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Prof.Paulo Murilo 

26 dezembro 2008

ENCERRANDO O BLOG...

PREZADOS LEITORES,COM A PUBLICAÇÃO DO ARTIGO DE NÚMERO 500 ENCERRO ESSE BLOG, DANDO CONTINUIDADE AO TRABALHO NO JÁ IMPLANTADO ENDEREÇO :
http://blog.paulomurilo.com/ CONTO COM A AUDIÊNCIA QUE SEMPRE ME PRESTIGIOU NA LUTA PELO SOERGUIMENTO DO BASQUETE BRASILEIRO.UM ABRAÇO A TODOS, PAULO MURILO. OBS-TODOS OS ARTIGOS DESTE BLOG ESTARÃO NO NOVO ENDERÊÇO,ASSIM COMO OS COMENTÁRIOS E DISCUSSÕES TÉCNICAS. PM.

24 dezembro 2008

ARTIGO 500-FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS II

Muitos tem me perguntado, e até cobrado, de que forma pratica e objetiva pode uma equipe atuar com 2 armadores e 3 pivôs móveis, tanto contra defesa individual, como defesa por zona.

Desde muitos anos sempre treinei e preparei minhas equipes para atuarem desta forma, e na maioria dos casos me situava na contra-mão da maioria absoluta dos demais técnicos, utentes enraizados do sistema NBA, globalizado nos últimos 20 anos de influência e coerção maciça.

Em 1995, organizei com o Prof.Paulo Cezar Motta o Barra da Tijuca BC, que mesmo tendo suas atividades restritas a quadras descobertas e acanhados ginásios de escolas e clubes de condomínios da comunidade, exerceu, até o encerramento de suas atividades em 1998, grande influência técnico- tática no basquete do Rio de Janeiro,mas que não encontrou respaldo e continuidade nos demais técnicos do estado.

Iniciei então, através o blog, uma campanha solidamente embasada em técnicas do jogo, pela adoção da dupla armação nas equipes brasileiras, que sempre foi uma das nossas mais poderosas armas ofensivas e defensivas também, pois jamais poderia cativar quem quer que fosse para a dupla armação, sem que a mesma pudesse ser exercida pela maioria das equipes.

E aos poucos as mudanças foram acontecendo, não só pelos artigos aqui publicados à respeito, como principalmente pelos exemplos vindos das equipes européias e argentinas, que sempre se utilizaram da dupla armação na base de seu jogo, assim como o desaparecimento progressivo dos pivôs de força, substituídos pelos de velocidade e flexibilidade, agilizando seus sistemas e estratégias.

Neste meio termo de aceitação e compreensão pela dupla armação, uma adaptação foi largamente utilizada pelos técnicos brasileiros, totalmente voltados ao sistema único de jogo, ou seja, a substituição de um dos alas por um outro armador, dando mais equilíbrio às equipes pela melhoria dos fundamentos básicos do drible, fintas, passes e arremessos, além do incremento substancial do sistema defensivo.

Passados estes últimos 3 anos, nos quais a adoção da dupla armação já se faz presente em grande parte de nossas equipes, podemos então promover um debate sobre sistemas de jogo voltados a esta evolução, sistemas estudados especificamente para esta nova realidade, não só da dupla armação, mas principalmente pela tripla função dos pivôs móveis.

É essa a idéia que passo a demonstrar neste e nos próximos 4 artigos técnicos, quando tentarei descrever e demonstrar o sistema de jogo que desenvolvi para a equipe do Barra da Tijuca, corolário de uma série de sistemas desenvolvidos nos últimos 40 anos de técnica desportiva. E com um instigante detalhe, o de ser indistintamente utilizado contra defesas individuais, e zonais, e cuja única adaptação é a de ritmo de execução, nada mais.

