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Prof.Paulo Murilo 

09 setembro 2008

AS GERAÇÕES...

Hoje,depois de lutar contra uma infestação proposital de 61 virus obcenos e coisitas mais, retomo a lide deste humilde blog, ainda um pouco chamuscado, e tendo de adiar por mais alguns dias a publicação de artigos com vídeo, já que perdi quase todo o material digitalizado e montado. Mas não faz mal, sempre tive como professor e técnico a chama do recomeço ardendo dentro de mim, numa recriação constante e teimosa na busca de novos e excitantes desafios.

E para não perder o embalo, lendo uma reportagem no O Globo de domingo sobre a seleção sub-15 masculina que treina para o Sul-Americano da categoria, me deparo com uma jóia do nosso cancioneiro basquetebolistico, nas afirmações de um dos jovens pivôs selecionados, que assim se manifestou – “Depois de ter tido a chance de treinar com a seleção, resolvi me esforçar mais e comecei a fazer musculação para perder peso. Cheguei aqui com 126kg, e hoje estou com 124,3kg, grande parte em massa muscular”. Mais adiante, sobre a possibilidade de jogar na Europa – “Queria jogar lá, onde o basquete é mais forte e tem mais investimento. Aqui não somos muito valorizados “- e concluindo –“ Nesse Sul-Americano, acho que a Argentina e Venezuela são as favoritas”.

Realmente preocupante, pois suas afirmações são todas voltadas ao discurso de uma carreira profissional em uma idade em que deveria estar sendo orientado na aprendizagem do jogo, e não em moldar a parte física com uma atividade antagônica ao seu ainda insipiente, já que em peno desenvolvimento, controle motor, além de sua prioridade estar sendo centrada no aspecto profissional, bem antes de se qualificar como um bom e seguro praticante dos fundamentos, que em momento algum foram mencionados pelo aspirante a craque.E sua predição final chega a ser tocante, pois desde já se considera inferior ao basquete praticado por argentinos e venezuelanos. E tudo isto na flor de seus 15 anos.E ainda mais, pertencendo à novíssima geração que teremos a nos representar nos próximos anos.

Mas a explicação mais contundente veio através as declarações do supervisor das seleções de base da CBB, quando afirma que o Brasil tem produzido talentos no basquete, mas falta uma continuidade no trabalho feito na base e uma maior sintonia com os clubes. Ou seja, selecionam-se jovens pelo país afora, num treinamento de diversas fases, sendo que a primeira delas incute os sistemas táticos que irão ser empregados pela equipe ( Em todas as equipes de base, que fique bem claro), como forma de seleção daqueles mais encaixados no mesmo, numa inversão total de valores, já que o sistema antecede o preparo fundamental, na desculpa absurda que expõe a seguir – “Os resultados mostram que o coletivo é cada vez mais importante. O time espanhol campeão mundial foi formado ainda no juvenil. Temos um planejamento até 2012 para que essas gerações não se percam e o calendário da FIBA ajuda com competições para todas as equipes de base”.

Como vemos, ousa essa turma influenciar de cima para baixo um principio que privilegia o sistema de jogo implantado coercitivamente aos técnicos do país, por sobre uma vasta e coerente via no correto e decisivo ensino dos fundamentos, que são a base de tudo, inclusive do basquetebol espanhol, mas que aqui entre nós cede lugar aos interesses continuistas de um grupo que tudo fará para manter seus ganhos de coreógrafos disfarçados de técnicos.

E as candentes declarações do jovem aspirante a craque conotam nossa triste e constrangedora realidade, aquela que o faz priorizar a massificação do físico em desenvolvimento púbere, em vez do aprendizado dos fundamentos. De se preocupar seriamente num possível futuro profissional no exterior, antes de se firmar técnica, tática e emocionalmente em seu próprio país. E de se situar dois degraus abaixo de futuros adversários, numa prova cabal de seu total abandono no desenvolvimento de capacitações que o tornem seguro de suas reais possibilidades de sucesso individual e conseqüentemente coletivo.

Pois é isso mesmo meu caro supervisor, até mesmo os espanhóis, os argentinos, os lituanos, e especialmente os americanos, já descobriram de muito, desde os princípios do século passado, e entre os quais um dia nos situamos também, que toda e qualquer equipe somente é possível ser formada para o sucesso, se todos os seus jogadores forem antes orientados por verdadeiros professores e técnicos na arte de jogar basquetebol, de aprenderem a jogar através o pleno conhecimento de seus fundamentos, e não serem pasteurizados por coreografias absurdas advindas de pranchetas doentias e escusas. As declarações do jovem pivô deveriam envergonhá-lo, pois são resultantes da forma em que é orientado por sua supervisão e pelo grupo que assaltou essa infeliz e revoltante confederação.

