FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com


Prof.Paulo Murilo 

27 setembro 2008

O INSANO PERIGO...

Nesta sexta-feira a CBB divulgou uma nota sobre a reunião técnica que realizou para o projeto do novo ciclo olímpico para 2012. O último parágrafo, no entanto, desperta grandes preocupações a médio prazo,senão vejamos:

“Além da programação, a reunião da comissão técnica com a direção da CBB também iniciou o projeto da criação da Escola Nacional de Treinadores, uma das exigências feitas por Moncho durante a sua gestão no comando da seleção”.(Materia publicada no UOL-Basquete).

Em outras palavras, a atual comissão técnica da CBB elabora o projeto da Escola Nacional de Treinadores, a mesma comissão responsável pelos retumbantes fracassos de todas as nossas seleções, em todas as categorias, nos últimos 20 anos de competições internacionais, ao implantarem coercitivamente por todo o território nacional, através seus famigerados cursos de atualização e padronização técnica os métodos de preparação de equipes que zelosamente empregam nas seleções de base e na de adultos, e não satisfeita com sua performance lastimável, ousa planejar uma Escola Nacional de Treinadores à sua imagem e semelhança técnico-tática.

A tal desvario, não tenho duvidas em proclamar o verdadeiro assassinato do basquete brasileiro, pois seus integrantes não têm condições técnicas, pedagógicas e didáticas para planejarem um simples curso de atualização, quanto mais uma Escola de Treinadores, pois ocupam cargos políticos e de interesses eleitorais, e nunca demonstraram competência acadêmica que os qualifiquem como mestres na arte de preparar professores e técnicos de basquetebol. Quando muito se especializaram em orientar canhestramente monitores presos a cabrestos perversamente manipulados por eles, na tentativa, até agora exitosa, de manterem nossa formação de base presa a seus absurdos sistemas de jogo e de iniciação no grande jogo.

Uma Escola de Treinadores é assunto muito sério, e seria o ápice organizativo de uma Associação de Técnicos, autônoma e soberana, voltada para o progresso, o estudo e a pesquisa do basquetebol nacional, e onde estariam reunidos os mais ilustres e preparados técnicos e professores do país, meritoriamente reconhecidos e respeitados, com estudos, publicações e vasto conhecimento e longa experiência, tanto na formação, como na competição de alto nível. Estes mestres existem em nosso país, são conhecidos, são respeitados, são altamente qualificados e comprovadamente competentes, são professores e técnicos de verdade, a verdade das escolas, dos clubes, das faculdades, das universidades, e não dos corredores sombrios e mafiosos de uma entidade falida,que os escolhem pelo cacife político que possam ostentar.

Que os deuses nos protejam de uma escola dessa qualidade, onde o futuro de nossas gerações seria estratificado ao modelo atual, retrógado, ditatorial, cartorial e profundamente voltado aos interesses eleitoreiros e pessoais. Projeto bem elaborado, coerente, transparente, de alta qualidade e irretocável honestidade, em hipótese alguma poderá ser produzido por essa turma que se apoderou da verdade que consideram ser de sua exclusiva propriedade, e que nega a existência de alguma outra expressão de cultura desportiva, de real conhecimento de basquetebol, que não a sua, numa absurda e criminosa apropriação indébita de conhecimentos universais e democráticos.

E ao se perpetrar tão hediondo crime, que os professores e técnicos, hoje ausentes do debate e da união inter pares, se debrucem sobre os efeitos catastróficos que se avizinham, e reflitam sobre o altíssimo e irreversível erro originado e causado por suas posições omissas e pusilânimes, pois é exatamente o que ocorrerá.

Amém.

26 setembro 2008

A HERANÇA...

