Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
19 abril 2008
PROTEGIDA SUBSERVIÊNCIA...
Ginásio cheio numa manhã de sábado, final da liga feminina de voleibol, ambiente festivo e colorido, famílias inteiras presentes, 11 mil não pagantes, já que subvencionados por uma confederação rica, poderosa e determinante na política desportiva do país, fruto de seus resultados marcantes nas competições internacionais, Olimpíadas em particular, resultados merecidos, que fique bem claro.
No agora rebatizado templo do voleibol brasileiro, que desde a sua construção para sediar o Campeonato Mundial de Basquetebol de 1953, e onde dez anos depois nos sagramos bi-campeões mundiais, e que sempre foi a casa dos grandes espetáculos do nosso basquetebol, hoje impera absoluto o voleibol, destinando hipoteticamente a arena multiuso da Barra da Tijuca, construída para os Jogos Pan-Americanos, como a substituta do outrora templo do basquetebol brasileiro. Mas, o que vemos acontecer através a frieza empresarial dos mandantes esportivos do país, é a transformação da grande arena em palco de shows, igrejas e sabe lá mais o que, terceirizada a um grupo francês a preço de banana, e renegada em sua gestão pelo COB, que assumiu as duas outras grandes obras vizinhas, o parque aquático e o velódromo, que são atividades esportivas não competitivas com o grande voleibol, cujos dirigentes, muitos egressos de suas fileiras, comandam e influenciam politicamente o desporto nacional.
Houve uma época, não tão distante assim, onde o basquete, o vôlei e o futsal disputavam arduamente os espaços nas quadras brasileiras, não só nos clubes, nas escolas, nas faculdades, nos próprios municipais e estaduais, numa luta de disponibilidades e horários, que aos poucos se transformou em verdadeira luta pela sobrevivência, principalmente pelo crescimento desproporcional do futsal ávido pela posse do terreno, que até aquele momento era dividido pelo basquete e o vôlei, duas modalidades de ensino altamente complexo, ao contrário do futsal com seu apelo popular e de fácil aprendizado. As quadras tinham as mesmas medidas, e pisos, que se não de estrutura ideal, mas que atendiam as necessidades daquelas atividades. Pouco a pouco o futsal foi se impondo, levando ao declínio a pratica do basquete, que ao contrario do vôlei não tinha as praias e as ruas de recreio como alternativa de pratica. Incontáveis espaços foram se rendendo ao futsal, fossem públicos ou particulares, levando, principalmente o basquete à derrocada e a participação cada vez menor dos jovens. Se vigorassem naquela época as medidas hoje consideradas oficiais para uma quadra de futsal, parecidas com a do Handebol, muito dos prejuízos sofridos pelo basquete teriam sido evitados, já que atuariam em espaços diferenciados. Por outro lado, as medidas bem menores de uma quadra de vôlei, permitiu que colégios, clubes e pequenas associações de bairro mantivessem o interesse do mesmo junto aos jovens, inclusive pelo equipamento e o espaço accessíveis à sua pratica.
E o vôlei se estruturou, se aperfeiçoou e estabeleceu padrões de excelência através dirigentes e técnicos comprometidos com o sucesso e o denotado trabalho, construindo uma estrutura em tudo particular, com pisos específicos para as grandes competições, e um centro preparatório dos mais avançados do mundo, enquanto o basquete, patinando em suja estrutura desgastada ante a avalanche do futsal, não soube, e não teve a audácia do vôlei, no sentido de inovações e busca da qualidade. Ao contrário, centrou sua atividade política no paternalismo e no centrismo de um grupo voltado aos seus interesses particulares, através o continuísmo administrativo calcado na troca de favores e benesses.