Espero que aproveitem bem, discutam, sugiram, critiquem, ou simplesmente se mantenham agrilhoados no sistema único, ou o famigerado “basquete internacional”, que nos empobreceu e mediocrizou nos últimos 20 anos.

FELIZ NATAL.

Aos basqueteiros de todo o país, desejo de coração que tenham um Feliz Natal junto aos que amam, e um ano de 2009 pleno de saúde e sucesso em suas perenes buscas pelos momentos de felicidade, e coragem para transpor as dificuldades que nos afligem nesta caminhada terrestre.

E que o nosso amado basquetebol se soerga do limbo atroz em que foi mergulhado, ao encontro de seu verdadeiro destino de vencedor.

Obrigado a todos que me honraram com sua leitura, critica e discussões, transformando esse humilde blog numa trincheira na luta por dias melhores para o grande jogo entre nós.

Amanhã, publico o artigo 500, orgulhoso pelo trabalho destes últimos 4 anos, dando continuidade ao objetivo traçado desde o inicio, discutir o possível soerguimento do basquetebol no país.

Um abraço a todos,

Paulo Murilo.

23 dezembro 2008

O ROSA SE FOI...

Vi-o jogar muitas e muitas vezes, mas nenhuma de suas participações me emocionou tanto como na disputa do Campeonato Mundial do Rio de Janeiro em 1963, onde conquistamos o bi-campeonato mundial. Era um jogador de grande técnica e um arremesso longo devastador, Junto com Jatir e Vitor formavam nossa artilharia de longo alcance, numa época em que não existia a linha do três pontos. Muito antes da era Oscar, já com os três pontos implantados pela FIBA, tínhamos outros oscares, como Angelim, Alfredo da Motta, Algodão, Ruy de Freitas, Waldir Boccardo, e tantos outros que utilizando estilos não muito ortodoxos de arremessos o faziam com elevada eficiência numa zona que ultrapassava a atual linha dos três pontos.

E naquele mundial, com a mais absoluta certeza, as contagens de todas as partidas em que a seleção brasileira participou ultrapassariam os 100 pontos se a emblemática linha já existisse. E mais ainda, muitos dos recordes de acertos individuais em campeonatos mundiais teriam sido estabelecidos por aquela formidável seleção.

E como jogavam, e como arremessavam, principalmente o nosso hoje muito lembrado Rosa Branca, que ontem se foi, indo se juntar aos verdadeiros ícones de nossa grandiosidade basquetebolistica, inigualada pelas muitas gerações que a sucederam, principalmente pelo amor, pelo fervor com que honraram e dignificaram a eterna camiseta listrada de verde e amarelo.

Se foi cedo demais, pois ainda muito tinha a contribuir para o basquete brasileiro, sendo um dos poucos verdadeiros campeões que ainda militava no meio, junto à FPB como um de seus diretores.

Rosa Branca foi um extraordinário jogador, e um ser humano da maior qualidade e dignidade, e vai deixar cada vez mais órfão esse tão judiado, injusto e vilipendiado basquete brasileiro.

Que os deuses façam justiça ao seu fantástico talento.

Amém.

15 dezembro 2008

O ÁS DE MANGA...

Prometi não voltar tão cedo ao assunto, mas o lançamento oficial da LNB obriga-me a relevar um pouco a promessa, adiando-a também um pouco, já que é um mote difícil de resistir.

Assisti pouca coisa pela TV, pelo horário impróprio para mim, mas os blogs e sites ligados ao desporto salvaram e esclareceram minha curiosidade natural. Entrevistas com o presidente da Liga, técnicos presentes, e jogadores emblemáticos, além das discussões e análises de comentaristas, descortinou um horizonte repleto de dúvidas e algumas indagações em direção às verdades que se ocultam por trás deste movimento “que soerguerá o basquete em nosso país, trazendo-o de volta como o segundo esporte na preferência do torcedor brasileiro”, que foram as palavras que finalizaram a entrevista do Sr.Kouros Monadjemi, presidente eleito pelos clubes para comandar a LNB.

