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Prof.Paulo Murilo 

17 novembro 2005

ONDE A CORDA SE ROMPE?

Sempre em seu ponto mais frágil,numa dobra,num segmento poído,no esgarçamento quando sujeita a uma carga acima de sua estrutura.Assim como as cordas,nosso corpo apresenta pontos frágeis e passiveis de rompimentos,mesmo cercados e envolvidos por musculatura de grande porte.São os tendões,e não é atôa que um deles é conhecido,por sua fragilidade como Tendão de Aquiles,único ponto mortal daquele mítico herói grego.Na primeira vez que assisti a uma atuação do Nenê,no Tijuca,quando jogador do Vasco da Gama,impressionou-me sua elasticidade e grande proporcionalidade fisica,dono que era de uma musculatura adequada e bem distribuida em seu longelíneo perfil.Com dois ou três dribles alcançava a cesta com extrema facilidade,numa caracteristica de ala nato.No entanto,atuava como pivô,que para nossa sempre deficiente idèia no aproveitamento de um homem alto,condena-o àquela função.E ele se foi para a NBA,e ao invés de desenvolver suas características natas de um ala,se robusteceu de forma avassaladora para se tornar um daqueles pivôs de choque tão ao gosto do basquete profissional americano.Jogou sua primeira temporada como pivô clássico,pesado no modelo intimidador,no que não foi muito eficiente.Na segunda,foi deslocado para uma função de ala-pivô,mas já bastante comprometido em sua velocidade pela excesso de massa fisica adquirida sabe-se lá de que maneira.Agora,no limiar de sua terceira temporada,parte para a cesta,numa ação típica de um ala,e ao flexionar sua perna para o impulso vigoroso em direção à enterrada vê seus ligamentos do joelho se romperem como a corda cansada e sobrecarregada do exemplo dado ao inicio desse artigo.Do jovem e vigoroso atleta que assisti no Tijuca,para a cena vista em primeiro plano pelo mundo inteiro do terrivel rompimento,passaram-se três anos de equivocos e busca quase desumana pelos milhões de dólares que sempre estiveram em jogo.Se sua compleição fisica,que era equilibrada e potente para um ala fosse mantida e diligentemente aprimorada nada disso teria ocorrido da forma como aconteceu,numa progressão livre e desempedida de qualquer oposição de adversários.A busca incessante e forçada para adquirir um fisico de pivõ de choque,alterou todo um sistema orgânico,toda uma estrutura muscular,para no final da transformação ser obrigado a voltar às suas origens de um ala-pivô.Mas já era tarde demais,pois seus tendões não conseguiram suportar tamanha agressão perpetrada em seu corpo.É o prêço que muitos como ele estão e continuarão a pagar pela ambição desmedida em um mercado onde a qualidade é medida em dólares.Se ao voltar,não perder pelo menos 15kg.do que chamam de massa muscular,correrá o perigo,e ai redobrado,de ver seus tendões se romperem de vez.Um prestigiado site abriu uma enquete para saber o porque de tantas contusões que afligem nossos atletas,e outros mais,na NBA,principalmente nas articulações tibiotársicas e dos joelhos.Tenho a resposta na ponta da lingua,demasiada e desenfreada musculação,anabolizantes e o que chamam de suplementos vitamínicos.Não foi por qualquer motivo que o sindicato dos jogadores da NBA se insurgiu contra o rigido controle anti-doping que a direção da mesma quis implantar,sob pressão da Comissão do Senado Americano que investiga essas praticas no desporto profissional dos Estados Unidos.Tudo é válido quando salários atingem a casa dos dois dígitos em milhões de dolares,tanto para os jogadores,como,e principalmente,para o exército de agentes e empresários que habitam aquele cenário de circo romano.Nosso indigitado Nenê sofre na pele e na alma,os efeitos de pertencer a tão seleto clube no mundo do desporto profissional.Tudo isso oferece motivos de sobra para não defender a seleção de seu pais,ainda mais quando jogador por aqui viaja para os jogos,de ônibus,e numa final de Jogos do Interior de S.Paulo duas equipes se enfrentem com somente cinco jogadores de um lado e seis do outro,já que os restantes foram dispensados por seus medicos e técnicos,momentos antes do inicio da partida,pelo conhecimento que haveria um exame anti-doping ao final do jogo.E isso numa realidade em que os salarios por uma temporada de 4-5 meses não ultrapassam os 10 mil reais.O que dizer então quando estão em jogo 30 milhões de dólares? Haja tendões!

4 Comments:

At 4:35 PM, Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
At 11:55 PM, Blogger Basquete Brasil said...

O comentario foi removido,não pelo teor grosseiro e ofensivo,e sim por ser apócrifo.Esconder-se atrás do anonimato é ação covarde e execrável.
Paulo Murilo.

 
At 12:14 PM, Anonymous Erico Konell said...

Murilo, há algum tempo venho acompanhado seu trabalho, e já falei com você por aqui, uma ou duas vezes eu acho. Dentre os seus artigos, os que mais me interessam, são os que dizem respeito aos fundamentos, táticas e do jogo 'em quadra' por assim dizer.
Nesse domingo, será iniciada a Liga Norte de Basquete (é uma liga adulta), que ocorre na cidade de Joinville (na qual eu sou residente), e o time em que eu jogo vai participar. É o nosso primeiro ano nesse campeonato. Nosso time, tem a idade média dos jogadores, entre 19 e 21 anos, mas não temos acompanhamento de um técnico.
Eu tenho 17 anos, e jogo como armador, e procuro me afeiçoar as responsabilidades de um técnico no time, mas não tenho um conhecimento tático elevado, e tenho algumas dúvidas e questões que eu gostaria que alguém pudesse tirar/me ajudar. Na minha cidade, não tenho nenhum contato ou maneira de conversar com nenhum técnico, pois estudo em período integral, e os poucos que eu conheço, não dariam atenção às minhas preocupações com o time. Gostaria de saber, se o senhor tem interesse de conversar comigo, e tirar minhas dúvidas e me dar dicas, de como posso tornar o ataque mais eficiente, e a defesa mais "dura". Grato desde já, Erico Konell.

 
At 1:13 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Erico,que situação difícil colocada por você.Como técnico consciente e responsável pouco posso fazer sem o conhecimento da equipe,seus integrantes,suas formações,seus tempos disponíveis para o treinamento,suas biotipologias e saúde em geral,seus retrospectos técnicos,enfim,todo o arcabouço formativo de uma equipe.Todo e qualquer sistema,de defesa ou de ataque,passa irremediavelmente pelas caracteristicas individuais dos jogadores, e por isso não podem ser padronizados como muitos o fazem.Então, frente a estas limitações,como posso ajudá-lo efetivamente?Gostaria imenso de ai estar para treiná-los,como fiz anos a fio, mas creio ser impossivel tal realização.No máximo poderei exercer uma analise sobre a equipe, e sugerir algumas intervenções.Mas, necessitaria de uma imagem, um video ou DVD com alguns trechos, ou uma partida completa da equipe.Se você puder atender a essa sugestão o envie para uu enderêço que postarei num emai particular.Aguardo sua resposta para efetivar o envio do enderêço.Um abraço, Paulo Murilo.

 

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