Pobre basquete, destituído do seu templo ( só falta a troca do nome de Gilberto Cardoso ...), despejado da grande arena da Barra, onde o grego melhor que um presente na final do basquete feminino do Pan sequer foi convidado para a entrega das medalhas pelo COB, comandado por voleibolistas, que em hipótese alguma desejam o soerguimento do basquete, antigo concorrente a segundo esporte no gosto do brasileiro. E como numa prova de supremacia, submete o helênico dirigente à entrega do troféu de terceiro lugar na liga de vôlei, no seu antigo terreiro, a uma equipe paulista que também participa dos campeonatos de basquete. Todo sorridente, faz a entrega protocolar, sem sequer aquilatar o desprestígio de que se faz vítima, para gáudio daqueles que o suplantaram na lábia e na certeza da inamovível posição conquistada, que se manterá incólume e livre de uma nada desejável concorrência, enquanto o mesmo se mantiver no comando da CBB.
Infelizmente, a realidade política tem um peso descomunal na promoção desportiva no país, e o voleibol a tem sob controle, a ponto de abrir mão de 11 mil ingressos em uma final de impacto nacional, televisionada em canais privados e abertos, numa prova inconteste de poder e absoluta certeza da inquebrantável posição conquistada. E na sombra rasteira de todo esse poder gravita uma administração subjugada e mantida a salvo de suas nem sempre saudáveis ações políticas e administrativas, pelo poder que não o deseja sequer próximo do nível alcançado a muito custo. Raposas felpudas se entendem, e sabem muito bem manter a hierarquia da matilha, principio básico na sobrevivência do grupo.
Amém.
3 Comments:
Concordo inteiramente sou da luta olimpica existe a lei agnelo piva recebemos so 300 mil reais ao contrario do volei que recebe 2 milhoes do repasse do cob para as confederações, o Sr. Nuzman em qualquer palestra fala do volei como modalidade a ser seguida quero ver quando o seu bernardinho parar e quando o tecnico do feminino sair vai ter o mesmo sucesso , sucesso esse que so de verba a cbv tem 25 milhoes entre lei agnelo piva , rede globo e banco do brasil , fizemos um contrato de patrocinio com a caixa mas numa olimpiada é muito pouco e ridiculo os olhos do brasil esta somente em futebol volei talvez deva ser assim que o pessoal do cob quer que nos vemos uma olimpiada resumida em volei e futebol é muito triste para um pais continental e uma população de quase 200 milhoes.
Bem o Sr Nuzman fala que o brasi é uma potencia olimpica , quero ver nessa olimpiada a chia o usa a russia ea australia vem com tudo e para se tornar uma potencia o governo tem que investir em qualidade de vida com dengue fica dificil e os dirigentes esportivos devem ter consciencia que deve alem de ter o respaldo da qualidade de vida para a população para que todos pratiquem esportes com qualidade e saude o cob junto com ministerio dos esportes investir nos esportes individuais como judo, tae ken do, luta olimpica, esgrima, ginastica(artistica, grd e trampolim) remo canoagem iatismo atletismo levantamento de peso natação ciclismo(estrada velodromo mountan bike bicicross) tiro desportivo mas o que nos assistimos no nosso dia a dia futebol futsal e volei como vamos nos tornar uma potencia se nao existe cultura esportiva se nao existe uma estrutura de recreação iniciação formação e alto nivel dinheiro tem centros tem v na ufrj no fundao e ve la o depart. de eduação fisica e outros cntros espalhados pelo pais como a usp e a unicamp mas falta trabalhar e nao pegar esse dinheiro da lei agnelo piva e so olhar para o alto nivel so olhar paa as confederações para se eternizar no poder como faz o senhor nuzman um abraço
Prezado Wrestler,infelizmente essa é a dura realidade do nosso desporto,entregue nas mãos de um grupo que o manipula a seu bel prazer,sem prestar contas a nada e a ninguém,travestidos de patriótas e bom samaritanos,mas dissociados dos verdadeiros e autênticos interesses da juventude brasileira.Business is the target, that's the question.Um abraço,Paulo Murilo.
Postar um comentário
<< Home