Basquete Brasil
Discute a atualidade da modalidade no Brasil, e suas implicações a um possível soerguimento técnico.
07 julho 2008
O PROSAICO PONTINHO...
Na ronda de final de noite pelos excelentes blogs de basquete, leio no Basquete UOL a noticia de mais um fracasso da seleção brasileira no Chile, a derrota por 15 pontos ante a frágil Venezuela, encerrando uma participação pífia e constrangedora de uma seleção equivocada desde seu nascedouro. Não assisti o jogo, e creio até que não tenha sido transmitido, mas dois pequenos parágrafos da reportagem esclarecem muito bem o que ocorreu nas plagas andinas, vejamos:
- “Não demonstramos a mesma consistência na marcação que tivemos nas duas últimas partidas. Com isso, o nosso ataque também não conseguiu funcionar como deveria. Tínhamos time para chegar à final e conquistar o título. Infelizmente não foi possível. Cada um de nós trabalhou muito e não desistimos nunca, mas não deu. Agora é trabalhar para os próximos desafios do Brasil”, observou o ala Arthur.
-“Hoje a equipe não teve atitude defensiva. A Venezuela soube aproveitar todas as oportunidades que a nossa frágil marcação deu. O primeiro objetivo foi alcançado, que era a classificação para a Copa America. O segundo, que era o título, infelizmente não veio. De maneira geral, o time deu o máximo, lutou e não se entregou”, explicou o técnico Paulo Sampaio.
A primeira declaração define a derrota como resultado da ausência de consistência defensiva, presente, segundo o jogador nas duas últimas partidas, contra o Uruguai e a mesma Venezuela, vencedora na disputa do terceiro lugar. Creio, que tenha se enganado, ou queira enganar àqueles todos que acompanharam os jogos desta seleção, quando ficou absolutamente claro que o sistema defensivo inexistiu, tanto no aspecto individual (com poucas exceções...), como, e principalmente no todo coletivo. Simplesmente, essa equipe, em momento algum infringiu o mais tênue respeito nos adversários que enfrentou, e somente se classificou, em um ridículo e comprometedor quarto lugar, pela diferença de um ponto, um único e mísero ponto, num jogo emblemático contra a fraquíssima equipe do Chile. E se classificou com um saldo negativo de mais de 40 pontos! Então, que não me venham falar em consistência defensiva. Devem, isto sim, falarem em fraqueza no domínio dos fundamentos, entre os quais os de defesa, que deveriam ser urgentemente reciclados, para consubstanciarem os já presentes projetos de participação “para os próximos desafios do Brasil”, se merecedores forem após trabalharem muito e duro, de serem dignos de envergarem a camisa de uma seleção.
Quanto à segunda, cabe somente um comentário, mais propriamente um lembrete, originado daqueles formidáveis técnicos de antanho, que ao se dirigirem a um campeonato internacional, o faziam para conquistá-lo, como prioridade única, cujos aspectos classificatórios seriam conseqüência da intenção inicial, dimensionando-os dentro da atitude óbvia e natural de quem parte para vencer os obstáculos, e não condicioná-la a uma simplória e covarde opção classificatória. Dos três títulos em jogo, ouro, prata e bronze, ficamos com aquele ínfimo ponto, que nos classificou humilhantemente para uma Copa America, onde concepções técnico-táticas, administrativas e comportamentais terão de alçar patamares bem acima do vexame andino.
E para todos aqueles que ainda têm o desplante de apresentarem desculpas esfarrapadas, arrogantemente pensando estarem tratando com analfabetos no conhecimento do grande jogo, sugiro ingerirem boas doses daquele remédio indicado para tanta pretensão, salvo aqueles pouquíssimos jogadores que mantiveram o recato e o silêncio, marca dos verdadeiros jogadores de basquetebol.
Aí está a prescrição, com efeitos colaterais óbvios e duradouros.
Amém.
2 Comments:
Prof.Paulo Murilo,
Parece que a CBB esta gerando uma cartilha de desculpas para jogadores e tecnicos dizerem depois dos maus resultados, parece disco empenado, são sempre as mesmas desculpas o que muda é o tom da voz, eu não vejo um tecnico reconhecer que não teve tempo suficiente para treinar a equipe, não vejo tecnico reconhecer que não tem conhecimento tecnico suficiente para dirigir uma seleção, eu não vejo tecnico ser humilde o suficiente em dizer que a equipe perdeu pq não tinha esquema tatico, eu não vejo tecnico dizer o que realmente acontece dentro da seleção, enfim somente pedimos, nós torecedores, que sejam humildes, tenham vergonha na cara e reconheçam que não possuem nem formação tecnica, nem conhecimento e experiência para dirigir uma seleção brasileira. O basquete brasileiro esta cansado de aventureiros e seus desafios desastrosos que cada vez mais denigrem a imagem do basquete brasileiro, como foi o caso dessa equipe dirigida pelo Chupeta. Precisamos dar um basta nisto, depois que acaba os campeonatos todo mundo fala as escondidas o que houve e acaba todo mundo sabendo o que aconteceu.Tem cabimento o basquete brasileiro ficar em quarto lugar em um sul americano em condições normais de temperatura, até que me convençam o contrario não tem, mas!!!!!
Gustavo da Silva
Prezado Gustavo,creio ter sido você benevolente quando menciona uma cartilha. Um dicionario daqueles bem massudos seria mais representativo.A verdade nua e crua é que eles ai estão, impolutos,graníticos, seguros de suas posições inamovíveis, a não ser que um cataclisma moral se faça presente para defenestra-los.Essa possibilidade é factivel? Eis a pergunta definitiva. A quem cabe respondê-la? Um abraço,Paulo Murilo.
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