Um pouco antes de proferir tais palavras, o Sr.Kouros teceu os mais rasgados elogios ao ex-jogador Oscar, seu ídolo confesso, que ao seu lado não escondia sua satisfação ao mencionar que era este o seu sonho ao fundar três anos atrás a NLB, que foi dinamitada pelo grego melhor que um presente e pelos dois candidatos que postulam seu cargo na eleição de maio vindouro.

Mas como em nosso país, cuja falta e abstinência de memória é notória, principalmente quando cargos e interesses políticos estão em jogo, ali naquele recinto iluminado e festivo, transitavam situacionistas e opositores, irmanados pela perspectiva de uma perfeita e equânime divisão das chaves do cofre, agora engordado pela respeitável fatia de um patrocínio global.

E como estava feliz e sorridente, chegando quase às lágrimas emocionadas o nosso grego melhor que um presente, num discurso emotivo e descaradamente...continuísta, pois este foi o ás de manga que lançou na mesa de um jogo onde iniciantes, ingênuos e idealistas, simplesmente não têm vez. Propugnou a continuidade do Moncho para...2012! E as clinicas de preparação de técnicos e jogadores, exatamente como havia planejado desde sempre, com o assistente do Moncho ali ao seu lado consubstanciando o inefável projeto, como favas mais do que garantidas.

Somente uma certeza de continuidade justificaria os encômios bajuladores de um presidente para outro, como num trato de cavalheiros, no qual o cargo de um jamais obliteraria os projetos do outro, na medida das contrapartidas, único e palpável argumento para que o helênico presidente abrisse o flanco às chaves do cofre, e num momento que se vê atraiçoado (será mesmo?...) pelos dois outros presidentes federativos candidatíssimos ao seu honorável, longevo e lastimável périplo presidencial.

Ou será que exista alguém que duvide dos “arranjos de bastidores” nessa abjeta e coloidal política desportiva brasileira? Será meus deuses, que exista quem acredite em lisura, ética e progresso no meio dessa pandega em que se transformou o esporte pátrio?

Bem, a boa política ensina que sapos devem ser engolidos e digeridos, mesmo sendo um cururu, na medida em que brechas evolutivas possam ser abertas, num posicionamento que a maioria apelida de “dores da democracia”. Mas nem sempre essas pequenas brechas evoluem para um rombo cívico, um rasgo irresistível que dê passagem, não a pequenas lufadas, mas sim a um furacão com ventos purificadores, mesmo sendo violentos, aqueles capazes de realmente mudarem uma situação falimentar.

E bem agora, próximo a marca de uma aposta decisiva, o grego melhor que um presente põe seu jogo na mesa, passando a mão, mas preparando o flush que definirá seu futuro em maio de 2009, pois a perda de um Campeonato Nacional, se diluirá no projeto, que anunciou alegre e feliz, de cuidar das seleções, e da formação das futuras gerações, exatamente os pontos em que mais falhou, em que mais se comprometeu, e aos quais dará a trágica continuidade que nos mergulhou no fundo do poço nacional e internacional. E fazendo coro com a LNB, sequer uma palavra sobre o basquete feminino, hoje praticamente abandonado por todos aqueles que o deveriam apoiar e desenvolver.

E para quem ainda não se convenceu de certos e não muito ocultos poderes neste país, ai está a prova mais cabal do quanto um império televisivo é responsável por mudanças milagrosas de ferrenhos pontos de vista, mas não tão ferrenhos na medida em que fechaduras e cadeados possam ser mudados a seu bel prazer.

O grego melhor que um presente trocou sua permanência por uma LNB, tendo negado seu apoio à NLB três anos atrás, aplicando uma pequena e sutil malandragem, pois o fez no ano da eleição ao cargo que julga ser seu ad perpetuam, a CBB, onde seus acólitos e atuais concorrentes se criaram e prosperaram. São raposas de alta linhagem e que merecem o nosso mais absoluto e perenemente inconformado respeito.

