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Prof.Paulo Murilo 

01 agosto 2008

TWO GUARDS,TWO FOWARDS,ONE CENTER...

Foi preciso um técnico universitário de prestígio assumir a seleção americana, para desmistificar o endeusado sistema NBA de jogo, aquele que rotula jogadores em 1, 2, 3, 4 e 5, com suas posições estabelecidas sob rígidos padrões técnicos, comportamentais e ética específica.

O coach K, retornou solenemente ao principio histórico de seu basquetebol, inicialmente com a escalaçõa clássica de two guards, two fowards, one center, a saber, Jason Kidd, Kobe Bryant, LeBron James, Carmelo Anthony e Dwight Howard, para o jogo com a Turquia. E foi mais longe, evoluindo para um jogo com três armadores, e finalizando com uma armação onde sequer um pivô estava em quadra. Em pinceladas bem reais, optou o coach K em jogar com dois armadores e três alas-pivôs ( o que chamo de pivôs móveis), ágeis, atléticos, pontuadores, reboteiros, e principalmente, extremamente rápidos na defesa, ponto fulcral para a tentativa de anulação dos arremessos de três pontos, arma letal de todas as equipes européias mais a grande equipe argentina.

“Se você olhar os outros elencos, os times não tem tantos jogadores grandes. São mais alas do que pivôs, exatamente como nós. Nas Olimpíadas, o que importa é como você joga. Não estamos preocupados com altura”, disse Dwight Howard, que será o pivô titular norte-americano.( Reportagem de Bruno Doro, publicada no UOL-Basquete de 31/07/2008).

“Não muda muito o papel. Jogando como 3 (ala) ou 4 (ala-pivô) acaba dando na mesma. O que importa é executar os esquemas de jogo e estar livre para pontuar”, afirma Carmelo Anthony.

“Nós perdemos antes porque os rivais estavam bem da linha dos três pontos. Então, estamos nos focando nesse ano justamente na defesa do perímetro”, explica Howard. Nesse aspecto, Kobe Bryant será fundamental. Cestinha dos Lakers e atual MVP da NBA, ele deve abdicar de algumas funções ofensivas para ser o especialista em defesa do time, conclui o repórter.

Logo após o Mundial, onde os americanos fracassaram seriamente, o coach K afirmou que eles tinham de aprender a jogar com o resto do mundo, com suas regras, e não se encastelarem em uma redoma, como se fossem absolutos no jogo. E nesta seleção, o competente técnico de Duke, muda todo um conceito pétreo de jogo, voltando às raízes que os tornaram respeitados e imbatíveis antes da era NBA, com seus princípios monopolizadores, voltados ao marketing e aos lucros estratosféricos.

Veremos uma seleção americana, composta de jogadores da mais alta técnica no domínio dos fundamentos, atuando o mais próximo possível dos sistemas europeus e argentino, com seus dois armadores e alas de técnica similares, e pivôs com performance mais próxima de um ala, num embate em que, ao abrirem mão do sistema NBA, em função de um outro que ressalta o mais absoluto coletivismo, como numa transfiguração imposta pela realidade de fatos incontestáveis, nos farão testemunhas de sua capacidade adaptativa, somente possível por força de uma qualidade técnica insuperável, base de toda a tradição de seu basquetebol.

Vencendo ou não a Olimpíada, já nos legaram uma verdade negada pela maioria de nossos engessados técnicos, aquela verdade de que sempre existirão maneiras díspares de se jogar o grande jogo, bastando para tal, muito estudo, pesquisa e coragem em inovar, que é a característica marcante das grandes equipes e dos grandes técnicos.

E pensar que sempre treinei e preparei minhas equipes utilizando dois armadores e três pivôs móveis, remando solitário pela contra-mão de uma realidade estratificada e aceita passivamente, rotulado de sonhador e utópico, mas fiel ao principio de sempre incutir nos jogadores a importância do ato criativo, do improviso responsável, já que lastreado na técnica e domínio dos fundamentos, pela busca incessante do inalcançável limite, que mesmo o sendo, tem de ser tentado sempre, pois desta tentativa advirá a excelência de seus atos e de seus comportamentos, tanto no plano individual, como no coletivo.

Coach K enfrenta toda uma concepção de jogo, que de tão poderosa se tornou um mito. E para desmistificá-lo aposta todas as suas fichas num principio básico de sobrevivência – Se o inimigo é muito forte, alie-se ao seu modo de agir e jogar, e lá estando explore suas bem camufladas fraquezas, que podem ser mínimas, mas que existem, e lá estão para serem convenientemente exploradas, e vencidas. Se conseguirá, logo veremos. Mas desde já nos preparemos para testemunhar o quanto de transmutação serão capazes de realizar em tão curto espaço de tempo, numa experiência única e absolutamente imperdível.

Quem viver verá.

Amém.

2 Comments:

At 10:09 AM, Anonymous Anônimo said...

Professor Paulo, vi o primeiro tempo contra a Australia aqui hoje.

Não gostei dos EUA.

Ataque muito fraco, pouco participativo em termos coletivos,
tentando resolver na base dos chutes forçados de tres e nas individualidades.

Se jogarem este basquetebol contra os times mais forte, terão problemas.

Salva a defesa, que por vezes pressiona quadra inteira, tipico dos times universitários e acho que ali é a chave da vitória dos EUA.
Uma vez que as outras equipes erram no passe e na recepção do mesmo.

Enfim, os americanos contra essa defesa da Australia tiveram problemas no primeiro tempo, mais do que esperavam e continuam para mim, um pouco a soberba de outrora e esta que lhe impos tantos prejuízo.

E questiono o senhor, sobre outro assunto,neste mesmo espaço.
Viu o Funk do Marcel ? O que dizer?

Eui achei horrivel.

Vide link:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Basquete/0,,MUL704025-15060,00-MARCEL+TROCA+A+BOLA+DE+BASQUETE+PELO+MICROFONE+E+GRAVA+FUNK+DE+PROTESTO.html

Abração para o senhor !

 
At 6:53 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique, não pude ver o jogo contra a Australia,mas já eram previsiveis grandes dificuldades dos americanos contra marcações por zona,e o tipo de assedio fisico dentro das regras da FIBA.E a adaptação não é facil,apesar de já estarem dentro deste projeto a 3 anos.O que vale para eles, no entanto,é a grande qualidade técnica individual de todos eles, mestres nos fundamentos. Quanto ao rap,não sou adepto do mesmo, ainda mais quando executado(cantado?)sem o dominio dos fundamentos básicos musicais.Gosto e aprecio boa musica, que não é o caso do rap.Um abraço,Paulo Murilo.

 

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