FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com


Prof.Paulo Murilo 

15 dezembro 2008

O ÁS DE MANGA...

Prometi não voltar tão cedo ao assunto, mas o lançamento oficial da LNB obriga-me a relevar um pouco a promessa, adiando-a também um pouco, já que é um mote difícil de resistir.

Assisti pouca coisa pela TV, pelo horário impróprio para mim, mas os blogs e sites ligados ao desporto salvaram e esclareceram minha curiosidade natural. Entrevistas com o presidente da Liga, técnicos presentes, e jogadores emblemáticos, além das discussões e análises de comentaristas, descortinou um horizonte repleto de dúvidas e algumas indagações em direção às verdades que se ocultam por trás deste movimento “que soerguerá o basquete em nosso país, trazendo-o de volta como o segundo esporte na preferência do torcedor brasileiro”, que foram as palavras que finalizaram a entrevista do Sr.Kouros Monadjemi, presidente eleito pelos clubes para comandar a LNB.

Um pouco antes de proferir tais palavras, o Sr.Kouros teceu os mais rasgados elogios ao ex-jogador Oscar, seu ídolo confesso, que ao seu lado não escondia sua satisfação ao mencionar que era este o seu sonho ao fundar três anos atrás a NLB, que foi dinamitada pelo grego melhor que um presente e pelos dois candidatos que postulam seu cargo na eleição de maio vindouro.

Mas como em nosso país, cuja falta e abstinência de memória é notória, principalmente quando cargos e interesses políticos estão em jogo, ali naquele recinto iluminado e festivo, transitavam situacionistas e opositores, irmanados pela perspectiva de uma perfeita e equânime divisão das chaves do cofre, agora engordado pela respeitável fatia de um patrocínio global.

E como estava feliz e sorridente, chegando quase às lágrimas emocionadas o nosso grego melhor que um presente, num discurso emotivo e descaradamente...continuísta, pois este foi o ás de manga que lançou na mesa de um jogo onde iniciantes, ingênuos e idealistas, simplesmente não têm vez. Propugnou a continuidade do Moncho para...2012! E as clinicas de preparação de técnicos e jogadores, exatamente como havia planejado desde sempre, com o assistente do Moncho ali ao seu lado consubstanciando o inefável projeto, como favas mais do que garantidas.

Somente uma certeza de continuidade justificaria os encômios bajuladores de um presidente para outro, como num trato de cavalheiros, no qual o cargo de um jamais obliteraria os projetos do outro, na medida das contrapartidas, único e palpável argumento para que o helênico presidente abrisse o flanco às chaves do cofre, e num momento que se vê atraiçoado (será mesmo?...) pelos dois outros presidentes federativos candidatíssimos ao seu honorável, longevo e lastimável périplo presidencial.

Ou será que exista alguém que duvide dos “arranjos de bastidores” nessa abjeta e coloidal política desportiva brasileira? Será meus deuses, que exista quem acredite em lisura, ética e progresso no meio dessa pandega em que se transformou o esporte pátrio?

Bem, a boa política ensina que sapos devem ser engolidos e digeridos, mesmo sendo um cururu, na medida em que brechas evolutivas possam ser abertas, num posicionamento que a maioria apelida de “dores da democracia”. Mas nem sempre essas pequenas brechas evoluem para um rombo cívico, um rasgo irresistível que dê passagem, não a pequenas lufadas, mas sim a um furacão com ventos purificadores, mesmo sendo violentos, aqueles capazes de realmente mudarem uma situação falimentar.

E bem agora, próximo a marca de uma aposta decisiva, o grego melhor que um presente põe seu jogo na mesa, passando a mão, mas preparando o flush que definirá seu futuro em maio de 2009, pois a perda de um Campeonato Nacional, se diluirá no projeto, que anunciou alegre e feliz, de cuidar das seleções, e da formação das futuras gerações, exatamente os pontos em que mais falhou, em que mais se comprometeu, e aos quais dará a trágica continuidade que nos mergulhou no fundo do poço nacional e internacional. E fazendo coro com a LNB, sequer uma palavra sobre o basquete feminino, hoje praticamente abandonado por todos aqueles que o deveriam apoiar e desenvolver.

E para quem ainda não se convenceu de certos e não muito ocultos poderes neste país, ai está a prova mais cabal do quanto um império televisivo é responsável por mudanças milagrosas de ferrenhos pontos de vista, mas não tão ferrenhos na medida em que fechaduras e cadeados possam ser mudados a seu bel prazer.

O grego melhor que um presente trocou sua permanência por uma LNB, tendo negado seu apoio à NLB três anos atrás, aplicando uma pequena e sutil malandragem, pois o fez no ano da eleição ao cargo que julga ser seu ad perpetuam, a CBB, onde seus acólitos e atuais concorrentes se criaram e prosperaram. São raposas de alta linhagem e que merecem o nosso mais absoluto e perenemente inconformado respeito.

Teremos uma Liga novinha e cheia de novidades e promessas de novos tempos, mas também teremos uma CBB rançosa, viciada e anacrônica destilando sua incompetência técnica, porém poderosa na barganha e no escambo. Vamos ver para que lado penderá o braço desta inacreditável balança.

Que todos os deuses nos ajudem.

Amém.

2 Comments:

At 3:51 PM, Anonymous Anônimo said...

Tony, Carlinhos e Grego, tudo farinha do mesmo saco, vamos ver o que vai acontecer no dia 31/12, vamos ver se a Globo vai entrar de cabeça na candidatura do Grego se acontecer isto será reeleito, O tal de carlinhos nunes sempre foi o capacho do grego que fazia o serviço sujo e depois limpava para não deixar rastro agora virou inimigo do grego todos safados de carteirinha.O pior de tudo que somente tem esses caras na eleição triste basquete brasileiro, temos com vc apelar para os deuses.

Franklin Souza

 
At 7:12 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Pelo visto acho que teremos uma quarta opção,com o ex-jogador Marcos Abdala Leite,o Marquinhos,prezado Franklin.Quem sabe abre-se uma brecha neste triste panorama?Quem sabe... Um abraço,Paulo Murilo.

 

Postar um comentário

<< Home