Teremos uma Liga novinha e cheia de novidades e promessas de novos tempos, mas também teremos uma CBB rançosa, viciada e anacrônica destilando sua incompetência técnica, porém poderosa na barganha e no escambo. Vamos ver para que lado penderá o braço desta inacreditável balança.

Que todos os deuses nos ajudem.

Amém.

13 dezembro 2008

FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS I...

Durante esta semana pude assistir a alguns jogos do Campeonato Nacional Feminino , da Liga das Américas em Porto Rico, e do Campeonato Paulista Masculino. Pude constatar algumas novidades técnicas, assim como testemunhar por mais uma vez, o quanto de fragilidade nos fundamentos ainda ostentamos nas divisões adultas, principalmente na feminina.

Me parece que a adoção de dois armadores tem se solidificado, o que é muito bom para o futuro de nosso basquete, mas com um óbice significativo, a manutenção do sistema único de jogo, onde um destes armadores praticamente substitui um dos alas, melhorando a qualidade técnica dos dribles, das fintas e dos passes, quando o ideal seria o incremento destas habilidades nos próprios alas, destinando aos dois armadores as funções, agora duplicadas, de coordenação e domínio das ações táticas ofensivas e defensivas. No atual cenário em que se desenrolam estas competições, somente duas equipes masculinas fogem, agora substancialmente, do padrão único, apresentando inclusive pivôs móveis com boa velocidade e flexibilidade, permitindo suas utilizações táticas pelos bons armadores que possuem, que são as equipes do Minas Tênis e de Franca. Mas aos poucos constatamos uma lenta, porém significativa adoção de novos conceitos fundamentados na dupla armação e a utilização de pivôs diferenciados dos massudos de outrora pelas demais equipes, numa evolução bastante positiva para o nosso basquete.

Mas o problema dos fundamentos ainda é crucial, principalmente nas equipes de base e no feminino em geral. Jogos desta categoria no Campeonato Nacional chegam a apresentar mais de 30 erros de fundamentos básicos, de armadoras inclusive, demonstrando que o preparo fundamental das jogadoras está declinando substancialmente, o que exige pronta análise e revisão de caráter pedagógico no preparo das mesmas.

Por outro lado, já podemos observar em algumas equipes o abandono lento, mas firme, das famigeradas pranchetas, e o diálogo olho no olho ampliado entre técnicos e jogadores, fator elogiável e promissor, pois os rabiscos indutivos e coercitivos à jogadas coreografadas, vem sendo substituídas por instruções pontuais, personalizadas e coerentemente voltadas às reais situações de jogo, e não àquelas utopicamente grafadas numa prosaica prancheta.

O próximo e definitivo passo terá como foco principal o estudo, a pesquisa, o treinamento e a adoção de novos sistemas que possam se apoiar com firmeza e audácia na dupla armação e na utilização cada vez maior de dois, a até três alas-pivôs, ou pivôs móveis, com habilidades similares em alguns aspectos aos armadores, para que possam se tornar capazes de interagirem com os mesmos dentro de padrões onde a presteza de ações corporais e a velocidade de raciocínio, dotem suas equipes das qualidades que fomos perdendo nos últimos 20 anos, e que nos levou ao patamar globalizado atual, incompatível com nossas mais destacadas e esquecidas, por não ensinadas e treinadas, habilidades criativas.

Lembremos-nos sempre, que sistemas de jogo devem ser treinados e praticados ao máximo e exaustivamente, para não darem certo, coreograficamente certos, e sim, que sejam capazes de desencadear nos adversários reações e atitudes várias, que quanto mais previsíveis forem, mais atuantes e efetivos se tornam tais sistemas. Essa constatação nos leva de encontro às exposições fantasiosas e falsas de conteúdo prático demonstradas e rabiscadas em uma prancheta, na qual os erros inexistem, já que apresentados sob a ótica de uma óbvia e enganosa realidade.

