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Prof.Paulo Murilo 

12 outubro 2008

O VISIONÁRIO HELENO...

Hoje, num encarte de primeira página no O Globo, festejam-se os 200 anos do Banco do Brasil, onde o patrocínio aos esportes ocupa um invejável espaço no pôster que reproduz a primeira página daquele órgão de imprensa. Paralelamente a esta pomposa e muito cara divulgação na mídia, o jornal Ação, editado pela Associação dos Funcionários do BB, publica uma matéria com o ex-técnico de basquetebol Heleno Fonseca Lima, cujos trechos iniciais reproduzo aqui no blog. A matéria é assinada pela jornalista Tatiane Lopes.

-É com voz baixa e jeito simples que o aposentado do Banco do Brasil, Heleno Fonseca Lima, relembra momentos significativos em sua carreira e na trajetória da Instituição. O principal deles não faz parte da memória do Banco nem é de conhecimento de grande parte dos funcionários: a criação e a formatação da primeira campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil, entre os anos de 1985 e 1987. “Foi o então presidente do Banco, Camillo Calazans, que autorizou a elaboração de um modelo de campanha baseada na modernização da imagem e na promoção da marca e do nome do Banco, por meio do marketing esportivo”, conta o aposentado de 67 anos.

No ano de 1985, Heleno ocupava cargo de assessor da Presidência e foi investido na função de “coordenador das atividades necessárias à divulgação da imagem do Banco”. Sob sua responsabilidade, o BB iniciou patrocínio à equipe esportiva nacional.

A modalidade basquetebol foi a escolhida, pois na época esse esporte tinha preferência da juventude e contava com participação de grandes ídolos, como Oscar, Marcel, Paula e Hortência.

“O presidente me encarregou de formatar essa ação estratégica baseada no marketing esportivo. Entrei em contato com a Confederação Brasileira de Basquetebol e idealizamos uma maneira de o Banco ter retorno. Colocamos o nome e a marca do Banco nos uniformes da Seleção Nacional de Basquetebol. Hoje o marketing esportivo evoluiu bastante, naquela época foi uma criação de marketing original e inédita no Brasil e no mundo”, conta.

Os anos seguintes foram de muito trabalho e reconhecimento por todo país. Nesse período, durante o Campeonato Mundial de Basquetebol, em 1986, na Espanha, também foi criada a primeira Torcida Verde e Amarela. “O sucesso foi absoluto e o nome e a marca do Banco apareceram nos uniformes dos atletas e em camisetas e bandeiras nas arquibancadas. O acerto dessa ação foi a base para a continuidade nos anos seguintes”, destaca o aposentado.

A campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil tornou-se poderosa ferramenta de divulgação do nome Banco do Brasil, inclusive internacionalmente, ação estratégica que o Banco jamais abandonaria. Mas muito do que Heleno ajudou a construir ficou esquecido.

Segundo dados do BB, a partir de 1991 a Instituição começou a patrocinar o esporte brasileiro, na modalidade voleibol, época, também, em que foi criado o Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia. O site da Instituição, que dedica uma página para contar sua história de participação no esporte, não menciona que o pontapé para o marketing esportivo do Banco foi dado com o basquetebol.

É essa história triste que o aposentado do Banco do Brasil tenta reverter. Formado em Educação Física e em Marketing, Heleno, que se aposentou em 1994, voltou a trabalhar em 2007 na área de consultoria de Marketing Esportivo. “Durante reunião de trabalho, ao contar sobre a campanha desenvolvida para o Banco, no triênio 1985-1987, senti que as pessoas não acreditaram. Elas nunca viram isso escrito em lugar nenhum. Voltei para casa, fiquei chateado, pois havia me dedicado a criar e formatar um trabalho e estava desacreditado”, desabafa o aposentado.

A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que nos relatórios anuais, publicados nos anos de 1986, 1987 e 1988, o Banco fez referência aos patrocínios esportivos para as seleções de basquete masculino e feminino. No entanto, o ano de 1991 marcou a institucionalização da área esportiva no BB e a formalização do patrocínio com a criação de orçamento específico e funcionários destinados para essa área.

Para Heleno, o tempo que passou não exime o Banco do Brasil de considerar a autoria da campanha como dele. “Questiono que se estabeleça a verdade no que concerne à criação e à formatação da campanha de marketing esportivo do Banco do Brasil para o conhecimento dos funcionários e de toda a população brasileira. Não se pode aceitar que uma Instituição bicentenária não registre em sua história a real origem desta campanha vitoriosa, com vários prêmios alcançados, que passou a fazer parte da própria história do esporte brasileiro”, explica.

E lamenta: “independentemente de ver a minha história apagada, de suportar ofensa a minha imagem de autor, considero a maior vítima o próprio Banco do Brasil, por ter parte de sua vida suprimida de qualquer menção histórica. Não quero de modo nenhum estabelecer polêmica com o Banco. Como funcionário aposentado, sinto-me no dever de ajudar a resgatar esses fatos da história do Banco, os quais tive a honra de evidenciar e deles participar. Tenho filhos e netos e quero poder contar uma história diferente para eles”, conclui.

Como vemos, coube ao basquetebol, pelas idéias do Heleno, a primazia do marketing esportivo no país, legando às demais modalidades o caminho que fez de algumas delas lideres nas competições internacionais desde então.

E o basquetebol, como pode perder tão poderoso e pródigo patrocínio, mesmo sendo a segunda opção esportiva do povo brasileiro? E logo para a modalidade que hoje ocupa com seus dirigentes o comando do desporto tupiniquim? Será que o volibol ostentaria seu atual poderio mundial sem as verbas públicas advindas do maior banco federal do país? O que ocorreu para que o basquete perdesse o patrocínio? Que forças poderosas atuaram nesse processo de inversão de modalidades?