E se o projeto vai até 2012, que os deuses, já na faixa limítrofe de suas paciências, protejam essas gerações que desde já têm seus destinos selados, sob o jugo de algo indescritível e profundamente lamentável, a irresponsabilidade, aquela que jamais é discutida, e sim, coercitiva e criminosamente imposta.

Amém.

11 Comments:

At 12:32 PM, Anonymous Anônimo said...

Olá Professor, tudo bom com o senhor?

Em vista, mais uma geração que deverá ser perdida, nehuma novidade.

O senhor leu algo sobre o pedido de demissão da comissão técnica da mencionada Seleção Sub-15, por imposição de nomes de convocados ?

Um abraço !

 
At 9:55 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Henrique,sim,mais uma geração a ser "domesticada e manietada" por essa corriola travestida de técnicos de basquete.Triste destino. Em artigo anterior a este,respondo nos comentários perguntas sobre o tema que você sugere.Dê uma olhada.Um abraço, Paulo Murilo.

 
At 11:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Prezado Prof.Paulo Murilo,
Estas declarações desse jovem, demonstra que até os jogadores das categorias de base não acreditam nos dirigentes que ai estão.Tentam galgar a seleção para conseguir através de campeonatos no exterior o passaporte para jogar na Europa, ai fica dificil querer formar uma equipe e se classificar para as olimpiadas.O pior disto tudo que esses jovens estão certos e procuram através do esporte a sua ascensão social e financeira,sabem que se ficarem aqui, vão acabar como tantos outros atletas de seleção brasileira,para se manterem em vida precisam de ajuda de amigos, triste basquete brasileiro.Fica a pergunta como mudar isto ? somente vejo um caminho, mudança radical e estrutural no basquete brasileiro, para que ele passe até ser acreditado pelos mais jovens pq os mais experientes não acreditam mais no que esta ai sobre a liderança falida e caótica de um grego.
Gustavo da Silva

 
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At 12:44 AM, Anonymous Anônimo said...

Vejam esta declaração do Anderson no blog do Sormani, ele esta coberto de razão, primeiro o futuro financeiro dele em vez de correr os riscos de defender uma seleção, dirigida por uma administração caotica e sem respeito aqueles que se dedicam a ela, vejam a situação do Adilson, o que a CBB esta fazendo para ajudar, pelo que vemos são os amigos tentando ajuda-lo, certamente este e outros são grandes exemplos para o Varejão decidir pelo pedido de dispensa, é isso ai Varejão, farinha pouca meu pirão primeiro, diz um ditado muito bem apropriado para o seu caso.Declarou ele o seguinte: “Eu poderia ter jogado machucado (o Pré-Olímpico), mas tive que pensar na minha carreira. A seleção é muito importante, mas tenho que pensar no meu 'ganha-pão'. Se eu jogasse lesionado, poderia ter uma vida mais curta no basquete".
Gustavo da Silva

 
At 5:29 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Gustavo,estas são as realidades absurdas do nosso basquete,e que infelizmente custarão muito a serem superadas.Mas,quem sabe,um dia...
Um abraço, Paulo Murilo.

 
At 7:02 PM, Anonymous Anônimo said...

Prof.Paulo Murilo,

Talvez quando vermos ao vivo e a cores o sargento garcia prender o zorro.

Gustavo da Silva

 
At 6:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Prezado Professor,

Primeiramente, agradeco o seu esforco e dedicacao prestados ao esporte que amamos ao longo de sua vida. A verdade e que nao existe uniao entre os profissionais deste esporte e as poucas pessoas capazes que poderiam mudar o rumo do jogo nao tem acesso ao PODER. Infelizmente, para muitos a sobrevivencia e o interesse pessoal prevalecem sobre qualquer objetivo ideologico. Um abracao.

 
At 10:17 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Walter,você tem toda razão.Mas,quem sabe,algo de bom e positivo possa vir a ocorrer.Temos de manter as esperanças em dias melhores,pois é o que nos resta. Um abraço,Paulo.

 
At 11:08 PM, Anonymous Anônimo said...

Concordo com sua analise... Estao acabando com o basquete. Sou jogador e tenho vinte quatro anos, estou me segurando do jeito que posso diante da crise para quem sabe daqui a dois anos começar a ganhar dinheiro aqui no Brasil. Já que não vamos mais formar atletas e os futuros jogadores brasileiros nao serão formados aqui, portanto, não jogaram aqui e sim nas gringas. E , ainda mais, há muitos jogadores parando de jogar e outros se armando para parar. Então quer dizer: falta de mão de obra no mercado... Ahhh não!!!!! Eles podem aumentar o número e estrangeiros por time. Não tinha pensado nessa possibilidade! Não vai faltar estrangeiro torpe..... Vai vir até vietinamita.... Estou enganado! Esqueçam o basquete atletas do Brasil!

 
At 11:39 PM, Blogger Basquete Brasil said...

E complementando você Pilar,que o último apague a luz da razão e do bom senso.Um abraço,Paulo Murilo.

 

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