No O Globo desta quinta –feira(25/09/08), Uma matéria sobre os Jogos Pan-Americanos, menciona que a União gastou 1.589% acima do previsto para as obras, num superfaturamento inédito em dispêndio de verbas publicas no país.E que muitíssimo pouco, poderíamos dizer nada, beneficiou a população em suas necessidades básicas, principalmente em transportes e saneamento básico, linhas de metrô, despoluição de rios e lagoas, tratamento de esgotos e melhoria na infra-estrutura hospitalar e escolar, assim como os grandes estádios construídos em nada contribuem para o conforto da população, a quem cabe pagar a imensa e irresponsável divida herdada de um projeto que beneficiou somente uma pequena e abastada elite política.

Mas nem tudo foi perdido, pois o povo carioca pode se orgulhar de um monumento em mármore e seus 6 andares de majestosa presença na Avenida das Américas, onde se instalou o órgão responsável pela festança financiada por seus sacrificados impostos.

Para a gloria e o regozijo do povo carioca, ai está o seu Taj Mahal !

23 setembro 2008

TRÁGICA TEIMOSIA...

“Fizemos um excelente primeiro tempo, mas não conseguimos repetir o mesmo desempenho na etapa final. A derrota foi ruim só que não temos tempo para ficar lamentando. Além disso, o time mostrou que tem qualidade e condições de jogar de igual para igual contra Venezuela e Uruguai e brigar por uma vaga na Copa América. Exceto o Peru, as outras quatro seleções estão no mesmo nível.A Venezuela tem um grupo alto e habilidoso e conta com o apoio da torcida. Vamos com tudo para buscar a vitória”, disse o técnico César Guidetti.

Resultado final- Argentina 64 x Brasil 44. Só 20 pontos!

“Apesar das derrotas para Argentina e Venezuela, o grupo está muito confiante para vencer o Uruguai e garantir a vaga na Copa América. Para isso precisamos melhorar o aproveitamento no ataque e manter a regularidade na defesa. Contra a Venezuela fizemos um primeiro tempo regular e um bom terceiro período, quando terminamos cinco pontos atrás (51 a 46). Infelizmente, mais uma vez, pecamos nas finalizações no último quarto e deixamos a vitória escapar”, comentou o técnico César Guidetti.

Resultado final- Venezuela 68 x Brasil 52. Só 16 pontos!

Não foram publicadas novas declarações do técnico sobre a vitória contra o Uruguai, num apertadíssimo resultado de 65 a 62, conseguindo a classificação por escassos 3 pontos! ( Matérias publicadas no Databasket).

Como vemos, mais uma vez as derrotas são creditadas às falhas dos jogadores, principalmente nas finalizações ofensivas e postura defensiva, que são fundamentos básicos do jogo, cujo treinamento e preparo dos mesmos foi preterido na fase inicial(de um total de três) pela “assimilação dos sistemas de jogo que seriam empregues pela equipe no campeonato”, que são os mesmos padronizados para todas as seleções de base e adultas da CBB, impostos por uma comissão técnica, que via de regra descarrega nos jogadores os erros pelas derrotas, omitindo capciosamente as babaridades técnico-táticas implantadas nos últimos 20 anos, numa atitude unilateral, covarde e criminosa, daqueles que se acham donos da verdade absoluta sobre conceitos de jogo e estratégias no preparo das seleções nacionais. Não se vê um único comentário crítico sobre tais sistemas, como se os mesmos fossem imunes e intocáveis, senhores absolutos das verdades do grande jogo.