São boas perguntas que deveriam ser respondidas pelos que dirigiram e dirigem a CBB, que a continuar em seu catastrófico modelo diretivo corre o sério risco de perder o atual patrocínio, também federal, mas sem o suporte e o apelo da entidade que completa hoje seus 200 anos de fundação. Parabéns para o BB e pêsames para uma pré-falimentar CBB, com o grego melhor que um presente se perpetuando em seu poder. E parabéns ao Heleno, com quem tive a honra e o orgulho de trabalhar no Olaria AC, pelo seu tirocínio e visão de futuro, mesmo que o presente não reconheça seu pioneirismo.

Amém.

11 Comments:

At 5:09 PM, Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 5:19 PM, Anonymous Anônimo said...

Pré-falimentar professor , pré-falimentar ?

Não seja parcimonioso !


Rodrigo Bacher

 
At 5:25 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Eles ainda não perderam o atual patrocínio caro Rodrigo, pois se o fizerem o "Pré" deixará de existir.
Um abraço, Paulo Murilo.

 
At 6:28 PM, Anonymous Anônimo said...

Aí é que está o X da questão professor ;

Com tantos fracassos:

- Três Olimpíadas consecutivas sem classificação ;

- A pior campanha da seleção na história dos Mundiais no último Campeonato Mundial ;

- Fiasco nos três últimos Pré-Olímpicos das Américas e

- Fiasco no Pré-Olímpico Mundial desse ano ;

Poderia me explicar como o atual patrocinador continua investindo num produto que não apresenta resultados e por conseguinte não dá retorno ???

É como diz a célebre frase de Shakespeare:

“HÁ MAIS MISTÉRIOS ENTRE O CÉU E A TERRA DO QUE SUSPEITA NOSSA VÃ FILOSOFIA”


Um abraço ;

Rodrigo Bacher


Gostaria

 
At 10:32 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Prezado Rodrigo,e desde quando uma estatal que se mantêm estável pela obrigatoriedade de todos consumirem energia elétrica se preocupa com retorno de marketing?É o patrocinio mais conveniente para manter a CBB no estágio em que se encontra,ao contrario de um BB que necessita de permanente publicidade junto a um público que ambiciona para seus serviços e produtos.Mesmo assim tal patrocinio pode deixar de existir pelo simples fato de ter seus investimentos mal geridos e administrados.E aí sim o "Pré"deixará definitivamente de existir.Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 12:43 AM, Anonymous Anônimo said...

Prof.Paulo,

O texto por si só diz tudo, o BB procurava retorno através do marketing esportivo, para ter este retorno precisa de um bom produto para investir, por mais que sejamos passionais, sabemos que o basquete não é um grande produto, ainda mais depois da administração Grego, certissimo BB foi atrás de um produto que lhe trouxesse retorno e acertou em cheio com volei, em todas as olimpiadas trazendo medalha e o basquete ??? no masculino ficou fora e no feminino saiu rapidinho.
Fernando Luis

 
At 11:09 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Não esquecer caro Fernando,que na época o basquete ainda era um grande produto,o que entravava a ambição de muita gente que hoje destila poder.Coincidência,não?
Um abraço,Paulo Murilo.

 
At 11:10 PM, Anonymous Anônimo said...

Prof.Paulo Murilo,

Vc foi feliz quando disse que o basquete era um grande produto, hoje não é mais, a Eletrobras somente esta patrocinando e isto corre em todo o basquete graças ao Sr.Fernando Sarney, ou vc não sabia?
Alberto Sheiff

 
At 12:24 AM, Blogger Basquete Brasil said...

Somente sei que se este patrocinio fosse perdido caro Alberto,alguns bons empregos deixariam de existir,e que até certo ponto seria benéfico ao nosso basquete,já que nos livrariamos de uma patota maligna.E aí,talvez,quem sabe trilhariamos outros caminhos.É somente isso que sei...Um abraço, Paulo Murilo.

 
At 5:59 PM, Anonymous Anônimo said...

Meu caro Paulo. Obrigado pelas referencias elogiosas. Não importa o reconhecimento atual, importa sim ter participado junto a grandes desportistas do sonho olariense de Basquete, como voçe, Raimundo Nonato, Edmundo Santos, Dag, Kreston, Tavinho, Luis Manzolillo e tantos outros, de algo tão serio como foi aquele trabalho. O hoje escritor Wagner Lima, meu irmão, mirim daquela época, não cansa de escrever sobre isto. Foi um pequeno momento de seriedade e competencia que pudemos participar juntos. Sobre o resto as vezes, paro e penso. Será que com o meu pequeno talento de autor intelectual não contribui para criar um monstro que propicia o aparecimento de oportunistas que desviam recursos públicos das estatais que poderiam estar sendo devidamente aplicados no desenvolvimento do esporte para nossa juventude. Fica em mim uma grande angustia. Um abraço do amigo Heleno

 
At 11:51 PM, Blogger Basquete Brasil said...

Heleno,Que lástima o desconhecimento de muitas e auto-importantes pessoas da existência de excelentes professores e técnicos de basquetebol em nosso país.E não só no aspecto técnico,como também no campo administrativo e de planejamento, que ainda estão muitos e muitos furos acima da geração de pseudos-conhecedores do grande jogo que pululam no atual panorama brasileiro.Meus deuses Heleno,como são ruins,prepotentes e arrogantes,lançando o basquete cada vez mais para o fundo de um poço sem fim, e como provamos o quanto éramos bons e lúcidos,certamente bons demais para compactuarmos com a mixórdia que aí está.Um abração Heleno, muita paz e saúde. Paulo.

 

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