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Prof.Paulo Murilo 

21 outubro 2008

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA...

Houve um dia no ano de 1963, que em pleno maracanãzinho repleto de entusiasmados torcedores, conquistávamos o bi-campeonato mundial de basquetebol, numa final empolgante contra a equipe norte-americana. E na época, 25 mil eram os lugares nas arquibancadas e cadeiras daquele mítico ginásio, em vez dos atuais 15 mil lugares limitados pelo conforto dos assentos numerados.

Foi uma conquista memorável, mas que com o passar dos anos e das péssimas administrações encasteladas na CBB caíram no esquecimento. Mas nada poderá apagar a grande conquista, aquela que marcou o destino do grande ginásio que foi construído para o segundo campeonato mundial dez anos antes, em 1953.

Recentemente, o ginásio foi remodelado para os Jogos Pan-Americanos, para servir de palco ao voleibol e ao futsal no recém findo Mundial da modalidade, com a equipe brasileira se tornando campeã. Dois títulos mundiais afastados por 45 anos de existência, mas diferenciados na forma como serão lembrados.

O grande jogador Falcão inaugurará a calçada da fama perpetuando com seus pés o título conquistado de melhor jogador da competição, merecidamente aliás, mas que deveria ser antecedido pelas mãos de alguns dos grandes campeões mundiais de 1963, que tanto honraram as cores nacionais.

Trata-se de um ato de justiça e reconhecimento , que se não viabilizado, minimizará a conquista do futsal e de seu grande jogador, já que estabelecido à margem de uma amarga e indesculpável lacuna.

Que se faça justiça.

Amém.

12 outubro 2008

O VISIONÁRIO HELENO...

Hoje, num encarte de primeira página no O Globo, festejam-se os 200 anos do Banco do Brasil, onde o patrocínio aos esportes ocupa um invejável espaço no pôster que reproduz a primeira página daquele órgão de imprensa. Paralelamente a esta pomposa e muito cara divulgação na mídia, o jornal Ação, editado pela Associação dos Funcionários do BB, publica uma matéria com o ex-técnico de basquetebol Heleno Fonseca Lima, cujos trechos iniciais reproduzo aqui no blog. A matéria é assinada pela jornalista Tatiane Lopes.

-É com voz baixa e jeito simples que o aposentado do Banco do Brasil, Heleno Fonseca Lima, relembra momentos significativos em sua carreira e na trajetória da Instituição. O principal deles não faz parte da memória do Banco nem é de conhecimento de grande parte dos funcionários: a criação e a formatação da primeira campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil, entre os anos de 1985 e 1987. “Foi o então presidente do Banco, Camillo Calazans, que autorizou a elaboração de um modelo de campanha baseada na modernização da imagem e na promoção da marca e do nome do Banco, por meio do marketing esportivo”, conta o aposentado de 67 anos.

No ano de 1985, Heleno ocupava cargo de assessor da Presidência e foi investido na função de “coordenador das atividades necessárias à divulgação da imagem do Banco”. Sob sua responsabilidade, o BB iniciou patrocínio à equipe esportiva nacional.

A modalidade basquetebol foi a escolhida, pois na época esse esporte tinha preferência da juventude e contava com participação de grandes ídolos, como Oscar, Marcel, Paula e Hortência.

“O presidente me encarregou de formatar essa ação estratégica baseada no marketing esportivo. Entrei em contato com a Confederação Brasileira de Basquetebol e idealizamos uma maneira de o Banco ter retorno. Colocamos o nome e a marca do Banco nos uniformes da Seleção Nacional de Basquetebol. Hoje o marketing esportivo evoluiu bastante, naquela época foi uma criação de marketing original e inédita no Brasil e no mundo”, conta.

Os anos seguintes foram de muito trabalho e reconhecimento por todo país. Nesse período, durante o Campeonato Mundial de Basquetebol, em 1986, na Espanha, também foi criada a primeira Torcida Verde e Amarela. “O sucesso foi absoluto e o nome e a marca do Banco apareceram nos uniformes dos atletas e em camisetas e bandeiras nas arquibancadas. O acerto dessa ação foi a base para a continuidade nos anos seguintes”, destaca o aposentado.

A campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil tornou-se poderosa ferramenta de divulgação do nome Banco do Brasil, inclusive internacionalmente, ação estratégica que o Banco jamais abandonaria. Mas muito do que Heleno ajudou a construir ficou esquecido.

Segundo dados do BB, a partir de 1991 a Instituição começou a patrocinar o esporte brasileiro, na modalidade voleibol, época, também, em que foi criado o Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia. O site da Instituição, que dedica uma página para contar sua história de participação no esporte, não menciona que o pontapé para o marketing esportivo do Banco foi dado com o basquetebol.

É essa história triste que o aposentado do Banco do Brasil tenta reverter. Formado em Educação Física e em Marketing, Heleno, que se aposentou em 1994, voltou a trabalhar em 2007 na área de consultoria de Marketing Esportivo. “Durante reunião de trabalho, ao contar sobre a campanha desenvolvida para o Banco, no triênio 1985-1987, senti que as pessoas não acreditaram. Elas nunca viram isso escrito em lugar nenhum. Voltei para casa, fiquei chateado, pois havia me dedicado a criar e formatar um trabalho e estava desacreditado”, desabafa o aposentado.

