milagrosa e a um lapitopi caipira que se reintegrará solenemente no banco mais vazio de idéias e concepções estratégicas ( ...não confundir táticas, técnicas, sistemas com estratégias, por favor não!) de que se tem noticia e lembrança no nosso tão judiado basquetebol ? Mas nada disso interessará quando a vaga estiver sendo disputada, não caros técnicos? Sempre poderá acontecer uma dança do siri para alegrar a galera ignara, que assim mesmo torcerá com ardor, assim como eu, que gostaria sinceramente de estar errado na descrença pelo que enfrentaremos. Que assim seja, amém.
2 Comments:
Olá Professor Murilo!!!
Concordo em algumas partes, acho eu que no Brasil naum tenha nenhum pivô com qualidades e nem características próximas do dito "DELFIN"!!!!
Mas concordo que já deveriam ter convocado 1 ou 2 outros pivôs para estarem treinando com nossa dita "SELEÇÃO", mas como acho Lula teimoso e imbecil arrogante, vamos ver no que dá!!!
O "DELFIN", é uma peça de suma importância no esquema coletivo, mas sem treino vamos ver no que dá, né???? Espero sinceramente que ele e Valtinho se interliguem, pois vamos precisar e muito de jogadas trabalhadas entre eles!!!
Mas temos que lembrar que uma seleção deve jogar em senso coletivo, utilizando sempre a caractrística de cada jogador e a individualidade deles, como arma para tentar fazer o coletivo se sobressair!!!
Um abração Professor!!! Eu ainda me sinto otimista, ao contrário de treinandor argentino, que já pressiona os atletas dele, de forma indireta, dizendo que se ele naum classificar nesse pré-olímpico, poderá estar fora do comando... Pode ser que essa tática der certo, mas é mais um peso pra galera deles, que estão sem seu maior jogador... EMANNUEL GINÓBILI, dentre outros!!!
Um enorme abraço!!!
Prezado Clovis,o que dizer ante as constatações de que jogadores profissionais enormemente exigidos em seus campeonatos como o da NBA, e que pararam meses por intervenção cirúrgica e contusões,que não treinam com bola, e que aqui chegam e não treinam por questões contratuais,ainda dizerem que pegam a coisa rapidinho?Como são capazes de tão mediócre afirmação, impossível perante os padrões a que estão submetidos na NBA? Por acaso os sistemas de jogo de Suns e Nuggets se assemelham?Creio que não,sei que não.Logo,sem treinarem juntos,e muito,pouco ou coisa alguma de coordenação emergirá da relação técnica entre os mesmos.E a claque deslumbrada ainda bate palmas.Caramba,o jogo de basquete ainda é uma atividade de conjunto,pelo menos no âmbito da FIBA.Se pensam que vão poder impor o padrão individualizado da NBA,sem treinos e sem "condicionamento"físico como situa o delfin,estaremos fritos,e bem fritos.Milagres podem até acontecer,mas necessitam de um mínimo de condições para tal.Um abraço,Paulo Murilo.
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