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Prof.Paulo Murilo 

22 agosto 2008

LIÇÃO BEM APRENDIDA...

E a lição foi muito bem aprendida, numa prova de grande humildade partindo dos mais conceituados praticantes do grande jogo, os americanos. Depois de seguidos fracassos nas maiores competições internacionais, mesmo que representados por grandes jogadores da NBA, resolveram se submeter aos ditames técnico-táticos do basquete internacional, com suas peculiaridades táticas e algumas regras conflitantes às empregadas e seguidas pela sua liga profissional, numa planejada reconstrução de hábitos e ações sedimentadas por anos de prática e árduas competições.

E para exequibilizar tal projeto, se organizaram em torno de uma comissão técnica composta de técnicos universitários e profissionais, liderados pelo mítico Coach K., da Duke University. Coube a ele traçar as diretrizes para a grande mudança, toda ela fundamentada em suas declarações iniciais, de que deveriam aprender a jogar como os europeus e argentinos, abrirem mão da arrogância de que eram os donos do verdadeiro basquetebol, e de que nada mais importante existisse que não suas competições nacionais.

Ao dividir sua preparação em módulos de encontro ao longo da extensa duração da liga profissional, coach K. mostrou ao mundo que realmente falava à sério quanto à disposição de retomar a supremacia olímpica, e para tal modificaria a maneira de jogar da equipe, tornando-a competitiva ante às grandes forças mundiais. Lastreado pelo absoluto domínio dos fundamentos por parte de todos os selecionados, e contando com o engajamento e compromisso dos mesmos, tratou de adequar princípios e conceitos técnico-t áticos praticados pelas fortes equipes européias e a argentina, ao modo peculiar de jogar de seus comandados, principalmente quanto ao enfrentamento de defesas zonais, e ao cadenciamento no rítmo de jogo.

Optou, após longa observação do comportamento europeu nos rebotes e defesa no garrafão, por jogadores altos e ágeis, e principalmente velozes. A figura imponente, intimidadora e massificada dos grandes pivôs, foi substituída por alas-pivôs de grande mobilidade, assim como estabeleceu como regra de ouro a utilização de dois armadores puros sempre em jogo, e até três deles em determinadas situações. Com essa disposição, garantiu um fluxo permanente de anteposição defensiva, e a velocidade nas ações ofensivas, que é a característica de seu basquete que não admitiu prescindir.

Um único porém ficou adiado por mais alguns anos, a plena capacidade de enfrentamento de defesas por zona, já que as mesmas relevam em muito as características de velocidade ofensiva.

Mas um valor se manteve inalterado, e até expandido e valorizado, sua imensa capacidade no domínio dos fundamentos do jogo, sem o qual toda a tentativa que se fez presente na preparação da equipe, teria sido em vão. E essa tem sido a grande força até aqui apresentada pela equipe americana, qualificando seu adaptado modo de jogar, pela utilização das bases estruturais de seu grande basquetebol, bases estas sedimentadas no trabalho de base, nas escolas, colégios e universidades, a sua grande fonte de poder, o domínio absoluto dos fundamentos.

Equipes como a Espanha, Lituânia, Grécia, Argentina, Croácia, e algumas mais, tem apresentado um excelente basquete coletivo, de dupla armação, poder reboteiro, já que ágil e veloz, defesas agressivas, tanto nas individuais linha da bola, como nas zonais, e com cadenciamento e escolha de arremessos precisos e equilibrados. Mas perdem ainda no domínio dos fundamentos especiais, aqueles que diferenciam os grandes jogadores.

Acredito que vençam a competição, e se não conseguirem, pelo menos já nos deram uma lição de adaptabilidade e renuncia a certos princípios de pretensa e arrogante superioridade, ao descerem de seu púlpito, adotando um estilo de jogo que não o seu tradicional, mas que os tornaram aptos à vitoria final, e à retomada da hegemonia dura e dolorosamente perdida. E foi no âmbito escolar que foram se socorrer para atingirem seu objetivo vencedor, e não no seu nicho rotulado de Basketball Worldchampionship.

E do outro lado do mundo, mais propriamente aqui, ainda nos debatemos em sonhos estratosféricos e pretensiosos para organizarmos uma Olimpíada, invertendo a prioridade educacional, subvertendo o principio básico de toda nação desenvolvida que possa ser avaliada como tal, numa ação irresponsável e criminosa, bem de acordo com as lideranças que assaltaram os poderes nesse país, inclusive os desportivos, para os quais um povo educado e culto mataria a galinha dos ovos de ouro que os sustentam, barrando suas ações corruptas e marginais.

Coach K. merece os parabéns pelo seu trabalho consciencioso e de grande honestidade técnica, bem de acordo com os princípios e tradições que regem o conhecimento científico de seu país, cuja fundamentação se baseia na escola, da qual é oriundo. E isso diz e explica tudo.

Pobre de nós e de nossos jovens afastados dessa cristalina realidade.

Amém.

10 Comments:

At 11:33 AM, Anonymous Anônimo said...

FIBA QUER 16 EQUIPES NA OLIMPÍADA DE LONDRES EM 2010

Pequim / China - A Federação Internacional de Basketball (FIBA) quer ampliar para 16 o número de equipes participantes nos torneios olímpicos masculino e feminino a partir dos Jogos de Londres, em 2012. O australiano Bob Elphiston, presidente da FIBA, e o suíço Patrick Baumann, secretário geral da entidade, anunciaram a intenção de ampliar os torneios de basquete dos Jogos em coletiva de imprensa em Pequim.
— Em Pequim não foi possível ter todas as equipes que merecemos. Queremos 16 seleções a partir de Londres, mas a decisão final não depende de nós — comentou Baumann.
Segundo ele, o destaque que o basquete teve nos Jogos de Pequim pode ajudar.
— Esperamos que o êxito de Pequim nos permita ter uma competição mais ampla. A decisão será tomada em dezembro deste ano. Com o êxito de Pequim temos argumentos novos, melhores e mais fortes para ampliar a competição olímpica — explicou Baumann.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) se pronunciará oficialmente em dezembro sobre o assunto.

