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Prof.Paulo Murilo 

24 abril 2008

DECISÃO EM CORRIENTES...

A equipe está classificada para a final em Corrientes, num jogo que apresentou ao seu final uma preocupante diferença de 7 pontos, quando havia chegado aos 22 pontos com relativa tranqüilidade. Devemos lembrar que muito além da importância anotadora dos irmãos Machado, a dominância dos rebotes ofensivos determinou a vitoria rubro-negra, ofertando a seus efetivos atacantes um sem número de segundas e até terceiras oportunidades em um mesmo ataque, quando em falhas de arremessos, e que não foram poucas. Some-se a este aspecto, a ausência, por contusão, de seu segundo armador, Fred, que quando atua em dupla com o Hélio transforma a equipe do Flamengo num real e poderoso competidor, dada a capacidade criadora da dupla, tanto ofensiva, como defensivamente, aumentando em muito as possibilidades de arremessos equilibrados de três pontos por parte dos irmãos, e também fazendo crescer a produtividade dos móveis pivôs, onde até o aparentemente lento Coloneze se vê bem acionado pela velocidade imprimida na armação das jogadas. Somente armadores ambidestros no domínio dos dribles são capazes de tal mobilidade, responsável pelo acionamento continuo dos demais jogadores.

O outro fator determinante foi a agressividade defensiva na linha da bola, propiciando inúmeras interceptações, principalmente por parte do Duda, quebrando a armação argentina, onde seu melhor jogador, Montechia, ao cometer 2 faltas pessoais e 1 técnica antes dos 5 minutos de partida, comprometeu decisivamente o ataque de sua equipe, facilitando a ação defensiva da equipe carioca.

Com a equipe muito desfalcada pelas faltas pessoais e bastante cansada, os argentinos, graças à sua maneira acadêmica e compassada forma de atuar, conseguiu diminuir bastante a diferença no placar, demonstrando um alto grau de treinamento e disciplina tática, onde seus dois americanos demonstravam uma assimilação técnico-tática não muito comum, em se tratando de jogadores advindos de um basquete diametralmente oposto na forma de atuar. Isso demonstra a força de organização e parâmetros técnicos que distingue o basquete argentino como um dos líderes mundiais na modalidade.

Preocupa-nos o fato da equipe do Flamengo não ser capaz de manter um ritmo cadenciado por todo o tempo de jogo, oscilando muito, principalmente quando atua com um único armador, pois suas três opções de alas-armadores, Marcelo, Duda e Fernando, por suas próprias características pontuadoras quebram contumasmente toda e qualquer tentativa de ataque armado e paciente. Daí a importância vital dos dois armadores no jogo em terras argentinas, onde a pressão será enorme, e a qualidade a ser destacada será a do paciente e perseverante controle no ritmo de jogo, da defesa corajosa e permanentemente atenta, e da manutenção do até agora grande trunfo da equipe, o poderoso e decisivo domínio dos rebotes, principalmente os ofensivos, sem os quais os bons pontuadores rubro-negros não teriam o grande numero de possíveis tentativas em seus arremessos de longa distância.

Finalmente, quando no primeiro ataque da equipe do Flamengo já se pronunciava uma carga negativa de agressividade por parte do Marcelo, num entrevero com os argentinos, podemos aquilatar o cenário que será descortinado no jogo em Corrientes, onde o aspecto “decisão” pontuará todo o transcorrer nervoso e agressivo na quadra de jogo, e onde aquele grupo que for capaz de manter a qualquer custo o controle mental e técnico, sem dúvida terá percorrido mais da metade do caminho ao encontro da vitoria final.

A equipe do Flamengo tem condições reais de vitoria, na medida em que se comprometer com o filão condutor para alcançá-la, a frieza determinante dos grandes campeões, aquela que não oblitera o raciocínio, e que canaliza as emoções para depois da luta, da vitoria. Que sejam lúcidos e felizes.

Amém.

9 Comments:

At 12:36 AM, Blogger wrestler said...