A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que nos relatórios anuais, publicados nos anos de 1986, 1987 e 1988, o Banco fez referência aos patrocínios esportivos para as seleções de basquete masculino e feminino. No entanto, o ano de 1991 marcou a institucionalização da área esportiva no BB e a formalização do patrocínio com a criação de orçamento específico e funcionários destinados para essa área.

Para Heleno, o tempo que passou não exime o Banco do Brasil de considerar a autoria da campanha como dele. “Questiono que se estabeleça a verdade no que concerne à criação e à formatação da campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil para o conhecimento dos funcionários e de toda a população brasileira. Não se pode aceitar que uma Instituição bicentenária não registre em sua história a real origem desta campanha vitoriosa, com vários prêmios alcançados, que passou a fazer parte da própria história do esporte brasileiro”, explica.

E lamenta: “independentemente de ver a minha história apagada, de suportar ofensa a minha imagem de autor, considero a maior vítima o próprio Banco do Brasil, por ter parte de sua vida suprimida de qualquer menção histórica. Não quero de modo nenhum estabelecer polêmica com o Banco. Como funcionário aposentado, sinto-me no dever de ajudar a resgatar esses fatos da história do Banco, os quais tive a honra de evidenciar e deles participar. Tenho filhos e netos e quero poder contar uma história diferente para eles”, conclui.

Como vemos, coube ao basquetebol, pelas idéias do Heleno, a primazia do marketing esportivo no país, legando às demais modalidades o caminho que fez de algumas delas lideres nas competições internacionais desde então.

E o basquetebol, como pode perder tão poderoso e pródigo patrocínio, mesmo sendo a segunda opção esportiva do povo brasileiro? E logo para a modalidade que hoje ocupa com seus dirigentes o comando do desporto tupiniquim? Será que o volibol ostentaria seu atual poderio mundial sem as verbas públicas advindas do maior banco federal do país? O que ocorreu para que o basquete perdesse o patrocínio? Que forças poderosas atuaram nesse processo de inversão de modalidades?

São boas perguntas que deveriam ser respondidas pelos que dirigiram e dirigem a CBB, que a continuar em seu catastrófico modelo diretivo corre o sério risco de perder o atual patrocínio, também federal, mas sem o suporte e o apelo da entidade que completa hoje seus 200 anos de fundação. Parabéns para o BB e pêsames para uma pré-falimentar CBB, com o grego melhor que um presente se perpetuando em seu poder. E parabéns ao Heleno, com quem tive a honra e o orgulho de trabalhar no Olaria AC, pelo seu tirocínio e visão de futuro, mesmo que o presente não reconheça seu pioneirismo.

Amém.

04 outubro 2008

PENSANDO UMA VERDADEIRA ESCOLA...

Se porventura vier a existir neste pais uma Escola de Treinadores, ela somente se constituirá numa verdadeira escola se puder contar em sua organização, elaboração curricular, constituição de corpo docente, conselho administrativo e auditor, efetivos palestrantes, colaboradores e especialistas nas diversas áreas que envolvem a manutenção e controle de uma academia desportiva, personalidades que realmente se constituiram ao longo dos anos, como os verdadeiros baluartes do grande jogo entre nós, tais como: Togo Renan Soares, o inesquecível Kanela,que bem poderia dar nome à nova escola; Renato Brito Cunha, Wlamir Marques, Amauri Pasos, Ary Ventura Vidal, Edson Bispo, José Medalha, Guilherme Borges, Edwar Simões, Maria Helena Cardoso, Lais, Heleninha, Angelo da Luz, Raimundo Nonato, Vendramini, Helio Rubens, Geraldo da Conceição, Pedro Rodrigues, Valdir Pagan, Marcel, Emanuel Bonfim, Waldyr Bocardo, Walter Carvalho, e outros mais, que me perdoem, não relacionei, mas merecedores de constar em tão emérita companhia.

Como já afirmei anteriormente, uma Escola de Treinadores é coisa muito séria para ser entregue a um grupo que se encastelou politicamente na CBB, e passou a ditar regras e principios técnico-táticos que só tem nos empobrecido nos últimos 20 anos, e que de forma alguma jamais liderou qualquer tentativa de constituição de um movimento associativo entre os técnicos, que se existente e atuante, naturalmente evoluiria no sentido da criação de uma verdadeira e coerente escola, onde a experiência, o estudo, a pesquisa e o trabalho meritório a embasaria e consubstanciaria no sentido do progresso e da qualificação do nosso basquetebol.

Tudo mais que for tentado ao largo dessa realidade se constituirá em fraude e empulhação, pois as bases de uma escola sempre serão fundamentadas nas experiências passadas, somadas às conquistas do presente e às projeções para o futuro, numa corrente de conhecimentos legados através dos muitos anos de lutas, por todos aqueles que ensinaram gerações a jogar e difundir o basquete no país.

Amém.