Sou augusto escrevendo, sera que se a fiba conseguir essa licença o brasil no masculino conseguira ir as olimpiadas com realção ao grego uma fonte me disse que sua reeleição é certa sua vitoria para presidir de 2009 ate 2013 infelizmente,
AUGUSTO

 
At 7:56 PM, Anonymous Anônimo said...

Vamos rezar para o COI concordar com 16 equipes na proxima olimpiada de Londres e que na CBB mude de dirigentes para ver se o nosso basquete volta as olimpiadas, sem desculpas esfarrapadas e com sua força total.
Gustavo da Silva

 
At 7:05 AM, Anonymous Anônimo said...

Gil Guadron.

EMOCIONANTE MOMENTO PRA MIM.

Aquim en Chicago son as 4:00 da madrugada, recien finalizan las ceremonias de premiacion del basquetebol olimpico.

E em unas horas mais sera o bautizo de minha nietecita.

Ver en el Podio a Argentina,España y USA, foi emocionante pra mim.

Porque Argentina?. La en 1974, Eu moraba ainda en El Salvador, sendo a joven tecnico, escribi al sempre bem recordado Don Juan Carlo Sola, entonces presidente de ATEBA de Argentina, solicitandole sua ajuda, asi es que Eu pase a formar parte de dicha Asociacion de Tecnicos de Basquetbol, recibiendo tanta informacao de basquete.

Por que España?. Desde 1973 o INEF, de Madrid, tenia varias publicacoes e, eles gentilmente me las enviaban: Desporte 2000, Novedades en Baloncesto etc.

He visitada varias veces a la Madre Patria , asistido a "Clinics" ,e desde varios anos estableci uma grande amistade com Joaquin Brizuela actual miembro del Gabinete Tecnico de la FEB.

He estudiado los libros textos de sus Cursos de Entrenadores.

Porque USA?, Moro aquim por cuasi 25 anos ,e basquetbolisticamente falando, estudo seus livros e revistas especializadas desde 1970, e ademais por lo aprendido de algumos de seus grandes tecnicos asistiendo ja a seus practicas o entrenos, Clinicas etc.: Bob Knight, Doug Bruno e, Coach "K". Grandes pesoas que sim ningum egoismo compartieron conmigo seus enormes conocimientos.

A Brasil por a oportunidade de fazer um estagio de Ed. Fisica na UFRJ, aprendi muito de voces,e por supuesto minha grande amistade com Paulo.

E pra finalizar lembrar a meus profesores de basquetebol da minha Escola Superior de Educacao Fisica de El Salvador, os profesores japoneses : Hiroshi Tanaka y Atsuko Abe.

Sim, a ceremonia de premiacao de Beijim foi muito emocionante pra mim.pois meu lembro minha larga cadeia de estudos de nosso basquete.

Amigos Tecnicos de Basquete de Rio,cada umo dos paises mencionados : Argentina, Espanha e USA tienen Asociaciones de Tecnicos de Basquete desde faze muitos anos e como han avanzado. A sua em Rio esta nacendo, colaboremos todos a seu desarrollo.

Abracos.

Gil

 
At 5:46 PM, Anonymous Anônimo said...

Emocionante o depoimento do Gil !

Boa sorte Gil em sua caminhada !!

E parabens os EUA, Espanha, Argentina e coloco aqui também parabens à Lituania, Grécia, Austrália, Angola, Irã, Croácia, Rússia, China e Alemanha que fizeram um belo torneio olimpico.

E que nivel do jogo entre EUA x Espanha, pra história este jogo.

Abraço Professor Paulo !!

 
At 6:24 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Augusto,a ampliação do número de participantes já se tornava inadiável,face ao enorme desenvolvimento do basquete no mundo,com equipes cada vez mais técnicas.Acredito que a FIBA implemente esse avança para Londres,o que será muito bom para todos,inclusive o Brasil.Quanto às eleições da CBB para 2009,acredito que muita água ainda rolará por baixo daquela ponte.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 6:26 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Gustavo,faço meus os seus desejos.Algo tem de mudar,e rápido. Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 6:33 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Gil,seu testemunho é a prova cabal do muito que representa o basquetebol em nossas vidas.Não se trata de um simples jogo, e sim um caminho que trilhamos junto aos amigos,alunos,mestres,na busca incessante de altos valores culturais e educacionais, sem os quais pouco podemos realizar em beneficio do país, da família.Um abraço fraterno, Paulo.

 
At 12:06 AM, Anonymous Anônimo said...

Prof.Paulo Murilo,

Li um manifesto do Prof.Ronaldo lá de Brasília onde de forma muito objetiva e profissional coloca a situação do esporte no país e a sua falta de politica esportiva o senhor poderia colocar o texto em seu blog, esta perfeito.
Gustavo Silva

 
At 2:00 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique,sim o Gil é uma grande figura. Publico hoje um artigo sobre a final que talvez responda algumas perguntas.Pelo menos assim espero.Um abraço,
Paulo Murilo.

 
At 2:01 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Gustavo,me envie o link do artigo. Um abraço,Paulo Murilo.

 

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