Nos próximos artigos apresentarei alguns aspectos na formulação, preparo e aplicabilidade de sistemas de jogo, fundamentados na dupla armação e na utilização de três pivôs móveis. Até lá então.

Amém.

RETORNANDO...

Nestas últimas semanas tenho lido muito sobre as políticas injustas e absurdas que cercam o nosso desporto de suspeitas e desconfianças, principalmente voltadas a seus dirigentes, longevos, megalomaníacos e profundamente dissociados das reais necessidades educacionais de nosso povo. Agora mesmo, diz-se que 5 bilhões de reais será o preço mínimo para a realização das olimpíadas de 2016, pela qual disputamos o direito de realizá-la no Rio de Janeiro, e que somente o projeto de apresentação de nossa proposta ao COI já nos levou 80 milhões!

O que poderia ser feito com relação à educação de nossos jovens pelo país afora com 5 bilhões? Meus Deuses, quase que um novo ciclo evolutivo de nossas escolas de primeiro e segundo graus, nas quais o esporte poderia ser implantado de forma curricular, e onde os professores poderiam exercer seu magistério com segurança e produtividade.

Mas não, como ficariam os especuladores, os construtores, os arquitetos do caos, os pseudo administradores dos fundos federais, do meu, do nosso contado e sacrificado dinheiro, arrecadado através injustos e vultosos impostos, os mais altos do mundo? Com a desculpa criminosa da oferta de empregos, entre outras de caráter mafioso, empurram goela abaixo da população essa ignomia, omitindo que tal quantia serviria para que os filhos destes mesmos operários saíssem e rompessem este abominável círculo vicioso em que se encontra a educação brasileira e seus indefesos utentes, nossos jovens.

Leio mais adiante noticias do nosso basquetebol, que com a proximidade da eleição para a presidência da CBB, desencadeou uma profusão de perfídias e conchavos, já a muito de conhecimento público quando tais situações políticas se tornam reais. No Rio Grande do Sul, um dos candidatos à CBB, e que também o é na FGB, arma junto a filiados uma prorrogação de mandato para depois da eleição na CBB, exatamente para se manter no poder no caso de não se eleger para o cargo maior confederativo, numa ação que beira o absurdo. Mas o conseguiu com uma votação de 19 a 2, provando o quanto os filiados federativos são os autênticos e verdadeiros culpados pela perpetuação de dirigentes negativos e incompetentes no comando confederativo.

E de repente me vejo algo escravizado a tão nefastos assuntos, que denigrem o grande jogo, que mancham nossos sonhos de um país educacionalmente mais justo e democrático. E me rebelo mais uma vez, resolvendo omitir e desprezar Gregs, Chaks & Carls , dentre muitos outros de estirpes felpudas como estes, gente que alija de seus projetos as mais primárias necessidades educacionais e culturais de nossas crianças e adolescentes, ansiosos e carentes de ajuda e apoio.

Daqui para diante somente em caráter absolutamente critico tornarei a perder meu precioso tempo com tais e ínfimas pessoas, voltando ao meu amado oficio de discutir técnicas, táticas, fundamentos, princípios didático-pedagógicos, estudo e pesquisa, assuntos que não deveriam ter sofrido soluções de continuidade, para promover quem absolutamente não merece meu tempo e atenção.

Estando a 6 artigos da marca dos 500 publicados, dedicarei os mesmos a uma nova série, Falando um pouco de sistemas, cujo artigo inicial tem sido o mais visitado no blog, desde sua publicação em 2004.

Creio que desta forma atenderei os jovens técnicos que se iniciam na arte do treinamento, e aos mais veteranos também, desejando que estabeleçam sadias e profícuas discussões, que é uma marca positiva deste humilde blog.

Um abração a todos.