Bem sei que este espaço é para fazer comentarios do basquete do flamengo, mas queria dizer que alem da luta olimpica pratiquei handebol, porque o handebol vem crescendo no pais e o basquete vem caminhando para tras, para se classificar para olimpiada, se nao ficar no mundial entre os seis melhores tem os jogos panamericanos tem que ganhar o ouro é o criterio da federação internacional de handebol , no basquete os jogos panamericanos servem para que?, estamos na mesma historia ganhamos o pan e no pre olimpico perdemos a vaga , vai ser a terceira vez que vai acontecer , estou fazendo este paralelo com o handebol pois o handebol trouxe dois espanhois em 2004, estou escrevendo 2004 e o que a cbb fez inventou um espanhol que nem em pe pode ficar pois tem problemas de coluna o senhor sabia disso ? o moncho estava afastado das quadras, nao tem tempo nao conhece o basquete brasileiro , os jogadores enfim vai ser triste e depois que passar o pre olimpico na grecia o que o sr grego vai fazer consultar o sr nuzman para saber o deve ser feito para atolar ainda mais o basquete, pois a menina dos olhos de ouro do sr. nuzman dos esportes de quadra alem do volei agora é o handebol(fico preocupado com a atenção dada do sr nuzman ao handebol), enquanto o colegio eleitoral de um cob(confederações) e as confederações(federações) o processo eleitoral deve ser amplo e nao restrito na minha confederação a CBLA(www.cbla.com.br) fiz uma sugestão que arbitros atletas ex-atletas tecnicos donos de equipes e as demais federações fossem membros num colegio eleitoral onde teria um total de votos de quase 200 ai o prsidente trabalharia e nao ficaria a merce dos presidentes de federãções pois o colegio eleitoral de uma confederação são as federações, tal vez muitas coisas erradas e o atrso no esporte brasileiro, tenho hoje essa convicção se chama ELEIÇÃO
um abraço

 
At 11:29 AM, Blogger Unknown said...

Professor, me parece que a FIBA, etá cada vez mais ilusionada com a NBA. Vide agora as regras a serem adotadas que por lá já imperam. Aqui n Rs o Gaúcho (CArlos Cantarelli) tem um blog muito interessante que visa divulgar melhor o basquete no sul do país, o senhor deveria dar uma olhada, já que todos trabalhamos para que o basquete cresça no país. Abraço

http://www.finalsports.com.br/03/blog_gaucho/index.php

Este é o endereço do blog;

 
At 1:27 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Wrestler,de a muito tempo que discuto e combato a forma medieval de como é administrado o esporte nacional.Se você tiver paciência de percorrer os mais de 400 artigos que escrevi, verá uma grande quantidade deles sobre o assunto.Em síntese,não interessa ao grupo que se apossou do desporto nacional mudanças político-eleitorais.Logo,a unica brecha que nos resta é o trabalho regional junto aos clubes,para que os presidentes de federações sejam eleitos comprometidos com mudanças conceituais admitidas por consenso,sendo os mesmos destituidos se trairem o combinado.É a unica forma que vejo para que mudanças possam ocorrer.É um trabalho árduo,lento,dedicado,mas não impossível.E no caso do basquete bastariam 14 federações para conseguirem as mudanças,mesmo que aquelas comprometidas com o poder,e que na maioria das vezes são as mais inexpressivas no aspectop técnico,continuassem do lado da situação.Quanto ao Handebol,que é o unico desporto coletivo brasileiro com formação de base nas escolas,e que disputa com o futsal as quadras com dimensões acima dos 35 metros,é facil imaginarmos "os porques" do interesse do COB em seu desenvolvimento.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 1:34 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado William,obrigado pela indicação do blog.Já o inclui nas minhas preferências,e fico cada dia mais otimista com o grande número dos mesmos que surgem no país,para lutarem e divulgarem o grande jogo.Quanto às regras,mais cedo ou mais tarde uma das entidades teria de ceder ao apelo da midia,e aos interesses econômicos.Atente bem para as singularidades das mudanças propostas, e projete as que se sucederão,a começar com as proibições defensivas,unico entrave à retomada de liderança do basquete americano face ao restante do mundo.Poder econômico é isso aí,caro William.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 8:17 PM, Blogger wrestler said...

Bem professor foi nao foi muito claro com relação Quanto "ao Handebol,que é o unico desporto coletivo brasileiro com formação de base nas escolas,e que disputa com o futsal as quadras com dimensões acima dos 35 metros,é facil imaginarmos "os porques" do interesse do COB em seu desenvolvimento"
Quais sao "os porques"?

 
At 10:09 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 11:54 AM, Anonymous Anônimo said...

Olá Professor!!!!

Mudando o assunto um pouco, eu gostaria de saber o pq de termos nessa atual geração, uma gama muito grande de pivôs de qualidade boa, enquanto de armadores estamos escasso?????

Eu consigo vislumbrar 3 ou 4 armadores de nível internacional pelo BRASIL, seriam eles: HUERTAS, VALTINHO, HÉLIO(FLAMENGO) e talvez FÚLVIO.

O primeiro, teve mais oportunidade na nova equipe da espanha, e vem demonstrando, maturidade e evolução.

O segundo, já é veterano e cheio de vícios errados, os mesmos que implantaram em Leandrinho, na categoria de base.