Pois aqui os contesto, veementemente, frontalmente, fundamentado pela extensa experiência no preparo de jogadores e de equipes, testemunhando e avalizando os grandes mestres com quem tive a honra de conviver, aprender, apreender, dialogar e duelar no dia a dia das quadras, buscando sempre o inusitado, o novo, o abrangente, o incerto, porém corajoso limite das possibilidades, e jamais copiando por preguiça ou incapacidade criativa sistema alienígenas, jamais traindo a ética, jamais negando ajuda aos que se iniciavam, jamais negando os princípios sagrados do magistério e da técnica, buscando-os onde estivessem, a qualquer preço, sob qualquer sacrifício, e nunca, em tempo e em hipótese alguma, vendendo a honra e a dignidade, mesmo às custas do esquecimento e da marginalização profissional, motivos estes, todos estes, que me impuseram em três momentos distintos da vida a criação e fundação participativa de associações de técnicos, as primeiras no país, dentre todas as modalidades, no intuito de unir professores e técnicos, independente de que escola técnica pertencessem, de que estados fossem originários, se amigos ou adversários e rivais, mas unidos no sonho alcançável de um basquete genuíno e destacado no cenário mundial, e não pasteurizado e previsível como o dos tempos atuais, advogado, empregado e defendido por esta casta de pseudo-técnicos de prancheta que via de regra, tem condenado nossos jovens às humilhantes e repetidas derrotas ante nossos vizinhos, outrora superados por nossa técnica diferenciada e vencedora.

O grande fracasso do nosso basquete não é devido somente à administração de um grego melhor que um presente e seus eleitores federativos, mas também, e em grande parte, a uma plêiade de técnicos comungados e irmanados pela mais devastadora forma de colonialismo cultural, aquele que os fazem escravos incontestes de uma outra cultura, hegemônica, castradora e avassaladora pelo poder econômico, que os fazem sonhar o sonho impossível de alcançar tal plenitude, fazendo-os esquecer, como num torpor coletivo, suas origens terceiro-mundistas, de pobreza crônica e de educação e cultura deficientes e profundamente limitadoras. Uma outra forma de pensar e jogar o grande jogo seria um bom e transformador começo, ou recomeço, pois num passado não tão distante assim conseguimos, apesar de todos os obstáculos acima mencionados, atingir a elite mundial, graças também e além de excepcionais jogadores e jogadoras, a técnicos compromissados com a criatividade, à técnicas audaciosas e ao domínio brilhante no ensino dos fundamentos, que foi, é, e sempre será a base de tudo concernente ao basquetebol. Pena que essa equivocada geração de técnicos negue e desconheça tão claras e transparentes verdades, para infelicidade de nossos jovens jogadores, sempre responsabilizados pelos erros cometidos por quem os deviam ensinar, orientar e liderar pela vida afora. É realmente penoso o testemunho dessa trágica teimosia.

Amém.

21 setembro 2008

O MAIS BASQUETE DO ALEX...

O Prof.Carlos Alex Soares publica um blog fundamental para todos aqueles que desejam compreender a atual situação do basquetebol em nosso país. O Mais Basquete (HTTP://maisbasquete.blogspot.com ) é um destes veículos corajosos que insistem na grande luta pelo soerguimento do grande jogo entre nós, numa ação paciente e esclarecedora dos porquês de estarmos em fase pré-falimentar.

Ontem publicou em seu blog um artigo formidável, conclamando os verdadeiros basqueteiros do seu amado Rio Grande do Sul para a grande e decisiva luta nas próximas eleições federativas em janeiro próximo. Sem a devida autorização protocolar para publicá-lo aqui neste humilde blog, que também, e desde muito tempo, se alinhou nesta luta, peço que o Prof.Alex releve esta falha, prometendo não repeti-la no futuro, mas que ao cometê-la creio estar prestando um bom serviço pela causa que ainda está longe de ser vencedora, mas que aos poucos, a exemplo do seu posicionamento lúcido e decisivo poderá vir a inspirar abnegados e competentes desportistas espalhados por todos os 27 estados da nação, que poderão reverter democraticamente a eleição para a CBB em maio do próximo ano.

Eis o seu excelente artigo:

Sábado, 20 de Setembro de 2008

Liberdade. Igualdade. Humanidade.

“Mas não basta pra ser livre

ser forte, aguerrido e bravo,

povo que não tem virtude

acaba por ser escravo.”