Amém.

09 dezembro 2008

UMA LUTA POSSÍVEL...

Tenho lutado na medida de minhas possibilidades e força para tentar sensibilizar os verdadeiros basqueteiros do meu país para que saiam do estado de torpor que se apossou da grande maioria deles, acomodados ao fato de não verem perspectivas de mudanças federativas e por conseguinte, no comando confederativo. Mas em um ou outro ponto deste enorme país já são esboçados movimentos antagônicos à situação que nos esmaga a mais de 12 anos, e um exemplo marcante vem lá dos pampas, da gloriosa terra gaúcha, que está a 60 dias da eleição para presidente da FGB, em que um dos candidatos é o atual presidente e postulante à CBB, Carlos Nunes.

Num artigo magistral e emocionante, o editor do blog Mais Basquete (WWW.maisbasquete.blogspot.com )Carlos Alex, exprime toda a situação existente no basquete gaúcho, e sua esperança infinita em uma mudança de comando na FGB, o qual reproduzo à seguir, como um exemplo que deveria ser seguido pelos demais estados, numa cruzada de renovação e esperança em tempos melhores. Eis o artigo:

Faltam 60 dias

"Sonho com o dia em que a justiça correrá como água e a retidão como um caudaloso rio." (Martin Luther King)

Esse ano trabalhei para chegar no dia 28/11 e poder ter uma bela surpresa. E desde sexta-feira, 28/11/2008, tenho refletido sobre a situação atual e concluí: o basquete gaúcho merece um dos meus mais empolgantes textos. Livre, solto, sorridente, aliviado, vibrante e amoroso. Nada de ferocidade ou indignação. Não sei se vou conseguir, mas preciso me esforçar para traduzir em palavras o que senti quando recebi a informação que um grupo de basqueteiros transformou todos os anos de silêncio, de sussurros desconfiados, de ameaças e perseguições em um grito de liberdade. Saber que pessoas que enfrentei em quadra, que admirei da arquibancada e de técnicos que me inspiraram se mobilizaram – alguns ainda tentando fugir da razão, da auto-proteção que a mente determina para seguir o caminho que seus corações indicava – me lançou como um foguete ao espaço e, de lá, pude ver o Rio Grande do Sul pulsando, em plena sístole, jogando energia por todos os rincões. E sangue é vida e a vida dos que ousam nunca é mal vivida, como se em vão fosse. Não. Hoje os gaúcho podem ter a certeza que se fará luz novamente em nosso basquete e toda a energia jorrada nesses dias, através de nossas ações, se converterão e momentos de êxtase com a revitalização da forma de pensar e fazer basquete no RS.

Nesses dias só tenho conseguido pensar que verei o brado retumbante de técnicos, martelo e bigorna vibrarão novamente com o eco das torcidas e o prazer de jogar basquete voltará aos atletas, pois pisarão em quadra sabendo que só seu potencial técnico, sua determinação tática, seu esforço físico e sua armadura psicológica definirão o resultado de seus jogos. Voltaremos ao tempo em que um clássico SOGIPA X GNU me fazia sair de Bagé até nossa capital para me deliciar no ginásio da Quintino vendo Milho, Kawuin, Pitu comandarem suas equipes disputando cada milímetro da quadra, cada curva da bola e exaltando cada chuá, seguido de nosso descompromissado sorriso pela magnitude do feito. E eu lá, o guri de Bagé que driblava todos eles imaginariamente pelas subidas e descidas da Rainha da Fronteira, presenciando aqueles momentos históricos e aprendendo a ler o jogo, a analisar a frieza dos craques e a avaliar os meus limites.