O terceiro, vem me enchendo de esperança, pois tem talento, QI e me parece bem talhado da base, por incrível que pareça, dentro do atual basquetebol brasileiro, ele vem mostrando ser uma alternativa valiosa para a provável aposentadoria de VALTINHO da seleção.

E o quarto e último é um dos mais talentosos PG do basquete nacional, mas que me parece não ter oportunidade com essa atual diretoria da CBB.

Temos problemas estruturais na categoria de base, vc sempre bate nessa tecla, além é claro de problemas culturais, onde jogadores que provavelmente teria altura para ser PG ou SG, e preferem se aventurar no VOLEIBOL, e talvez a escassez de SF seja também causada pelo voleibol, que cada dia absorve mais gigantes de 2,03 a 2,06m... Que seria ideal para a posição de SF!!!

Não sei se vc vê dessa forma, como ando vendo nas escolas públicas e privadas!!! Mas tenho certeza e claro tenho fé, que os professores que viveram o basquetebol podem ajudar a mudar essa influência. Mas o nosso basquete necessita de uma política mais agressiva na base, e quem sabe professores mais capacitados para desempenhar essa função.

Eu gostaria de saber também, o que vc acha das escolhas feitas pelos garotos de irem cedo pros EUA ou para EUROPA, e assim tentar uma melhor sorte por lá e quem sabe até melhorar e evoluir seu basquetebol???? Eu morei nos EUA durante 2 anos, e conversei com um treinador de universidade, ele disse que os brasileiros disperdiçam muitos talentos, e que ele adora quando um brasileiro é recrutado por sua universidade, pois são atletas com um talento impressionante para pontuar, mas que necessita de um aprendizado básico, tanto tático, quanto técnico, sendo por isso que muitos só dispontam na Universidade, quando atinge o 3º ou 4º ano, sendo que são prepardos por dois anos!!! E o mesmo treinador disse que apenas dois brasileiros que ele viu chegar em Universidade e não necessitar de adaptação ou aprendizado, foi JP Batista e o jovem Jonathan Tavernari, o primeiro chegou com status de estrela em Gonzaga e o segundo foi o melhor jogador de HIGH SCHOOL do estado de NEVADA,e está na história do mesmo estado, como o maior em pontuação, rebotes e roubadas de bolas em nível colegial, hj ele joga pela BYU e vem demonstrando seu talento, podendo jogar nas 5 posições e sendo sacrificado na posição 4, já que ele tem tamanho e foi talhado para ser SF ou SG!!! O que vc acha da escolha desses garotos?????

 
At 8:06 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Clóvis,vamos ver se consigo responder as suas indagações.
Armadores-Como só admito equipes com dois armadores em quadra,logo,com um total de quatro na equipe(dois deles podendo atuar de alas se necessário),
e com pelo menos dois deles acima dos 1,90m, eis a lista:Huertas,Valter,os dois Hélios,Mateus, Fulvio,e Tavernari.Completando a lista com mais 3 da nova geração,em 1 mês de treinamento entre os 10 garanto que a seleção teria seus 4 armadores num nivel bem elevado.Mas para isso,o técnico escolhido teria de ser realmente um expert em fundamentos,o que,por si só se tornou uma raridade.Esse é o grande problema que vejo na formação e preparo dentro das seleções.Esses jogadores dariam partida no conceito GP(Game Player),onde arremessar,armar,fintar,passar, driblar,defender e rebotear fosse regra geral para todos eles.
O volei,com seus técnicos em permanente atualização,e atrelados a um conceito técnico-tático desenvolvido para a realidade brasileira,tende a atrair os jovens de elevada estatura,pela possibilidade de evolução e ganhos de técnica individual,ao contrário do basquete que estagnou no tempo.
Quanto a ida dos jovens para o exterior,trata-se de uma realidade em todas as modalidades,tanto em esportes individuais,como coletivos,refletindo o abandono da Ed.Fisica e dos Desportos em nosso país,basicamente nas escolas.Mas essa sangria se concentra em jovens de classe média ou superior,pois a maioria esmagadora dos menos favorecidos,talentosos ou não,se perdem nos meandros de uma politica excludente e criminosa.Quando o povo brasileiro tiver a oportunidade constitucional de ter acesso a uma educação de qualidade,veremos esse quadro reverter.E é por essa meta que todos nós temos de lutar.Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 11:14 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Wrestler,qual dos dois é esporte olímpico?Qual dos dois,se transformado em esporte olímpico e vencesse a grande competição,estaria apto a colocar em cheque a liderança do volei no país? Um abraço,
Paulo Murilo.

 

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