(Última estrofe do Hino Riogrande)

Esse é o lema do brasão do Rio Grande do Sul e também o lema da Revolução Francesa. Impossível não pensar no quanto de sangue gaúcho, de co-irmãos foi derramado para o RS conquistar o respeito do restante do Brasil e hoje ser um dos grandes estados do país.

Hoje comemoramos a Revolução Farroupilha e eu venho, como um lanceiro negro, à frente dos demais membros do basquete gaúcho pedir um minuto de reflexão, pedir segundos das lembranças que passam pelas mentes dos técnicos mais antigos em atividade no RS e de outros que hoje são professores universitários. Meu singelo pedido vem com a radicalidade freireana, vem gritar que precisamos ir à origem do processo de sucateamento do nosso basquete e darmos um grito de liberdade.

Venho convidá-los a sonhar com o basquete de minha infância (início dos anos 80) e convidá-los a trabalhar pela multiplicação do mesmo, buscando o fim desse descaminho que nos encontramos na atualidade e podermos voltar a ver o crescimento do basquete. Venho clamar por mudanças, que começam pela presidência da FGB atual que, em 14 anos, prestou um grande desserviço ao nosso esporte. Lembrem de como eram os estaduais, o Amaro Júnior em 1992... Reflitam sobre como é hoje... Eu me lembro, como árbitro eu corria o estado todos os finais de semana e o grupo de arbitragem era bem maior e qualificado do que o atual.

Mas assim como peço uma postura proativa em prol do basquete gaúcho, compreendo se a verdade for outra, se vocês pensam muito diferente do que estou escrevendo aqui: está tudo bem da maneira que está e vocês não concordam com mudanças que sugiro aqui. Se for assim, humildemente peço desculpas a FGB, aos clubes gaúchos e a sociedade do nosso estado.

A realidade que vejo em minhas viagens, reais e virtuais, é que a maioria tem alguma reclamação, descontentamento, denuncia em relação a forma de tratamento, aos custos, ao desmanche atual do basquete gaúcho que o Sr. Carlos Nunes concretiza a frente da FGB nessa década e meia.

Ouso dizer que não adianta contrapor em discursos e na hora do voto, em janeiro, como determina o estatuto da FGB, o voto for de cabresto, for guiado pelo medo, for concretizado por procurações. Em janeiro de 2009 somente os 13 clubes atuantes nessa temporada poderão votar. Acrescento que aqueles clubes inadimplentes em 2008 poderão ser perdoados em troca de procurações e de voto favorável a toda essa situação. Sugiro:que fiquem atentos em quem votará.

É preciso ter coragem. É preciso mudar a situação e não se preocupar com uma possível candidatura do presidente da FGB a presidência da CBB – não vai mudar para o basquete gaúcho isso, pois ele está lá, como assessor do Grego e nada de fazer o basquete crescer, no Brasil e no RS. Esse é um medo que podemos descartar: não importa a posição futura do atual presidente da FGB, pois nada além do que já vimos em 14 anos será feito – de bom e de ruim.

Então, para encerrar, sugiro: façam suas chapas, montem seus grupos e encham a sala da FGB de candidatos – o prazo das inscrições de candidaturas é agora em novembro. Qualquer um de vocês, técnicos do basquete gaúcho, ex-técnicos, ex-árbitros são dignos e capazes de fazer o nosso esporte fluir e crescer rapidamente, desenvolvendo a prática em nosso estado.

O medo de represálias todos nós temos. Eu tenho um filho atleta que também acaba no sendo atingido pela minha postura crítica frente a FGB. Nesse caso, por ele, penso como Quintana: eles passarão, eu passarinho. Mas para o medo, aquele que nos paralisa e nos coloca diante de um decisão cruel (autopreservação ou suicídio?) eu sugiro o ataque, pois Sócrates foi condenado a morte, mas não abriu mão de seus princípios e disse: “achei que convinha mais correr perigo pelo que era justo do que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto”.

Fim a esse ciclo de estagnação!! Vitória ao que nos move: o basquete gaúcho.