Ah, meu sonho de ver um Corinthians Sport Clube, não mais com Ary Vidal, mas com seu legado e comandado pelas feras da casa, Bola ou Gilmar Weiss, não está longe. Lembrar, através dos novos talentos surgidos no Cestinha, dos moleques que eu enfrentara na adolescência e que jogavam ao lado de Brunão, Piru, Darci, Eleno, Muller, Nei, Gordo, entre outros, de uma época que meu coração batia forte quando enfrentava o Corinthians e eu projetava o dia que lá jogaria... Por golpe do destino, por mudança nas políticas esportivas, minha geração praticamente acabou não tendo essa fase adulta nas quadras, mas que disputamos jogos inesquecíveis tenho certeza que todos lembram.

Esses clubes rondam, ainda hoje, meu imaginário e minha emoção maior é ver a força de vontade de grandes nomes de nosso basquete lutando para reerguer o Cruzeiro, histórico clube de nosso esporte; ver a raça do jovem elenco do Java, jogando por prazer – amadoristicamente – e movimentando a região de Estância Velha. E o que dizer da resistência dos moleques do Santa Cruz Basketball que se recusam a ficarem de fora e continuam lutando bravamente a cada bola disputada, em diversos campeonatos? E entre os novos clubes, o trabalho de longa data do Ubirajara em Lajeado, reforçado constantemente pela persistência de Xis e Bira, tanto com as vencedoras equipes de base, quanto com o adulto que alçou vôo para todo o Brasil. E o que dizer do legado do saudoso César e do Cesare que culminou com a criação, pelo Rodrigo Barbosa, do Caxias Basketball e novo destaque estadual e regional, quiçá nacional em breve.

Esses novos dias surgem em minha mente há anos. Nunca desisti do sonho de ver um grupo sério, determinado, coletivamente responsável assumindo a responsabilidade de mudar o basquete de nosso estado que, nem nos piores pesadelos, imaginei que pudesse chegar ao fundo do poço. Nunca deixei de sonhar nesses anos que estive sepultado, expurgado como leproso da quadra de basquete por contestar o óbvio, o risível, por que nada mais o são os atos que suportamos nesses últimos 14 anos de ditadura sorridente e cordial no tratamento público, mas mal intencionada nas quatro paredes da FGB. Também vejo o basquete de Pelotas naufragar... Lembro de dias em que vi as tábuas da arquibancada tremerem e o barulho ser enlouquecedor e, mesmo assim, desfilar pela quadra da Marechal Floriano, sabendo do vazio que fazia a bola murchar no canto direito da entrada e penso que ainda temos solução para nossos jovens terem experiência semelhante as minhas memórias, dessa vez no Ginásio do CEFETRS em Pelotas ou mesmo do Militão em Bagé. Será novamente possível sair desse grito gemido e me sentir livre para ver o melhor do basquete gaúcho surgir e florescer, em jogos empolgantes e em quantidade.

Assim flutuo, entre as lembranças do passado e os sonhos para o futuro. Vamos contar, pois só faltam 60 dias, no máximo, para novas pessoas, com idéias oxigenadas assumirem a FGB, sob o comando de Jeffersson Garcia da Silva. E junto veremos muitos grandes clubes ressurgindo, como Guanabara de Livramento, União de Uruguaiana, Cruz Alta, Passo Fundo... Mas, por favor, não pensem que sou ingênuo ao ponto de imaginar que, como mágica, eles assumirão e tudo mudará. Não!!! Sei que precisarão de muita criatividade e muita produtividade para fazer multiplicar jogos, reduzir custos e elevar o nível do basquete do meu rincão.

Faltam 60 dias e eu acredito. Faça o mesmo: sonhe, acredite e mude a história do basquete gaúcho. Faltam 60 dias...

Eis um belo exemplo do que poderia ser desencadeado em todos os 26 estados restantes da União, todos em busca de uma nova, oxigenada e transparente realidade, única atitude com poder de soerguer o basquete brasileiro. Saúdo os irmãos do sul. Basta de omissão.

Amém.

05 dezembro 2008

CARL & CIA...

