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Prof.Paulo Murilo 

14 junho 2008

DIAGNOSE/CORREÇÃO...

Na formação dos futuros professores de Educação Física na UFRJ, quando dos estágios supervisionados e prática de ensino que os mesmos se submetiam para sua licenciatura, um dos itens de análise mais discutidos após as aulas dadas era aquele que quantificava sua capacitação de Diagnose/Correção, ou seja, a habilidade pedagógica de perceber erros e suas devidas correções no menor tempo possível. Sem dúvida alguma, treinávamos essa capacitação, que quanto mais estreita fosse, maior a qualificação do professor, ou mesmo o técnico, se seu encaminhamento fosse para o desporto.

Bem sabíamos que aquela capacidade somente se aprimoraria com muito tempo e larga experiência de observação, estudo e boas doses de pesquisa prática, que mesmo à parte de certos cânones acadêmicos pode ser realizada. Mesmo assim insistíamos no tema, provocando discussões e reflexões que buscassem e interiorizassem a necessidade do encontro incessante daquela qualificação. Diagnosticar e corrigir erros com a maior brevidade possível era a marca a ser perseguida por aqueles professores e técnicos, se quisessem obter a excelência profissional.

Bassul acredita na vaga e acha que o jogo serviu de aprendizado. Para ele, a equipe teve lampejos: “Com isso não se ganha vaga. Tomo decisões, que funcionam ou não. Tive de decidir manter o grupo cansado ou mudar peças-chaves”. Foi uma de suas declarações ao O Globo de hoje.

Essa declaração tem a ver com criticas que lhes foram feitas pela substituição das jogadoras reservas que equilibraram o jogo e passaram no placar, pelas titulares que falharam anteriormente. Naqueles minutos finais, somente uma das jogadoras titulares, a excelente armadora Claudia não poderia ter voltado, isso porque a sua substituta(?) Natalia era a única jogadora em quadra com velocidade lateral defensiva capaz de não perder o posicionamento clássico entre a esguia e muito rápida armadora bielorussa e a cesta que defendia, aspecto fundamental para que uma superioridade pontual fosse estabelecida se fosse ultrapassada pela mesma. E foi exatamente o que ocorreu com a entrada da Claudia, muito rápida e eficiente na armação do jogo, porém extremamente carente de velocidade nos deslocamentos laterais na defensiva. Desse momento em diante foram cinco as ultrapassagens da armadora adversária, frontal ou lateralmente à cesta, e conseqüentes assistências às jogadoras que ficavam livres pelas coberturas em desespero a que eram forçadas as pivôs brasileiras. A diferença no placar foi desfeita num momento do jogo em que tudo levava a crer numa vitoria de nossa equipe. Faltou ao técnico diagnosticar a deficiência em velocidade e posicionamento da Claudia, face a rapidez de deslocamento da armadora adversária, cuja devida correção jamais foi feita. Se estudioso for, e principalmente estiver preocupado em se exercitar nesse mister, o de reduzir ao máximo possível a nesga de tempo que separa uma diagnose bem feita de uma conveniente, e às vezes urgente correção, muna-se do vídeo do jogo e observe a enorme dificuldade da Claudia em caminhar, já não digo correr, lateralmente ante uma habilidosa armadora, assim como ela mesma o é. Quando esta habilidade estiver bem desenvolvida, daqui a alguns e prolíferos anos de estrada e dedicação, aí sim, poderá afirmar de si para consigo mesmo- Agora sou um técnico de seleção.

No jogo decisivo de amanhã, nunca essa capacidade de observação será tão exigida, já que duas situações extremas estarão presentes, a necessidade vital de vitória para ambas as equipes, e a importância mais vital ainda que será exercida na diagnose daqueles pequenos, porém decisivos detalhes técnicos e táticos, que exigirão uma competente e rápida tomada de decisões nas correções que se farão necessárias.

Espero que o técnico Bassul se ilumine na tentativa de pular algumas etapas desse processo, possível , mas muito difícil, já que faz parte de uma maturação e experiência de vida ainda a ser trilhada. No entanto, como muitos afirmam que os deuses são brasileiros, nada impede o acesso a um sonho, num momento delicado da seleção, após o justo desligamento daquela que era considerada a melhor jogadora da equipe, que terá pela frente uma adversária tradicional e perfeitamente batível, na medida em que uma boa dose de bom senso se coadune com um espírito de luta, e uma incansável vontade de vencer, com ou sem rodízios, mais burocráticos do que técnicos, que me perdoem aqueles comentaristas que afirmam ser impossível a um atleta (digo-o bem, um atleta...) jogar uma partida inteira, ainda mais se é a última e decisiva. Torço de coração para que consigam a classificação, pois a merecem.

Amém.

2 Comments:

At 1:59 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Professor ! Tudo bom ?


Eu acredito que se a Natalia e a Karla jogarem mais tempo, teremos uma armaçao muito melhor. Assim como a Chuca revezando com a Micaela.

A dureza são as nossas pivos.

A lerdeza da Kelly é visivel a qualquer leigo.

Mas estou confiante e na torcida!

Essa seleção em pouco tempo, melhorou alguma coisa do passado recente do Barbosa.

Acho que temos que passar, pq elas estão fazendo por onde.

E claro,jogadoras como Iziane,
podem fazer falta, tecnicamente,
porém no resto, taticamente, psicologicamente não fará nenhuma.
As atitudes dela foram ridiculas.

Estas "estrelas" de hoje nao aprenderam nada com as do passado.

Abraçao!

 
At 12:01 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique,o artigo de hoje maqnifesta minha opinião sincera e honesta sobre a classificação.Um abraço,Paulo Murilo.

 

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