Numa entrevista dada ao jornalista Carlos Fernando do Sportmania, o candidato à presidência da CBB Carlos Nunes expôs seus projetos e diretivas para o caso de sair vencedor no pleito de maio do ano que vem. Foi uma extensa entrevista, da qual pudemos pinçar algumas perolas de política esportiva.

“Não seria ético estarmos em processo de candidatura, permanecendo na CBB, motivo pelo qual solicitamos o afastamento”. E onde ficou a ética trabalhando junto às federações nos últimos 4 anos como assessor do grego melhor que um presente, exatamente costurando a própria candidatura agora tornada pública?

“(...) Creio que este é o momento oportuno de dar nossa contribuição ao basquete nacional, pois esta decisão esta respaldada em pedidos de colegas Presidentes que desejam mudança. Quanto ao assunto “traição” é uma avaliação muito subjetiva (...)". Momentos oportunos são fatores de espera, de montagem política, vagarosa e detalhadamente estruturada. No caso foi um percurso de 4 anos, e sob a chancela de uma assessoria conveniente. Ademais, traições só tem avaliações subjetivas para quem trai, pois nada mais é tristemente objetivo para aquele que é traído.

A uma pergunta sobre uma renomada empresa o estar assessorando no pleito, respondeu – “Confirmo. Só não divulgamos, agora, tendo em vista que faltam alguns pequenos detalhes para fecharmos o contrato. Também falta a manifestação oficial de um colega Presidente, integrante do nosso grupo”. Como vemos, contratos são costurados com candidatos, e não com a CBB, e que presidentes federativos constituem grupo de interesse comum em torno de uma empresa comercial. Qual a contrapartida a ser descontada mais adiante?

“ Nossa experiência vem de anos trabalhando dentro do basquete e em contatos com os Presidentes de Federações. Esses colegas tiveram um papel importantíssimo no nosso aprendizado de negociar.(...) Hoje as metas a serem executadas, necessitam de negociações e consenso (...)”. E o trabalho visando o basquetebol, ao qual empenhou suas qualidades de assessor especial? Por onde ficou?

“ (...) Adotaremos um planejamento estratégico, empreendedor e inovador, o qual permita efetuarmos avaliações constantes, através de indicadores de resultados sobre metas definidas”. E porque tal planejamento não foi sequer esboçado nos últimos anos em que exerceu cargo estratégico na CBB? Estaria guardado para depois de maio de 2009, após o aprendizado na arte de negociar?

“ Como sempre históricos definem futuros (...). Hoje, os Presidentes das Federações, estão muito empenhados em eleger aquele que apresentar as melhores propostas para o nosso basquete, independente do estado que ele esteja, ou seja, deixa de existir o voto para a pessoa e passa a existir o voto da melhor proposta, independente da pessoa (...) “. Propostas para quem? Para o basquete, ou para os Presidentes? Se para o basquete, o que esperam todos aqueles que realmente desejam ajudar o grande jogo a se soerguer, constituindo uma chapa de autênticos basqueteiros? Desculpem, viajei...

E as respostas ao inteligente questionário proposto pelo Carlos Fernando vão preenchendo uma realidade atroz e decididamente trágica para o nosso infeliz basquetebol, culminando nas conclusões da entrevista – “No momento democrático que vivenciamos, não cabe mais votar somente em pessoas. Avaliem as propostas apresentadas pelos candidatos. Votem naquela que possa unir todas as federações, motivando-as em torno de um objetivo comum: um basquete brasileiro melhor, desenvolvido, profissional e rentável para todos”. Para quem se manifesta líder de um grupo, compromissado com interesses pessoais, que contrastam com seu discurso democrático, nada mais a analisar, a não ser a frase final e reveladora:(...) “um basquete brasileiro melhor, desenvolvido, profissional e rentável para todos”. Ou para alguns?

Amém.

Maiores detalhes sobre o candidato, acesse: http://maisbasquete.blogspot.com/